Mistério ainda cerca apreensão de meia tonelada de cocaína em carga da Cerpa

Apreensão ocorreu no final de semana, numa operação integrada, no porto de Vila do Conde, em Barcarena, onde já foram apreendidas cerca de duas toneladas de cocaína

O Liberal

A Polícia Federal segue investigando a origem e o destino de quase meia tonelada de cocaína, apreendida no domingo (14), no porto de Vila do Conde, em Barcarena, nordeste do Pará. A carga de 440 quilos da droga estava armazenada junto a caixas de garrafa de cerveja da empresa Cerpa e tinha como destino a cidade de Porto, em Portugal. O caso tem vários elementos suspeitos que chamaram a atenção da PF e da Receita Federal, que contaram com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF): pelo menos duas empresas pequenas e sem histórico de movimentações expressivas estão envolvidas.

image (Nucom / PRF)

Fontes ouvidas pela Redação Integrada de O Liberal destacam que essas duas empresas, a princípio, não possuem ligação direta com a Cerpasa. Porém, as investigações ainda estão em curso. Por enquanto, o que se sabe é que a empresa exportadora de Belém fez uma compra relativamente grande — ao menos em relação ao que a empresa costuma movimentar — de cervejas da Cerpa, do tipo Export. O comprador, em Portugal, também não tem históricos de grandes movimentações.

Essa carga de cocaína estava em meio às caixas de cerveja. Alguns dos principais produtos exportados pelo porto são madeira e manganês. Nas apreensões anteriores, os órgãos federais de segurança apreenderam drogas junto a esses produtos. No total, já são quase duas toneladas apreendidas nos últimos meses. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, percebendo essas ações mais focadas no porto, criminosos visaram outros tipos de carga para despistar a fiscalização.

A equipe que realizou a apreensão identificou que o lacre do contêiner estava violado. Esse lacre é feito na fábrica, no momento do embarque para a exportação, quando também é emitido o documento para esse tipo de transporte. Uma das suspeitas dos órgãos de segurança é de que tenha ocorrido a prática de "rip-on", que é quando o lacre original é retirado, algo é inserido indevidamente e então um novo lacre é feito de maneira irregular.

Por essa razão, apesar da suspeita ter sido levantada, nem a empresa exportadora pode ser responsabilizada diretamente ainda, uma vez que as investigações estão em curso. Os nomes das empresas não foram revelados pela PF ou pela PRF por segurança, devido às investigações ainda não terem sido concluídas.

Em nota, a Cerpa informou que colabora com investigações do caso. "A Cerpa – Cervejaria Paraense S/A, já declarou às autoridades competentes colaboração irrestrita com as investigações que buscam desmantelar uma associação criminosa para tráfico internacional de drogas que atua no Estado do Pará. [...] A criatividade dos criminosos que se dedicam ao tráfico internacional parece mesmo não ter limites. Por meio de seu advogado, Dr. Roberto Lauria, a Cerpa colocou-se à disposição das autoridades policiais para o fornecimento das imagens de seus carregamentos, das notas fiscais da venda e de qualquer outro documento que possa ajudar nas investigações", diz o comunicado da empresa.

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