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🏳️‍🌈 Mês do Orgulho: psicóloga lésbica realiza atendimento especializado para pessoas LGBTQIAPN+

A psicóloga Letícia Chagas fala sobre representatividade, saúde mental e a importância da terapia para a população LGBTQIAPN+

Hannah Franco
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A população LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgêneros/Travestis, Queer, Intersexual, Assexual, Pansexual e Não-binária) está em constante estado de alerta. O risco de violência, seja física ou psicológica, é iminente. O medo, inevitável. Por isso, pessoas da comunidade estão com a saúde mental cada vez mais abalada e, sem ter uma rede de apoio, é difícil lidar com essa vulnerabilidade.

"Tem pessoas que chegam com muito medo de poder se expressar, de poder ser eles mesmos ou até falar um o linguajar" - Letícia Chagas, psicóloga.

Para Letícia Chagas (CRP 06100/10), psicóloga da análise do comportamento e mulher lésbica, a terapia é o primeiro ambiente totalmente livre de julgamentos que elas podem ter. "A terapia é de total importância para todo mundo, mas quando a gente fala de públicos que estão mais vulneráveis, que estão mais marginalizados, é muito bom", diz a psicóloga, que realiza atendimento especializado para a comunidade.

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Uma pesquisa da organização #VoteLGBT revelou um aumento de 26% em problemas psicológicos e financeiros entre pessoas da comunidade. Mais de 7 mil pessoas de todos os estados do país responderam ao questionário do relatório, com objetivo de entender sobre a saúde mental, o acesso a renda e a rede de apoio. O estudo foi realizado durante a pandemia, época em que aumentou o número de pessoas em busca de atendimento psicológico.

"A minha vivência como mulher lésbica, sem dúvida, faz com que eu tenha um entendimento diferente das coisas" - Letícia Chagas, psicóloga.

“Com toda a atenção da reclusão, com toda a questão que passamos, foi muito complicado. Eu comecei a pensar nos lares disfuncionais e na forma que as pessoas estavam presas dentro deles, às vezes em lugares que não eram saudáveis. Foi quando eu pensei em focar meus atendimentos para essas pessoas”, disse Letícia sobre a decisão, surgida durante a pandemia, de ter como foco o atendimento psicológico ao público LGBT+. “Por eu ser da comunidade e por já estudar isso desde a faculdade, eu senti que era um lugar que poderia me salvar um pouquinho e também ajudar outras pessoas”, concluiu.

Letícia sempre se imaginou sendo psicóloga e, durante a graduação, atuou na Clínica de Psicologia (Clipsi) e no Plantão Psicológico da UNAMA, onde teve seu primeiro contato com adolescentes LGBTQIAPN+. Segundo ela, ter uma representatividade para atender esse público ajuda muito. "A minha vivência como mulher lésbica, sem dúvida, faz com que eu tenha um entendimento diferente das coisas na hora de atender a comunidade", disse. "Saber coisas básicas, como uma referência, uma gíria ou um meme, até coisas mais sérias, como alguns questionamentos e sentimentos, por mais que sejam coisas muito subjetivas, muito individuais, faz muita diferença na hora da troca", acrescentou.

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A importância da terapia para a população LGBT+ 

O tratamento terapêutico é de extrema importância para a população LGBTQIAPN+, principalmente por ser um ambiente livre de julgamentos e por se tratar de um espaço de acolhimento. "Tem pessoas que chegam com muito medo de poder se expressar, de poder ser eles mesmos ou até falar um o linguajar", comenta a psicóloga.

Desde cedo, pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ têm que aprender a lidar com rejeição, discriminação, exclusão, construção de uma identidade, homofobia e até a como lidar na hora de se assumir. Viver numa sociedade que se opõe ao diferente pode causar muito sofrimento e abalar a saúde mental dessas pessoas, pois, além de serem vítimas frequentes de situações de violência, sofrem com os impactos que a falta de informação tem principalmente no âmbito familiar. A não aceitação por parte da família é um dos fatores que mais afeta essa população, como destaca a psicóloga.

"A saúde mental da comunidade LGBT está um 'caos' desde as raízes, desde as privações de direitos e isso faz com que até a autoestima fique abalada. Interfere na visão de mundo, na visão de si. Mas, quando a gente fala de atendimento à comunidade LGBT, a maior demanda tem a ver com questões familiares."

Para ela, é importante que o profissional tenha sensibilidade e se sinta confortável com a temática de sexualidade, expressões e identidades de gênero, além de ter empatia acima de tudo. "Quando a gente entra no consultório para atender, temos que nos despir de velhos preconceitos. A gente tem que deixar tudo isso pra fora e tentar sempre ser o mais acolhedor e empático possível", afirma. "Como psicóloga, temos que entrar no consultório cada vez mais desconstruídos e aceitar se desconstruir dentro do processo também".

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O atendimento voltado para a população LGBTQIAPN+, realizado pela psicóloga Letícia Chagas, pode ser solicitado através do Instagram @psileticiachagas ou pelo WhatsApp (91) 98759-5367. Letícia ressalta que consulta pode ser feita no módulo online ou presencial, como for mais confortável.

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Abaixo, veja onde tem atendimento especializado. Antes, divirta-se no Quiz do Universo Lésbico.

 

Atendimento psicológico gratuito no Pará

1. ONG Olívia

Público-alvo: população LGBTQIAPN+
Endereço: UFPA, campus básico, segundo andar do complexo Vadião
Redes sociais: @olivialgbt (Instagram e Facebook)
Contato: WhatsApp (91) 99320-1788

2. Clínica de Psicologia - UNAMA

Público-alvo: estudantes e populares em geral
Horário: 8h às 12h; 14h às 18h; 18h às 20h
Contato: 4009-3012
Endereço: Dentro do Bloco F, localizado no campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia

3. Plantão psicológico - UNAMA Ananindeua

Público-alvo: paraenses maiores de 18 anos, residentes dos municípios da região Metropolitana de Belém
Horário: a combinar
Contato: o agendamento e a consulta ocorre pelo site
Para mais informações: 4009-3050.

4. Clínica de Psicologia da UFPA

Público-alvo: população em geral
Horário:  terça-feira às sexta-feira 8h às 11h; 14h às 17h (não precisa de agendamento prévio no site)
Contatos: (91) 98429-0279, para falar com Roseane; (91) 98382-9628, para falar com Fernanda

5. Serviço de acolhimento psicológico da UFRA

Público-alvo: alunos (as) da universidade
Horário: a combinar, de segunda a sexta-feira
Contato: Campus Belém: Bruna Carvalló (91) 98101-0139; Stéphanie Correa: (91) 98090-2565
Campus Capanema: Thiago Costa (91) 99995-2540
Campus Capitão Poço: Hadassa Almeida (91) 98135-3202
Campus Paragominas: Aneska Oliveira (91) 98373-0940
Campus Parauapebas: Cláudia Camilo (94) 98154-7401
Campus Tomé-Açu: Suzane Lima (91) 98551-9357

6. Serviço de acolhimento psicológico da UEPA

Público-alvo: alunos da instituição
Horário: segunda a sexta, das 9h às 14h
Endereço: no Núcleo de Assistência Estudantil (NAE). Localizado no prédio da Reitoria da UEPA, na Rua do Úna, 156, no bairro Telégrafo.
Atendimento: pode ser por e-mail naeuepa@gmail.com ou por telefone.
Contato:  (91) 3299-2247

7. Centro de Valorização da Vida | CVV

Público-alvo: todos
Horário: 24 horas
Contato: 188

Atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs)

1. CAPS Icoaraci (Caps I)
Endereço
:  Rua Monsenhor Azevedo, 237 (entre Passagem Maguari e Lopo de Castro), Campina de Icoaraci.
Contato:  (91) 3227-9137
E-mail: capsicoaraci@ibete.com.br

2. CAPS Amazônia (CAPS I)
Endereço:  
Passagem Dalva, 377, bairro Marambaia
Contato: 3231-2599/ 3238-0511
E-mail: capsam.sespa@outlook.com

3. CAPS Renascer (CAPS III)
Endereço:
Travessa Mauriti, 2179, entre avenidas Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma, bairro Pedreira
Contato: (91) 3276-3448
E-mail: capsrenascer@yahoo.com.br

4. CAPS Grão-Pará (Caps III)
Endereço:
 Rua dos Tamoios, 1840, Batista Campos
Contato: (91) 3269-6732
E-mail: capsgraopara@yahoo.com.br

5. CAPS Marajoara (CAPS ad III)
Endereço
: Conjunto Cohab, Gleba I, WE-2, 451- Nova Marambaia
Contato:(91) 32360399
E-mail: capsmarajoara@gmail.com

*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)

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