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Jovem se torna empresário da gastronomia em Parauapebas após anos na informalidade

Rafael Castro, de 32 anos, é responsável pela criação da receita que o público de Parauapebas chama de 'melhor cuscuz do mundo'

Hilda Barros
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Rafael Castro, de 32 anos, é responsável pela criação da receita que o público de Parauapebas chama de “melhor cuscuz do mundo”. Sua história de amor e sucesso pelo cuscuz iníciou há três anos, quando decidiu empreender com a venda do tradicional cuscuz, que logo depois se transformou em receitas inovadoras. Há 10 anos ele deixou o interior do Maranhão para trabalhar em Parauapebas. Na época com 22 anos de idade, ele saiu de sua cidade natal para integrar a equipe da empresa Vale como químico, mas a vontade de empreender e ajudar o próximo falou mais alto, e através de sua irmã, que é assistente social, ele tomou conhecimento que haviam muitas famílias passando necessidades no bairro Tropicalo, onde morava. Foi aí que Rafael teve a ideia de criar um projeto para ajudar famílias carentes do bairro.

Com o olhar humanitário e solidário, o químico resolveu investir em algo que pudesse mudar a realidade das famílias. E com apenas R$ 5 mil no bolso, o jovem de apenas 22 anos resolveu por a mão na massa. “A ideia inicial era montar uma cooperativa e captar essas pessoas e capacitá-las a produzir cuscuz, aquele feito no pano de prato, que é servido com leite de coco de babaçu, tradicionalmente consumido no Maranhão. Assim, com a venda do produto poderiam garantir sua renda familiar.” frisou Rafael Castro.

Foi quando veio a frustração, o projeto não foi para a frente e, para não perder o investimento já realizado, Rafael resolveu transformar a ideia em um pequeno negócio, e fez da venda do cuscuz uma renda extra em seu orçamento. “Eu comecei a fazer o cuscuz para vender de porta em porta.  Eu trabalhava em regime de turno na Vale e nos dias de folga eu saia para vender o cuscuz”, conta ele.

De informal a empresário

“No início foi bem difícil, as pessoas estavam acostumadas com o cuscuz de outra forma, e eu não conseguia vender. Percebi que estava tentando vender um modelo de produto que só dava certo no Maranhão. Percebi também que estava chamando o cuscuz da forma errada, eu chamava de ‘cuscuz orgânico’, foi quando eu decidi mudar e passei a chamar de ‘cuscuz gourmet’, foi aí que eu passei a vender o produto”, lembra.

Foi a partir da aceitação do consumidor que Rafael começou a incrementar nas receitas e transformar o tradicional cuscuz em algo mais saboroso, com ideias como cuscuz no pote e até cuscuz doce. “Quando eu troquei o nome para cuscuz gourmet, eu pensei: por que não, fazer o cuscuz no pote? Daí foi surgindo as ideias para a gente construir o doce de cuscuz, hoje a gente tem o cuscuz belga com abacaxi caramelizado, cuscuz musseline com coco queimado que na época vendíamos de porta em porta e hoje vendemos somente para casamentos.” Destacou Rafael.

Quando seu empreendimento já estava alavancado, Rafael teve o pequeno empreendimento abalado por causa da pandemia. Sendo obrigado a sair das ruas e migrar para o serviço de delivery, foi quando o empresário percebeu que seus clientes estavam lotados em bairros mais distantes do que ele morava. Então o micro empreendedor teve que encarar mais um desafio, sair do conforto de sua casa, e alugar um imóvel no centro da cidade, uma estratégia para ficar mais próximo dos clientes e otimizar tempo e custo.

Mas o que Rafael não esperava era que teria problemas na casa, e precisava se adaptar a mais uma mudança, buscar um novo local para montar a empresa. “Foi um período em que era muito difícil encontrar casas para alugar, encontramos um prédio que tinha m aluguel quatro vezes mais alto do que a gente vinha pagando, era impossível da gente conseguir pagar. Foi a única opção pra gente e para viabilizar esse prédio a gente decidiu construir um restaurante, mas como é que constrói um restaurante sem dinheiro? Até então eu só tinha dez mil reais no bolso”, conta.

Receitas de destaque  

Com nove anos de Vale, Rafael Castro decidiu deixar o emprego para se dedicar ao sonho de empreender. Mesmo sem o apoio da família e amigos, que não entendiam como um profissional bem sucedido na carreira largou tudo para vender cuscuz, o jovem não desistiu do sonho e hoje é o dono do melhor cuscuz da região.

image O tradicional cuscuz logo depois se transformou em receitas inovadoras e um dos pratos mais pedidos do restaurante (Divulgação/Jairo Wanderson)

Hoje, com três anos de empresa, ele apresenta seus pratos em concursos e vem inovando no mercado, transformando a massa do cuscuz em pratos gastronômicos que transformaram suas receitas nas melhores do mundo. “Quando a gente pensa em doces, a gente pensa em tudo menos em cuscuz, quando a gente pensa em pizza, a gente pode pensar em trigo e várias coisas, mas a gente não associa a pizza ao cuscuz. E nós temos uma pizza sem glúten de cuscuz, inclusive uma dessas pizzas ficou, ano passado, entre os dez melhores pratos do evento Buffalo’s Gourmet, e foi a única pizza da final, feita com massa de cuscuz, creme de camarão, filetes de pescada amarela e queijo de búfala uma pizza sem glúten, que não leva trigo e nem fermento” destaca ele.

Apesar de se tratar de um restaurante especializado no cuscuz, Rafael afirma que conseguiu criar um conceito, e hoje o que menos o local vende é o cuscuz tradicional, pois os mais vendidos são pratos preparados onde a matéria prima usada é o cuscuz, se tornando um diferencial no mercado. “As pessoas muitas vezes não conseguem associar o cuscuz a algo que pode ser chique, mas hoje nos posicionamos como o melhor cuscuz do mundo, por possuirmos um cuscuz que no mundo inteiro só existe aqui, com receitas originais nossas. Parauapebas pode dizer com todas as letras que tem um cuscuz próprio”, garante o empresário.

 

 

 

 

 

 

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