Exército conclui certificação da 23ª Brigada de Infantaria de Selva em simulação para a COP30
Durante oito dias, os militares participaram da chamada Simulação Viva, última fase do processo de certificação da tropa

O Comando Militar do Norte (CMN) concluiu, na última sexta-feira, 29, a etapa final de certificação da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, considerada a mais poderosa Força de Prontidão da Amazônia. O treinamento, realizado entre os dias 22 e 29, envolveu mais de 1.400 militares em manobras nos municípios de Marabá, Novo Repartimento, Tucuruí e Breu Branco, e teve como foco a preparação das tropas para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), que será realizada em Belém, em 2025.
Treinamento avançado e simulações de combate
Durante oito dias, os militares participaram da chamada Simulação Viva, última fase do processo de certificação da tropa. Foram empregados 125 viaturas, incluindo blindados Guarani, três aeronaves, radares antiaéreos, drones e armamentos de alta tecnologia. O exercício simulou situações de combate real, com a missão de reconquistar áreas estratégicas ocupadas por forças inimigas simuladas, como a Hidrelétrica de Tucuruí e pontos de controle no Rio Tocantins.
Para aumentar o realismo, foi utilizado o sistema de Dispositivos de Simulação de Engajamento Tático (DSET), com sensores a laser acoplados a capacetes e armamentos, permitindo avaliar com precisão a performance das tropas e a eficácia das táticas empregadas.
Preparação para a COP30
O general Enio, comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, destacou que a certificação atesta a capacidade de emprego imediato da tropa em diferentes cenários. “Ao término da certificação, ela vai atestar que a tropa e seus meios estarão no mais alto nível de operacionalidade, no estado de prontidão, para serem empregados em qualquer contexto, seja de defesa externa ou de Garantia da Lei e da Ordem, situação em que estaremos empregados na COP30”, afirmou.
Já o comandante militar do Norte, general Vendramin, reforçou a ligação direta do treinamento com a conferência climática. “Apesar de ser treinamento para defesa externa, muitos dos movimentos vão ser aplicados na área urbana de Belém. Treinamos controles de pontos urbanos importantes, deslocamentos por embarcações e helicópteros, além do emprego de radares e meios tecnológicos que também serão usados na COP30”, declarou.
População acompanha manobras
As atividades chamaram a atenção de moradores das áreas onde ocorreram as simulações. Em Breu Branco, a dona de casa Andreza Pantoja, de 33 anos, armou uma rede em frente à sua casa para assistir ao exercício com a família. “É um momento muito especial pra gente aqui na vila vendo o treinamento do Exército. Eu nunca tinha visto. Estou feliz. Não são todos que têm esse privilégio”, disse.
Ciclo contínuo de adestramento
A certificação da 23ª Brigada ocorre a cada dois anos, em três etapas: simulação construtiva, voltada ao planejamento e análise; simulação virtual, focada nos níveis táticos; e, por fim, a simulação viva, que leva a tropa ao terreno. Todo o processo é supervisionado pelo Comando de Operações Terrestres e garante que a brigada mantenha seu nível máximo de preparo operacional e logístico para a defesa da Amazônia Oriental e o apoio a operações estratégicas do Exército.
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