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Combate ao câncer na Amazônia é tema de debate de congresso em Brasília

Essa necessidade foi um dos temas debatidos no primeiro dia da 6ª edição do Global Fórum Fronteiras da Saúde 2024, nesta terça-feira (26), em Brasília (DF)

Gabriel Pires | Direto de Brasília/DF

Por conta do distanciamento em relação às demais regiões do Brasil, as ações de combate e tratamento contra o câncer demandam planejamento e estratégias específicas, sobretudo no Pará, o estado mais populoso da região Norte. Essa necessidade foi um dos temas debatidos no primeiro dia da 6ª edição do Global Fórum Fronteiras da Saúde 2024, nesta terça-feira (26), em Brasília (DF), no painel “Regionalização e regulação”, que contou com a presença do médico oncologista e ex-ministro da Saúde, Nelson Teich.

A programação, que tem o objetivo de debater soluções no sistema de saúde público, é promovida pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. O evento segue até quinta-feira (28) e conta com a participação de diversos especialistas, líderes de opinião e profissionais de diversos setores da área. Na edição deste ano, o Fórum foca no contexto oncológico, explorando propostas e desafios para enfrentar o crescente impacto do câncer no Brasil - sobretudo na prevenção e tratamento precoce, entre outras discussões. 

No primeiro dia do evento, em entrevista ao Grupo Liberal, Teich lembrou que o País é composto por 5.570 municípios. E, no caso dos mais distantes, como em diversas áreas do interior do Pará e do bioma amazônico, se faz necessária uma gestão eficiente no direcionamento de políticas públicas eficazes para a necessidade de cada local. Além disso, segundo o especialista, ações de rastreamento do câncer, como exames para diagnosticar eventuais tumores, são essenciais na atenção primária à saúde.

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E, mais do que isso, é importante que todo esse acompanhamento esteja sendo concretizado, pondera o médico. “Toda vez em que se tem distâncias grandes e dificuldades de acesso, naturalmente, você terá maior dificuldade [de realizar serviços básicos de saúde]. É uma situação em que o próprio sistema de saúde, o SUS [Sistema Único de Saúde], tem que ser capacitado para superar essas dificuldades. O País é muito heterogêneo. Em situações como a região Norte, precisa de soluções específicas”, afirma.

image Médico oncologista e ex-ministro da Saúde: Nelson Teich (Foto: Gabriel Pires | Especial para O Liberal)

“A questão é: como isso vai acontecer na prática. Com planejamento, sempre se vai conseguir fazer isso. É uma questão de planejar, conseguir criar a infraestrutura necessária para isso, porque, na prática, passa a se ter coisas mais particulares. Fica mais complexo. Com estratégia e execução bem feita, é possível atender essas pessoas. A questão é quanto o sistema se prepara para fazer esse cuidado”, destaca ele, ao lembrar que é importante ter financiamento estratégico e de mais profissionais especializados. 

Incidência

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, somente em 2023, os tipos de câncer com maior incidência de novos casos na região Norte foram os de próstata, mama e de estômago. Entre as alternativas para garantir o cuidado dos pacientes oncológicos ou até mesmo daqueles que não possuem nenhum tipo de enfermidade, Teich destaca: “É [empregar] recursos humanos e tecnologia. E como vai se ter o acesso a isso”. 

“Se vai chegar de barco ou de avião, como vai chegar nessas pessoas... E na atenção primária, a prioridade vai depender dos problemas locais. Dessa população, qual o principal problema que ela tem? E assim, a atenção primária se estrutura”, completa o ex-ministro. “Tão importante quanto entender o problema dele, é entender o tamanho. Humanizar o problema? Quantas pessoas morrem por causa disso? E saber quanto do dinheiro da saúde está sendo usado em cada município”, frisa.

Debate

Para Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, promover o debate sobre os desafios e oportunidades na área da oncologia no Brasil é o objetivo nesta edição do Global Fórum Fronteiras da Saúde 2024. “Ao reunir especialistas, gestores e representantes da sociedade civil, buscamos construir soluções concretas para um sistema de saúde mais equitativo, eficiente e humano que respondam às necessidades crescentes dos pacientes oncológicos em todas as etapas de sua jornada, principalmente após a sanção da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC)", explica

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