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Especialistas desmentem que vacina cause “magnetização”

O “teste da moeda” é mais uma notícia falsa que circula e pode prejudicar o retorno à vida normal

Cleide Magalhães
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Nesta pandemia da covid-19, diversas são as notícias falsas, conhecidas como “fake news”, que circulam na internet, principalmente nas redes sociais. Para especialistas, muitas delas não têm lógica nenhuma e podem prejudicar a saúde e a vida da própria pessoa, levando à infecção de outras e atrasando o avanço da imunização da sociedade.

Uma das mais recentes desinformações na pandemia trata da hipótese das pessoas tomarem a vacina contra o novo coronavírus e acabarem se “magnetizando”. E, assim, fazendo a pele agir como um ímã, atraindo metais. A comprovação da possibilidade se daria pelo “teste da moeda”, que viralizou rapidamente e invadiu as redes sociais com vídeos que apenas reforçam as teses conspiratórias. As gravações mostram moedas coladas no braço de pessoas que teriam sido vacinadas.

O médico infectologista Lourival Marsola, profissional que atua desde o início da pandemia da covid-19, descarta qualquer chance de que a pessoa que toma vacina possa ter o corpo “magnetizado”. “Essa questão não tem lógica nenhuma. Na verdade, precisamos pensar pela hipótese de que o nosso próprio corpo suado, a sudorese, o suor, o próprio medo, que faz a gente ter uma sudorese maior e isso poderia possibilitar que as moedas aderissem ao corpo como mostra no vídeo”, pressupõe.

Marsola externa preocupação com esse tipo de circulação de informação. “Na pandemia, temos observado que as notícias falsas acabam dificultando e tirando o foco mais importante que é a vacinação. A gente precisa que a população busque fontes de informações que sejam fidedignas. Não podemos nos alimentar de informações apenas vindo das redes sociais”.

Ela também atenta à população aos prejuízos que esse tipo de conteúdo pode resultar na sociedade nesta pandemia. “Essa desqualificação da importância da vacina é muito perigosa, porque pode nos distanciar de uma cobertura adequada da população vacinada contra a covid-19 e, cada vez mais, nos distanciar do retorno à vida normal”, alerta o infectologista, que é coordenador de Vigilância em Saúde do Barros Barreto, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará.

Na tarde desta terça-feira (14), o encarregado de frotas, Marcus Martins, 56 anos, recebeu a vacina contra a covid-19 no Clube do Cassazum, no Marco, em Belém. A reportagem aproveitou e fez o “teste da moeda”, logo após receber a primeira dose do imunizante contra o  novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2). Resultado: a moeda não ficou fixa nem mesmo por um segundo.

“Acabei de me vacinar. Fiz o teste e a moeda não ficou fixa. Isso é papo furado. As pessoas têm que se vacinar, porque podem prejudicar suas próprias vidas. Acho essas notícias mentirosas muito preocupantes. Fiquei tão feliz de me vacinar e a equipe que atende a gente é tão atenciosa”, elogia Martins, que receberá a segunda dose dia 30 de agosto de 2021.

As fabricantes das vacinas atualmente usadas no Brasil já disseram ser tudo falso em uma checagem do site Aos Fatos. O site também destaca que nenhum elemento da composição química dos imunizantes em uso têm essa capacidade, segundo fabricantes e especialistas. Além disso, a forma como as moléculas se organizam em materiais líquidos tornam praticamente nulas as chances de as vacinas causarem magnetismo, de acordo com físico ouvido pelo site.

Por enquanto, os três tipos de vacinas aplicadas no Brasil no Pará e em Belém são de duas doses. Além da Coronavac/Sinovac/Butantan e AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, tem a Pfizer/Biontech. Todas elas foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde. 

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