Entenda o que é a Leishmaniose e veja como prevenir a doença

Dentre as medidas, orientações educativas em escolas e comunidades que residem nas áreas de risco levam a conscientização sobre a incidência das doenças

Gabriel Pires
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No Pará, somente nos últimos anos, os casos de leishmaniose — doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania por meio da picada de mosquitos flebotomíneos — apresentaram uma perspectiva de queda, com um salto de 3.397 confirmações em 2020 para 2.782 eventos em 2021. Em 2022, até os seis primeiros meses, os números foram de 1.808 infecções. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9) pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

A campanha de combate à doença ganha força durante a Semana Nacional de Controle e Combate às Leishmanioses, realizada de 10 e 17 de agosto, com ações educativas e preventivas. No Pará, a Sespa informou que tem estimulado ações educativas e preventivas para conscientizar as gestões dos 144 municípios paraenses sobre leishmanioses, com o objetivo de colocar em prática as políticas públicas de vigilância e controle da zoonose e alertar a população para os riscos e cuidados com a doença. 

Leishmanionse visceral X tegumentar

No Pará, ainda segundo a Sespa, a leishmaniose visceral registrou, em 2020, um total de 239 casos. Em 2021, esse número foi para 183. Já em 2022, até os seis primeiros meses, foram 76 ocorrências. Para os casos do tipo tegumentar foram confirmados 3.158 infectados em 2020. Em 2021, mais 2.599 confirmações. E em 2022, até o mês de junho, o cenário é de 1.732 registros.

Para minimizar as ocorrências da doença no Estado, orientações educativas em escolas e comunidades que residem nas áreas de risco levam a conscientização sobre a incidência das doenças. Além disso, equipes da Sespa oferecem assessoria técnica e capacitações aos centros regionais de saúde, além dos municípios, sobre como direcionar o devido tratamento e na tratativa de casos confirmados, além da vigilância e controle dos agravos.

Os agentes de endemias das Secretarias Municipais de Saúde são treinados pela Coordenação de Entomologia da Sespa para monitorar os flebotomíneos, que são os insetos transmissores das leishmanioses. Os treinamentos são realizados conforme a demanda dos municípios com maiores incidências de casos.

A leishmaniose visceral

Em casos da leishmaniose do tipo visceral, a transmissão ocorre quando as fêmeas do mosquito picam cães ou outros animais infectados e, em seguida, picam o homem. Esse ciclo faz com que haja a transmissão do protozoário Leishmania chagasi.

Dentre os principais grupos infectados estão crianças e idosos. E ainda há o caso de cães doentes que contraem a doença. Apesar disso, não há risco de contágio entre os indivíduos doentes, não podendo ser transmitido de uma pessoa para outra. Ou até mesmo entre os animais e de um animal para outra pessoa.

Os principais sintomas da doença incluem febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia.

A leishmaniose tegumentar

Ao contrário da leishmaniose visceral, que é transmitida por um protozoário, a do tipo tegumentar — ou cutânea —  é causada por protozoários do gênero Leishmania.

O quadro da doença começa a ser evidente com o surgimento de feridas (úlceras) na pele que demoram a cicatrizar, além de mucosas nas regiões aéreas superiores. 

O alerta é que a demora na busca por atendimento é a complicação dos sinais da doença, que, com o passar do tempo, as regiões afetadas atingem maiores cicatrizes. Em outros, pode haver evolução para deformidades.
                                                                                                                                     
A coordenadora do Programa de Controle das Leishmanioses da Sespa, Monica Fadul, destaca que dentre as orientações iniciais está evitar a automedicação. “E sim, procurar a unidade de saúde para ser avaliado por um profissional de saúde e submetido ao exame para o diagnóstico da doença”, explicou Monica.

Diagnóstico e prevenção

Para diagnóstico da leishmaniose, são realizados exames clínicos e laboratoriais para detecção do caso. O indicado é que a busca pelo procedimento seja feita o quanto antes, para que assim seja iniciado o tratamento e a fim de evitar o agravamento dos quadros. 

Atualmente, não existe vacina contra as leishmanioses humanas. Para prevenir o foco de mosquitos, é importante manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; realizar podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença mamíferos comensais próximos às residências, como marsupiais e roedores, que são prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

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