Em documento, coletivos recomendam diretrizes para monitoramento da vegetação nativa no Pará
A nota técnica foi apresentada durante workshop em Belém nesta terça-feira (16) e traz orientações para restauração das florestas paraenses

Um documento com recomendações para o monitoramento da recuperação da vegetação nativa no Pará foi entregue nesta terça-feira (16) durante o “Workshop de Planejamento e Monitoramento da Recuperação da Vegetação Nativa no Pará (PRVN)”. O evento ocorre até a próxima quinta-feira (18), no Centro de Treinamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em Belém. A nota técnica, elaborada pelos coletivos Caminhos da Semente, Redário, Aliança pela Restauração da Amazônia, Regenera Amazônia e Centro Capoeira, traz diretrizes para orientar as ações de restauração das florestas paraenses.
O documento destaca a importância crítica do monitoramento em campo para garantir que o Pará cumpra sua meta de restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030. E propõe, ainda, às gestões governamentais a criação de protocolos padronizados com indicadores ecológicos, como cobertura vegetal e biodiversidade, além da integração entre dados de campo e de sensoriamento remoto. A programação reúne pesquisadores, técnicos e organizações atuantes na Amazônia para debater estratégias de restauração florestal.
“Com este trabalho, buscamos oferecer bases sólidas para que a restauração no Pará seja efetiva e duradoura. A nota técnica resulta de um esforço coletivo no escopo da Aliança pela Restauração da Amazônia e está alinhada à missão do Capoeira, que é transformar o conhecimento científico em benefícios para a sociedade”, pontua a pesquisadora da Embrapa, Joice Ferreira, que também é coordenadora do Centro Avançado Capoeira, lançado em abril deste ano.
Paineis
Entre as atividades em destaque do workshop estão os painéis de “Critérios e Indicadores para o Monitoramento da Recuperação Florestal no Pará” e “Priorização Espacial da Restauração de Florestas no Estado”, ambos com participação de Joice Ferreira. A programação inclui, também, discussões sobre o uso de inteligência artificial no monitoramento da regeneração e a troca de experiências de projetos de restauração em andamento.
Transparência
Segundo o documento, a padronização do monitoramento permitirá maior transparência, facilitará a fiscalização e contribuirá para atrair investimentos, além de possibilitar ajustes adaptativos ao longo do processo. "O monitoramento em campo é essencial para avaliar o sucesso da recuperação da vegetação nativa no Pará. Para isso, o protocolo deve ser simples e baseado em indicadores que reflitam os resultados ecológicos da restauração, independentemente da metodologia adotada, seja regeneração natural, plantio de sementes, mudas ou outras práticas", afirmou a membro do Instituto Socioambiental (ISA), Danielle Celentano.
O texto destaca a necessidade de uma normativa estadual que integre dados de campo e sensoriamento remoto para garantir transparência, governança e atrair investimentos. A padronização do monitoramento simplificará a fiscalização, focando nos resultados alcançados e permitindo o manejo adaptativo, o que é crucial para o sucesso a longo prazo dos esforços de restauração.
Contribuíram com a elaboração da nota entregue ao Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Instituto Socioambiental (ISA), Centro de Pesquisa Florestal Internacional (CIFOR/ICRAF), Embrapa Amazônia Oriental, TNC-Brasil, Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto Tecnológico da Vale (ITV) e Conservação Internacional (CI/Brasil).
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