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Dia Mundial da Doença de Alzheimer chama atenção para diagnóstico precoce

O Alzheimer é o motivador de 70% dos casos de demência no mundo, aponta OMS

Laís Santana
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Nesta terça-feira (21) é celebrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, doença neurodegenerativa que compromete a capacidade cognitiva de forma progressiva. A data, estabelecida com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, este ano chama atenção para os primeiros sintomas, incentivando a busca por informações, acolhimento e apoio. 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que o Alzheimer é o motivador de 70% dos casos de demência no mundo e, até 2050, a previsão é que os casos tripliquem no Brasil. No Pará, de acordo com a Coordenação Estadual de Saúde do Idoso, são registrados 470 casos da doença somente na rede estadual. 

O paciente que começa a manifestar a doença apresenta sintomas como perda de memória que interfira nas atividades diárias, dificuldade na linguagem e para fazer cálculos, além de alterações no comportamento e na noção de tempo e espaço com o avanço da doença.  

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Saúde do Idoso, Amujacy Vilhena, os primeiros sinais da doença estão relacionados a morte de neurônios de uma área específica do cérebro. “Muitas vezes as pessoas acometidas com os primeiros sinais têm lapsos de memória, o que nós chamamos de lacunas dentro do cérebro, onde são processadas as informações, e acabam trazendo perdas, por exemplo, nome de familiares, datas importantes, saem de suas residências e muitas vezes não conseguem voltar pela perda de noção de onde estão, daí por diante”, explica. 

Vilhena ainda esclarece que o diagnóstico é feito com a entrevista médica e a exclusão de outras doenças por meio de exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética) e avaliação neuropsicológica (expandida ou computadorizada). Ao ser detectado sinais e sintomas da doença, a recomendação é busca uma Unidade Básica de Saúde ou um médico de referência. 

Uma vez diagnosticada a doença é necessário iniciar o tratamento o quanto antes. Apesar de ainda não haver cura para a doença de Alzheimer, já existem opções de tratamento, como medicamentos (disponíveis nas farmácias do SUS), terapia ocupacional e controle de doenças crônicas, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes, que podem causar lesões vasculares e agravarem o quadro.

Docente do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará, Katia Omura ressalta que atividades que estimulam a função cognitiva podem prevenir a doença. A professora é responsável pela idealização do MemoryLife, um aplicativo para celular, disponível na Play Store, que reúne jogos de estimulação cognitiva para idosos com Alzheimer.  “Estudos apontam que atividade física, associado a atividades que exijam do cognitivo do idoso como leitura de livros, caça-palavras, jogo da memória, entre outros jogos, associado a uma alimentação saudável, podem reduzir as chances de se desenvolver a doença.”

De acordo com Omura, estudos recentes apontam avanços para o tratamento da doença. "Recentemente foi aprovado um novo fármaco nos Estados Unidos que diz tratar da doença. Outros estudos tem mostrado alguns resultados com o canabidiol também, mas ainda é algo que se está estudando. Outro estudo mais recente diz respeito da importância da atividade física como forma de manter os aspectos cognitivos em idosos com e sem alzheimer", destaca. 

Há 8 anos, a dona de casa Fátima Passos, 63 anos, convive com a doença. Ela é cuidadora da mãe, Iraydes Rodrigues, de 94 anos, que em 2013 foi diagnosticada com Alzheimer. “Ela começou a ter uns lapsos de memória e a apresentar uma mania de entrar no quarto, abrir as gavetas, olhar tudo e sair, depois voltava e fazia a mesma coisa de novo, sempre com um olhar perdido, como se tivesse procurando alguma coisa. Na época ela morava na casa dela e tinha uma moça que trabalhava com ela que chegou comigo e falou que ela estava tendo um comportamento estranho. E assim começamos a desconfiar”, conta. 

Foi após uma queda e alguns exames de imagem que a família descobriu a doença. “Nessa queda ela bateu a cabeça e formou um galo bem grande. Levamos ela para a urgência e fizemos todos os exames necessários. Nisso o médico avaliou e viu que ela tinha sintomas de uma demência. A partir daí ela passou a fazer o acompanhamento com a neurologista e começou o tratamento com a medicação para retardar o avanço da doença, com isso a demência dela hoje é leve”, afirma Fátima. 

Hoje, o cuidado da família é uma das fontes de tratamento de Iraydes. “A gente procura ser bem atencioso com ela, dando carinho que é o mais importante. Conversamos com ela, fazemos perguntas para estimular a memória dela. Às vezes ela lembra de tudo, às vezes não, e é nesse momento que ela vai interagindo.”

Atendimento  

No dia 13 de setembro deste mês foi sancionada a lei estadual que aprova o Programa Estadual de Prevenção e Assistência aos Portadores do Mal de Alzheimer. A lei é consiste na implementação de políticas contínuas e específicas voltadas a ações para o bem-estar no processo de envelhecimento, na prevenção à evolução do Alzheimer e de técnicas científicas inovadoras de assistência às pessoas acometidas pela doença.

Quem necessitar de atendimento deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua residência, onde o paciente será atendido inicialmente por um médico clínico que poderá realizar os encaminhamentos (referência e contra referência) necessárias dentro da Rede de Atenção à Saúde (RAS).                                        

Segundo a Sespa, o hospital referência em Alzheimer e Parkinson no Estado é o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) onde há o ambulatório de Geriatria e Gerontologia (com residência Médica e Multiprofissional), além da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana, também atendem especialidades referenciadas pelas unidades básicas, o Centro de Atenção ao Idoso (Casa do Idoso/Município de Belém) que atende os pacientes referenciados das unidades básicas residentes em Belém. A dispensação de medicamentos para a Doença de Alzheimer também é garantida pelo SUS.

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