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Desmatamento na Amazônia aumenta em 54% no pior mês de abril da história

O último registro grave em um mês de abril foi em 2008, quando o monitoramento por satélites começou a ser feito. O Pará apresenta o maior acumulado de desmatamento dos últimos nove meses

Victor Furtado
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A Amazônia perdeu, em abril deste ano, 1.197 km² de área. Isso representa um aumento de 54% do desmatamento em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, foi o pior registro de um mês de abril desde 2008, quando o monitoramento via satélite começou a ser feito. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A plataforma de inteligência artificial PrevisIA fez uma análise que aponta a perda total de 15 mil km² de área entre agosto de 2021 e junho deste ano.

O Imazon aponta que entre o final de maio e o início de junho, com a redução das chuvas do chamado "inverno amazônico", começa um período que é chamado de "calendário do desmatamento" e é quando começam os registros de maiores perdas de área. De toda a área de florestas derrubadas dos últimos nove meses, aponta o Imazon, 75% ocorreram num raio de 4 km do mesmo ponto.

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Em relação aos estados, Mato Grosso foi o que mais desmatou pelo quarto mês consecutivo, com 372 km² derrubados, 31% de toda a destruição registrada na região. Em segundo lugar ficou o Amazonas, com 348 km² desmatados (29% do total), e em terceiro o Pará, com 243 km² (20% dos registros). No entanto, no período de agosto de 2021 a abril de 2022, os primeiros nove meses “calendário do desmatamento”, o Pará é o campeão do desmate, com 38% no total acumulado das florestas derrubadas.

“Em abril, por exemplo, 40% de toda a devastação registrada no Pará ocorreu apenas dentro de cinco unidades de conservação: 95 km². Por isso, é necessário intensificar as ações de proteção nesses territórios, que foram criados justamente para que a floresta fosse conservada, o que não está ocorrendo”, alerta a pesquisadora Larissa Amorim.

Entre as áreas mais desmatadas, a Terra Indígena Yanomami figura como o local mais afetado. Os moradores têm clamado por ações contra as invasões de garimpeiros e denunciado uma série de crimes dos quais estão sendo vítimas. O território vai de Roraima e até o Amazonas. No mês de abril 2022, foi o segundo território indígena mais desmatado na Amazônia conforme o SAD, com uma área de floresta derrubada equivalente a 100 campos de futebol.

“Essa análise nos mostrou que a plataforma pode auxiliar muito para evitar a derrubada da floresta e ainda gerar economia de recursos e de tempo para os órgãos públicos que têm como missão proteger a Amazônia, pois indica assertivamente para onde direcionar os esforços de prevenção. Esperamos que a PrevisIA erre, pois queremos que seus dados possam ajudar a orientar ações efetivas para evitar desmatamentos. Porém, infelizmente, estamos vendo a previsão se tornar realidade”, lamenta Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.

Semas

Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que 70% da área do Estado do Pará está sob jurisdição da União. "Na área sob a responsabilidade do Estado, segundo dados oficiais do Deter, um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento foi reduzido em 11% se comparado ao período entre agosto de 2020 a abril de 2021 e agosto de 2021 a abril de 2022, reafirmando que o Estado está na curva descendente do desmatamento", detalhou a nota.

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