CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Crianças em tratamento contra o câncer têm dia especial no Oncológico Infantil

Pacientes-estudantes tiveram oportunidade conhecer também as áreas de mecânica dos sólidos, mecânica dos fluídos, física térmica, ondulatória, acústica, óptica, eletromagnetismo e Física moderna

Fabyo Cruz
fonte

Marcelly Carvalho, 12 anos, ficou encantada com os experimentos de física e astronomia realizados na volta às aulas da Classe Hospitalar Prof. Roberto França, no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. Ela e mais 23 crianças em tratamento contra o câncer participaram de uma programação especial de retorno às atividades escolares, na instituição pública gerida pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).     

VEJA MAIS

image Câncer de pulmão: Anvisa aprova medicamento que aumenta expectativa de vida do paciente
A molécula sotorasibe, um remédio do via oral, que vai combater o câncer de pulmão, promete ser eficaz em 1,4 meses de tratamento

image Com câncer, Rita Lee aparece sem cabelo em foto ao lado do marido
A cantora está em tratamento contra o câncer de pulmão.

image Ana Beatriz Nogueira está curada do câncer após cirurgia
O câncer no pulmão foi detectado precocemente, após a atriz ter influenza e, após uma tomografia, receber o diagnóstico do tumor

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo atende, atualmente, cerca de 30 crianças por mês. A maioria das pacientes, pais e responsáveis são oriundas do interior do Estado, como explica José Miguel, diretor técnico do Hospital.

As famílias são acolhidas por uma equipe de oncologia pediátrica, onde os pais são avaliados por suas necessidades para que possam ter acesso aos benefícios oferecidos pelo estado e município, com objetivo de diminuir o sofrimento causado nos filhos, assim como em seus genitores. Entre os benefícios está o Programa Classe Hospitalar.

“Quando a criança adoece, a família toda fica abatida também e se desloca com ela. A Classe Hospitalar é um projeto da Seduc, onde os professores vêm para cá para poder dar continuidade ao atendimento de ensino para essas crianças”, diz José Miguel.

Ele detalha que, para esta volta às aulas, “tivemos a ideia de trazer uma programação que aumenta a fronteira de conhecimento dos alunos, para eles enxergarem um universo fora do hospital. Sabemos que esses benefícios tiram um pouco do sofrimento deles. E é um aprendizado que faz a integração entre universidade, escola e hospital".  

Momento foi de aprendizado e troca entre o professor e as crianças

O evento de abertura das aulas contou com a presença do doutor e mestre em Física, Luís Carlos Crispino, pesquisador e professor titular do Curso de Física da Universidade Federal do Pará (UFPA). Para ele, o momento foi mais de aprendizado do que ensinamento ao lado das crianças.

“É um dia especial para eles, mas é especial para mim também. Essa possibilidade de troca entre as pessoas é que faz da profissão professor algo tão maravilhoso. E, no meu ponto de vista, não há felicidade maior do que aprender uma coisa nova”, assegurou o educador.

Estudantes-pacientes também fizeram experiências

Além do bate-papo, os estudantes-pacientes da Classe Hospitalar do Oncológico Infantil tiveram a oportunidade de interagir com alguns experimentos de física e astronomia, nas áreas de mecânica dos sólidos, mecânica dos fluídos, física térmica, ondulatória, acústica, óptica, eletromagnetismo e física moderna.

Por meio dos experimentos foram demonstrados conceitos de física e de ciências afins, de forma lúdica e interativa, que contaram com o apoio de três bolsistas estudantes do curso de física da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Atividades lúdicas ajudam no tratamento

A programação lúdica-educativa é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento das crianças, sobretudo em virtude das dificuldades que os pais enfrentam para conciliar a educação dos filhos e o tratamento contra o câncer, diz Jucinei Sena, 33 anos. Oriundo de Marabá, sudeste do Pará, ele e a esposa Letícia Sena, 33 anos, precisaram vir para a capital para dar início ao tratamento do filho João Victor, 5 anos.

Há dois anos, a família enfrenta a luta diária pelo restabelecimento da saúde da criança e conta com o apoio da equipe médica do Hospital Oncológico Infantil para vencer essa batalha.

Com três anos de idade o menino foi diagnosticado com leishmaniose visceral, ou calazar como também é chamada a doença. Primeiramente, a criança foi atendida no Hospital Municipal de Marabá, entretanto, os pais foram recomendados para fazer tratamento do filho em Belém, no Hospital Oncológico Infantil, referência no Pará, voltado ao tratamento do câncer em crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos.

“Somos gratos primeiramente a Deus e à equipe médica que tem acolhido muito bem o nosso filho. A parte escolar pra mim é muito importante! O João vem nesses dois anos sem estudar, temos dado apoio em casa, tanto na pintura quanto na alfabetização. Nós prezamos muito pela educação dele”, afirmou o pai.

Para trazer o filho a Belém, a família Sena precisou deixar para trás casa própria, carro e emprego. Hoje morando de aluguel e trabalhando com motorista de carro por aplicativo, Jucinei afirma que conta com o apoio de Deus e do Hospital para enfrentar as dificuldades em prol do restabelecimento do seu filho.

“Hoje vivemos de aluguel. Isso é o que pesa mais. Temos gastos com a alimentação do João Vitor, que é uma alimentação específica devido ao tratamento dele. Graças a Deus, o senhor tocou no coração do meu cunhado que cedeu um carro para que eu pudesse trabalhar. Não consigo ter 100% do meu trabalho já que meu filho precisa de 80% de mim. Trabalho a noite e passo o dia com ele no hospital. A gente crê que ele está se curando, mas vamos manter o tratamento.  Há um ano e oito meses ele não tem nenhuma reação forte”, relatou o pai.

Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência

Inaugurado em outubro de 2015, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é o primeiro da região Norte referência no tratamento e diagnóstico do câncer infantojuvenil, na faixa etária de 0 a 19 anos. Atende em sua totalidade pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e é 100% gratuito.

A casa de saúde possui uma estrutura de cinco pavimentos, com 98 leitos de internação, sendo 10 destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica. Segundo dados do hospital, atualmente há 427 pacientes em tratamento. Desses, 73 estão internados e outros fazem quimioterapia ou recebem serviços ambulatoriais.

Serviço

Os atendimentos são realizados a partir de um encaminhamento feito pela Central Estadual de Saúde, solicitado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).  

Para ajudar a família de Jucinei Sena, basta ligar para os números: (94) 99222-9947 ou (94) 99181-3922.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ