Covid e Influenza: Fiocruz aponta tendência de aumento de casos no Pará; Sespa contesta

As síndromes respiratórias causadas pelo coronavírus ainda são predominantes, mas estão no caminho de serem ultrapassadas pelos casos de gripe

Camila Azevedo
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O último Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra o Pará com sinais de tendência de aumento a longo ou curto prazo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A Semana Epidemiológica (SE) analisada pela instituição é a 42ª, que compreende o período de 16 a 22 de outubro. Em nota, a informação foi contestada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).

Já a capital, Belém, apresenta níveis moderados neste crescimento do mesmo período, conforme o estudo da Fiocruz. No Brasil, os casos de SRAG causados pela Influenza A - vírus da gripe - representam 24,6% do total dos números das hospitalizações, valor semelhante ao Sars-CoV-2 - covid-19 -, que fechou a SE com 26,4%. Ou seja, a expectativa é que haja uma inversão na principal fonte causadora das síndromes respiratórias.

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O médico infectologista Alessandre Beltrão explica que os casos podem estar relacionados à época sazonal de mudança climática sentida e às aglomerações típicas de outubro na capital. “Temos visto o aumento [da SRAG] não somente do vírus Influenza, mas causados também pela covid-19, posto devido ao período das eleições que tivemos na primeira quinzena de outubro e as festividades relacionados ao período da quadra nazarena, em que as pessoas tiveram aglomerações e a pulverização desses vírus, com a eventualidade de causar, até mesmo, as formas graves da doença”, explica o especialista.

Além disso, as dificuldades de levar a cobertura vacinal contra esses vírus até a meta também é fator determinante. “Essa antecipação da sazonalidade pode ser atribuída a questões referentes às grandes aglomerações e, também, a baixa cobertura vacinal do vírus influenza. Apesar de as pessoas já estarem protegidas contra a covid-19, a gente sabe que ao longo de alguns meses, especialmente a partir do sexto mês, essa proteção pode cair, fazendo com que as pessoas fiquem mais suscetíveis e corroborem para o repique de casos”, diz.

A recomendação dada pelo infectologista é de cuidado e proteção. “Quem têm comorbidades, idosos, gestantes, pessoas com algum grau de vulnerabilidade clínica, os imunossuprimidos, devem procurar se proteger evitando aglomerações, higienizando as mãos corretamente e usando máscaras adequadamente, para que a gente consiga minimizar os riscos”, finaliza Alessandre. 

Em nota, a Sespa afirma que o último caso de Influenza A que evoluiu para SRAG foi notificado na Semana Epidemiológica 30, que compreende o período de 24 a 30 de julho de 2022. “Desde então, não há registros de casos notificados”, completa o comunicado da pasta.

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