Comunidade católica de Capanema celebra 46 anos da festividade de Corpus Christi
Esse ano, a tradição foi reconhecida como bem cultural imaterial do Pará
A comunidade católica estava muito ansiosa e desde a madrugada desta quinta-feira (16), já ocupava as ruas de Capanema, no nordeste paraense, por onde passa a procissão de Corpus Christi há 46 anos.
A procissão desse ano foi uma das mais importantes da vida da dona Maria do Carmo Ribeiro, de 86 anos, e significou gratidão por ter passado pela pandemia da Covid-19 sem ter sido infectada. “Estou celebrando a vida. Por isso estou muito grata a Jesus de poder estar aqui. A volta após a pandemia significa que tudo passou e agora estamos retomando. Precisamos agradecer a Jesus”, contou a senhora que é moradora de Belém e há mais de 20 anos participa da festividade de Corpus Christi em Capanema.
A emoção também tomou conta da dona Hilma Figueiredo, de 79 anos. “Voltar a caminhar pelas ruas decoradas e ver todo mundo unido pelo corpo de Cristo enche meu coração de emoção e gratidão, porque após dois anos sem participar deu saudade e só agradeço a Jesus por este momento”, contou.
A festividade católica teve início às 7h da manhã com uma missa campal celebrada pelo arcebispo de Castanhal, dom Carlo Verzellet, em frente à igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Após a celebração, os fiéis caminharam pelas ruas da cidade com o Santíssimo Sacramento, que é o Corpo de Cristo exposto em um ostensório. O percurso de 1,3 quilômetro foi decorado com o tradicional tapete de serragem. Em 2021, a festividade chegou a ocorrer, mas de maneira reduzida.
A confecção do tapete de serragem foi feita por cerca de 300 jovens das paróquias de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e de Nazaré, com o tema "Eucaristia - Ápice da vida e da fraternidade", traduzido em 70 estampas. E esse ano, a tradição foi reconhecida como bem cultural imaterial do Pará. O título representa para a comunidade católica o reconhecimento do amor e dedicação dos jovens que não deixam a tradição morrer. “Nossa cidade sempre foi uma cidade muito religiosa e de tradição e nada mais justo do que receber esse título. Estou muito orgulhosa. O trabalho já vem de muito tempo e sempre feito por nossos jovens católicos”, falou a dona Maria Madalena da Silva.
Para dom Carlo Verzeletti, o título é um reconhecimento merecido porque a tradição do município é uma manifestação de um povo que ama a Jesus e faz tudo por Ele e para Ele. “Esta era uma expectativa grande da população e não é uma manifestação de uma ou duas pessoas, mas de um povo, de uma comunidade e por isso é um reconhecimento merecido, pois valoriza o que o povo faz por amor a Jesus num clima de mutirão e de partilha valorizando os dons que cada um tem. Também é um incentivo para continuar a fazer melhor”, disse.
Solidariedade
A comunidade católica iniciou na última quarta-feira (15), um Tapete Solidário juntamente com uma exposição sobre os 46 anos da festividade. O Tapete Solidário será formado com a doação de um quilo de alimento para repasse à famílias de baixa renda. No domingo (19), após a missa das 17 horas, o Santíssimo Sacramento sairá em carreata pelas ruas do município.
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