Câncer de pele: 40% dos casos na região Norte são do Pará; fila de cirurgia tem 180 pessoas

A doença, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), pode acometer 2,4 mil paraenses até o final do ano. Mutirão do HOL já atendeu 40 pessoas do total de 180 pessoas com lesões na pele após desenvolverem câncer

O Liberal
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Entre 2013 e 2021, cerca de 40% (2.234) dos casos de tumores cutâneos registrados na região Norte foram diagnosticados no estado do Pará. Os dados são do Painel da Oncologia Brasil. E, conforme a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença pode ser diagnosticada em 2.440 paraenses até o final de 2023. A idade, o sexo e a alta exposição aos raios ultravioletas contribuem para uma maior incidência desse tumor. O câncer de pele não melanoma é o tumor mais incidente no país, responsável por 31,3% dos registros. Muitas vezes, costuma deixar lesões. No estado, pelo menos 180 pacientes aguardam cirurgias reparadoras dessas marcas.

Para corrigir o passivo na rede pública, o Hospital Ophir Loyola (HOL) iniciou um mutirão de cirurgias de reparação de lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas  expostas do corpo, principalmente na face, causadas por câncer de pele. A ação “Mutirão de Cirurgia Plástica - Reconstrução da Cabeça e Pescoço" já atendeu 40 pessoas. O procedimento restabelece a função e a forma das áreas afetadas e garante uma melhor qualidade de vida.

Um levantamento realizado pela Superintendência do Instituto de Oncologia identificou uma demanda reprimida à espera da cirurgia de cabeça e pescoço no hospital. “Resolvemos elaborar um plano de ação junto com a equipe da cirurgia plástica para dar celeridade à cirurgia reconstrutora destes pacientes. Selecionamos aqueles elegíveis a pequenas cirurgias, as quais não precisam de internação. O projeto iniciou em março e será mantido durante 90 dias até zerar a fila”, elucidou a superintendente, Ana Paula Borges.

“A maioria dos pacientes vive na zona rural e desenvolviam atividades de pesca e agricultura em que ficavam muitas horas expostos ao sol sem a devida proteção. Eles tiveram a vida laboral e social prejudicada por lesões desfigurantes, uns escondem com curativos e chapéus, outros preferem não sair de casa, causando muito sofrimento ao paciente. A nossa pretensão é agilizar esses atendimentos e garantir um retorno social a essas pessoas”, disse a superintendente.

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Cirurgias são realizadas no ambulatório e podem levar menos de uma hora

Os procedimentos são feitos com anestesia local na sala de pequenas cirurgias, localizada no ambulatório toda sexta-feira de cada mês. “Em média, a retirada da lesão mais a reconstrução dura cerca de 30 a 40 minutos. Aqueles pacientes em estágio mais avançado ou que apresentam recidivas podem ser submetidos à radioterapia ou quimioterapia. O tratamento depende das características do tumor, como tamanho, tipo e localização”, informou o cirurgião plástico Luiz Fernando Barros.

“A maioria são idosos do sexo masculino que trabalhavam no campo e desenvolveram lesões de pele na região da face. A faixa etária com maior prevalência é de 60 a 75 anos”, destacou Barros. Após o procedimento, os pacientes recebem acompanhamento clínico com consultas e exames periódicos para diagnosticar possíveis recidivas, conforme a definição do dermatologista.
Barros explica ainda que a cirurgia remove o tumor junto com uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança, e  tratamento tem altos índices de cura. “Somente após a análise da pele retirada, a incisão é fechada e a ferida reconstruída com retalho posicionando o tecido sobre a pele ou utilizando enxerto de pele saudável retirada de outra área do corpo do paciente”, esclareceu o especialista.

Em alguns casos selecionados, é feita a cirurgia micrográfica de Mohs, na qual o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor dele. “Esse método é indicado para tumores mal delimitados ou áreas críticas, como no rosto, a fim de evitar grandes cicatrizes”, acrescentou o médico cirurgião plástico Igor Nagai.

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