Barcarena inaugura a nova praça Batista Campos

A inauguração foi marcada pela presença de antigos moradores e autoridades que juntos participaram da celebração de uma missa na histórica igreja do bairro, onde fica o vilarejo mais antigo da cidade.

Larissa Costa
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Na última semana, 24/11, a Vila São Francisco, sede mais antiga do município de Barcarena, recebeu uma nova praça chamada Batista Campos, rememorando a vida de Cônego Batista Campos, personagem da história paraense que viveu os últimos dias da sua vida na cidade de Barcarena, como fugitivo.

A praça com trapiche de concreto, coreto, playground e grama sintética, embelezou ainda mais o vilarejo que foi palco dos mais relevantes acontecimentos da história barcarenense, segundo o professor barcarenense, doutor em história, Leno Guimarães.

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A inauguração foi marcada pela presença de antigos moradores e autoridades que juntos participaram da celebração de uma missa na histórica igreja do bairro, celebrada pelo frei José de Arimatéia. Logo após, foi inaugurado um monumento em homenagem a São Francisco Xavier. A imagem do padroeiro foi fixada no centro da praça.

image Novo trapiche faz parte do espaço (Ascom Barcarena)

 

Quem foi Cônego Batista Campos?

O nome da praça, em homenagem ao cônego, é justificada pelo professor Leno que fala sobre a participação ativa do personagem religioso nos acontecimentos ligados ao movimento da independência na província, por meio do jornalismo. “Foi por conta de suas ideias sobre liberdade, de defesa dos sentimentos nativistas que ele fabricou amigos e inimigos”, conta o professor.

Cônego Batista Campos faleceu por complicações de saúde, em dezembro de 1834 e seu corpo sepultado no interior da Igreja de São Francisco Xavier pelo cônego Francisco da Silva Cravo e outros. Passados 63 anos do ocorrido o republicano trouxe uma considerável comissão na missão de salvar a memória de Batista Campos.

 “Em uma concorrida reunião que se deu no interior desta igreja de São Francisco Xavier, os restos mortais do cônego foram identificados e recolhidos em uma pequena urna de mármore previamente feita e colocada na parede do templo, bem como foi descerrada uma placa comemorativa em homenagem ao ato que se deu naquele dia”, conta o doutor em história.

A partir daquele dia a “rua da praia” deixava de ter aquela denominação para se chamar rua e Praça Cônego Batista Campos, assim como uma dezena de lugares, na capital do Pará. “De perseguido dos tempos da cabanagem, o cônego passaria a mártir da república, sendo todo o reconhecimento e celebração feita neste lugar que hoje estamos assistindo a revitalização física e por conseguinte memorial de tantas e tantas histórias, grandes ou singelas, mas ela se deram neste espaço”, exclamou o professor Leno.

A moradora Ângela dos Santos de Jesus, 43 anos, que nasceu na comunidade confirma o fato de haver um resgate cultural e valorização da história, além de uma ‘nova vida’, proporcionando um lugar digno de lazer. “Nossa comunidade estava sem cor, sem vida. Hoje as famílias do bairro têm um lugar digno para levar seus filhos para contemplarem a beleza do nosso rio em volta. O trapiche não é só um local de desembarque para os ribeirinhos e alunos, mas um lugar de lazer para aqueles que nos fins de semana ou feriados ali vão para se banharem”, comenta.

Tradição 

A Vila de São Francisco Xavier foi palco dos importantes acontecimentos durante os agitados anos da Cabanagem. As terras, pertencentes ao português Francisco Rodrigues Pimenta, desde a segunda metade do século XVII, foi doada aos padres jesuítas para o estabelecimento da missão dos Gibirié em 1709, levantando então a igreja que ainda serve de matriz.

Cultura 

O evento religioso de maior destaque do vilarejo é a festa do Santo padroeiro da de São Francisco Xavier, realizada no dia 3 de dezembro.
 

 

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