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Altamira e Vitória do Xingu destacam-se com destinação ambientalmente adequada de lixo, no Pará

As duas cidades do sudoeste paraense são destaque no painel especializado do Ministério do Meio Ambiente

Fabyo Cruz
fonte

Apenas duas cidades paraenses possuem destinação ambientalmente adequada de lixo, segundo dados do painel do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conforme apurou a reportagem de O Liberal, somente Altamira e Vitória do Xingu, na região sudoeste do Pará, têm aterro sanitário. Outros 62 municípios estão em situação inadequada e 80 não declararam quanto à disposição final do material ou substância que produzem.

Quando entregamos diariamente os restos de alimentos ou produtos sem utilidade aos caminhões coletores, acreditamos que o problema do lixo acaba ali, porém não é isso o que afirmam alguns especialistas. A destinação final incorreta dos resíduos sólidos pode incidir em impactos ambientais e à saúde humana. No Brasil, tudo o que é descartado vai a um destes três lugares: lixões, aterros controlados ou aterros sanitários. O Lixão é a forma mais antiga e mais poluente de descarte, sendo a mais utilizada pela maioria das “cidades pequenas”, afirma Renato Fanha, geólogo e gestor de resíduos.

“No lixão, os resíduos orgânicos não são separados então existem várias doenças que podem ser proliferadas por diferentes vetores, como ratos, gatos e outros. Os gases produzidos também são liberados sem nenhum tratamento para a atmosfera, além das queimas realizadas pelas pessoas que acessam esses lugares para poderem coletar metais como cobre. Essas pessoas conseguem entrar nos lixões, pois não existe um controle de entrada e saída nesses lugares”, disse o geólogo.

Já o aterro controlado é uma forma criada de minimizar os impactos do lixão, diz o especialista. Renato afirma que o aterro sanitário é a forma ambientalmente correta, mas faz algumas observações: “devido à falta de incentivo à reciclagem, compostagem, o que era para ser um problema pequeno se torna um problema volumoso. Com isso, muitos municípios recorrem ao Estado para criarem consórcios, onde vários prefeitos se reúnem e realizam juntos a coleta, reciclagem e destinação de resíduos, como é o caso de Belém, Ananindeua e Marituba. Isso viabiliza porque torna menos dispendioso para cada prefeitura realizar uma grande obra”.

No Pará, 12 cidades utilizam aterros controlados e 50 destinam seus resíduos aos lixões, esse último corresponde a 78% dos municípios paraenses. Entretanto, Altamira e Vitória do Xingu vão na contramão dessa realidade.

 

Altamira

 

Dados da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente (Semma), de Altamira, mostram que a média mensal de lixo descartado ano passado  corresponde a: 1.957.719 kg para resíduos domiciliares; 876,991 kg para resíduos de construção civil; 34.375 kg para resíduos de vegetação; e 308.634 kg para resíduos de lodos e borras.  Anteriormente ao ano de 2013, todo o resíduo sólido urbano era destinado a um lixão existente na área urbana do município, que foi remediado no mesmo ano e desativado, atualmente, encontra-se em fase de monitoramento ambiental.

image O aterro sanitário possui estação de tratamento de lixiviado (chorume), com capacidade instalada de tratamento de até 29 m³/ dia (Divulgação/Semma Altamira)

A partir de 2013,  todo resíduo sólido urbano gerado em Altamira, coletado pelo Departamento de Limpeza Pública (DLP) passou a ser destinado ao aterro sanitário municipal,  que possui capacidade inicial instalada para comportar até 180.000m³, dispostos em três células existentes no aterro, que possuem vida útil estimada em 9,32 anos por célula, totalizando 27,96 anos, com a possibilidade de expansão para mais cinco células de igual capacidade. O aterro sanitário possui estação de tratamento de lixiviado (chorume), com capacidade instalada de tratamento de até 29 m³/ dia.

 

Vitória do Xingu

 

O município possui um aterro sanitário que conta com lagoas de tratamento que tratam todo chorume que escoam das células inativas e ativas. A coleta dos resíduos é realizada pela pasta de Obras, em horários pré-estabelecidos, e os resíduos são encaminhados ao aterro, explicou a titular do Meio Ambiente, Cinthia Hoffman. Segundo a secretária, a prefeitura de Vitória do Xingu incentiva a redução, reutilização e a reciclagem por meio de campanhas de educação ambiental, orientação e conversas diretas com os moradores locais e comerciantes.

“Sempre que possível a Semma oferta cursos, orientando e ensinando a reutilização de resíduos básicos, como o óleo de cozinha usado. Outras formas indiretas de estímulo ao reaproveitamento são através de lembranças, em datas comemorativas, por exemplo, na Semana da Água foram confeccionados e entregues potes porta treco, feitos com potes de vidro, como pote de café, palmito e outros, desta forma, incentivando o artesanato e ensinando uma possível fonte de renda, além de está colaborando com o meio ambiente”, disse Hoffman.

 

 

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