Professor publica comentários homofóbicos: ‘inquisição que limpe esse lixo humano’
Alunos denunciaram o docente da Universidade de Aveiro, que abriu um inquérito para apurar o fato. Em entrevista, ele admite a discriminação: ‘com certeza que sou homofóbico’

Um professor da Universidade de Aveiro, em Portugal, causou revolta nas redes sociais após publicar comentários homofóbicos em sua página pessoal no Facebook. No texto, Paulo Lopes fala sobre a campanha publicitária “ABCLGBTQIA+”, promovida pela Fox Live por meio de cartazes espalhados no transporte público do Porto e Lisboa. O docente afirmou que a propaganda é “mais um atentado à inteligência e também à normalidade por parte de organizações ‘terroristas’ que nos tentam impor à força os seus desvaneios”. As informações são dos sites JN e Observatório e da TVI, de Portugal.
Sob o título “LGBTABCHmaisnaoseioquêparaoraioqueosparta!”, Paulo Lopes continua os seus ataques. “Acho que essa bosta tem nome de “ideologia de gênero” e constitui um dos grandes perigos civilizacionais que teremos que começar a enfrentar”, escreveu. Em um trecho, em ele chega a afirmar que é necessário “urgentemente”, uma “inquisição que limpe esse lixo humano (?) todo”.
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Os comentários causaram uma onda de revolta em Portugal. Já havia queixas contra o mesmo professor, que atua no Departamento de Física, devido a publicações com teor discriminatório, o que levou a reitoria da Universidade de Aveiro a abrir um processo de inquérito, no ano passado.
Com a nova publicação, a Instituição afirmou que “atuará em conformidade, com rapidez e firmeza” contra as condutas que “possam interferir” com um “ambiente de respeito e confiança”, não tolerando “discursos de ódio, de discriminação ou de incitação à violência, qualquer que seja a sua natureza, origem ou contexto”.
“A Universidade de Aveiro é hoje reconhecidamente um espaço onde se cruzam diferentes mundividências e onde se promove ativamente a cooperação, a diversidade e a tolerância e onde convivem mais de 90 diferentes nacionalidades”, diz o comunicado oficial. A reitoria acrescenta “que tem absoluto respeito pelos valores da dignidade e igualdade da pessoa humana, como aliás se encontra estatutariamente estabelecido”.
“Com certeza que sou homofóbico”
Entrevistado pela emissora portuguesa TVI, Paulo Lopes manteve o posicionamento anterior. “Homofóbico, com certeza que sou!” declarou. Questionado se tem conhecimento que discriminação é crime em Portugal, ele responde: “Então, façam queixa à polícia e prendam-me!”
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O professor disse que é alvo “de associações de LGBT, mais pedófilos, mais assassinos em série”. Ele ainda faz apologia à violência. “Há muita coisa que só se resolve com violência”.
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