Presidente do México se manifesta sobre assédio e confirma prisão do agressor
Presidente Claudia Sheinbaum foi vítima de assédio sexual em via pública na Cidade do México
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, se manifestou nesta quarta-feira (5) sobre o episódio de assédio sexual que sofreu na véspera, enquanto se dirigia a uma reunião caminhando a partir do Palácio Nacional.
Durante sua tradicional coletiva matinal, a chefe do Executivo relatou como ocorreu a situação: “Decidimos ir a pé [do Palácio Nacional ao Ministério da Educação Pública para a reunião]. Muitas pessoas nos cumprimentaram ao longo do caminho, sem problemas, até que esse homem completamente embriagado se aproximou e eu sofri esse assédio”, disse.
Imagens gravadas em vídeo mostram Sheinbaum andando pelas ruas da Cidade do México, sendo abordada por apoiadores. No entanto, em um determinado momento, um homem tenta beijá-la e apalpar seus seios, sem seu consentimento.
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A presidente informou que apresentou uma denúncia à Procuradoria-Geral da Cidade do México, responsável pelas investigações, e confirmou que o agressor já foi detido.
“Se eu não apresentar uma queixa, o que será de todas as mulheres mexicanas? Se isso acontece com a presidente, o que acontecerá com todas as jovens do nosso país?”, questionou Sheinbaum, destacando o impacto simbólico da ação.
A legislação local considera o assédio sexual como crime, conforme previsto no Artigo 179 do Código Penal da Cidade do México, prevendo pena de até três anos de prisão para quem praticar conduta sexual indesejada com prejuízo à dignidade da vítima.
Segundo a presidente, o homem também teria abordado outras mulheres na mesma rua, o que motivou sua prisão na noite de terça-feira, por volta das 21h (horário local). Ele está sob custódia da Procuradoria de Crimes Sexuais da Cidade do México, conforme registrado pelo Registro Nacional de Detenções.
A Secretaria de Segurança Cidadã (SSC) informou que o suspeito foi detido na região do Centro Histórico, sendo considerado possível autor de assédio contra várias mulheres. A SSC também confirmou que ele está diretamente envolvido no caso de Sheinbaum e em pelo menos mais duas ocorrências similares no mesmo dia.
A CNN informou que entrou em contato com a Procuradoria responsável pelas investigações para obter detalhes sobre os próximos passos do processo.
Presidente do México decide não reforçar segurança após o caso
Mesmo após o incidente, Claudia Sheinbaum declarou que não pretende ampliar seu esquema de segurança. “Não podemos nos distanciar do povo; isso seria negar de onde viemos e quem somos. (...) Nossa equipe continuará nos apoiando, mas precisamos estar próximos do povo", afirmou.
Ela também garantiu que, até o momento, não há risco concreto à sua segurança: "Não enfrentamos nenhum risco conhecido. Se houver algum risco, o Gabinete de Segurança nos informará, mas não há risco para nós, então continuaremos como temos feito.”
Sheinbaum conta com o apoio da Equipe de Segurança Presidencial, grupo criado durante o governo do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, após a extinção do Estado-Maior Presidencial, responsável anteriormente pela proteção dos presidentes mexicanos.
No entanto, especialistas como o professor Raúl Benítez-Manaut, da Universidade Nacional Autônoma do México, apontam que a dissolução do antigo órgão de segurança deixou uma lacuna na proteção da Presidência, ainda não completamente solucionada.
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