Cúpula da OCS na China desafia influência ocidental e expõe tensões internas do grupo

Estadão Conteúdo

O presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, estão entre os líderes que participam cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que acontece na China. O encontro promete reforçar a visão de um mundo multipolar - e servir como contraponto às posições instáveis dos Estados Unidos sobre comércio e conflitos regionais.

Formada originalmente em 2001 por China, Rússia e ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, a OCS cresceu em número e influência, mas continua envolta em mistério quanto a seus objetivos. Hoje, conta com dez membros: Rússia, China, Índia, Irã, Belarus, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. A adição recente de países como Irã e Belarus - alvos frequentes de sanções do Ocidente - alimenta a percepção de que o bloco caminha para um eixo antiocidental.

Embora a aliança seja dominada economicamente pela China e usada pela Rússia para manter influência na Ásia Central, a entrada da Índia desafia esse equilíbrio. Nova Délhi adota uma postura de neutralidade estratégica: ampliou a compra de petróleo russo desde o início da guerra na Ucrânia, mas evita apoiar abertamente os interesses de Moscou e Pequim. A Índia já sinalizou que não assinará a declaração conjunta da cúpula, criticando a ausência de condenação a um ataque terrorista na Caxemira em abril - o que revela as fraturas internas do grupo.

A China, anfitriã do encontro, tem usado a OCS para reforçar sua imagem de liderança global e promover o chamado "Espírito de Xangai", baseado em cooperação e respeito mútuo. Ainda assim, especialistas apontam que a organização carece de ações concretas e coesão política.

A cúpula ocorre na véspera do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, que será celebrado com um desfile militar em Pequim.

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