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Cônsul era violento e arrogante, revelou amigo de belga morto por marido no Rio de Janeiro

Testemunha informou que agressões e violência psicológica eram constantes no relacionamento

Carolina Mota

Um amigo do belga Walter Henri Maximilien Biot, morto no dia 5 deste mês, contou à polícia que a relação entre o cônsul alemão e o marido era marcada por discussões, humilhações e brigas violentas. De acordo com o depoimento, Walter havia relatado que sofria agressões físicas e psicológicas do marido, o cônsul Uwe Herbert Hahn, de 60 anos, que está preso desde o último sábado (6), acusado pelo crime. 

A testemunha foi ouvida pela 14ª Delegacia de Polícia (Leblon), que investiga o caso, na tarde de segunda-feira ()8, juntamente com a diarista que trabalhava para o casal. As informações são do portal Metrópoles.

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Segundo a testemunha, “Uwe era um pessoa extremamente arrogante, e não raro escutava o cônsul dizer: ‘Eu sou diplomata e nada pode me acontecer”’.

Também afirmou que Uwe fazia uso constante de drogas e que mandava Walter adquirir os entorpecentes. O casa chegou a se separar por alguns meses, mas o belga retornou para o Brasil pouco depois.

“Walter tinha um grande amigo na Bélgica, que também era muito rico. Por não tolerar mais as humilhações do marido, ele resolveu se separar. O amigo belga arcou com toda sua mudança de volta para o país, mas, após três meses Walter retornou ao Brasil e retomou o casamento”.

Após a morte do amigo na Bélgica, Walter recebeu uma herança de 600 mil euros (cerca de R$ 3,1 milhões), de acordo com a testemunha, o que acirrou ainda mais as brigas entre o casal, já que Walter não dependia mais financeiramente de Uwe.

“A partir daí, as brigas aumentaram, porque Uwe não podia mais 'diminuir' o marido. Walter passou a ter seu próprio dinheiro, realizando suas tarefas por conta própria, o que causava extrema irritação em Uwe”, relatou a testemunha.

“Walter passou a relatar ao declarante que aconteciam brigas diárias, relatava ter vergonha dos vizinhos, uma vez que a gritaria era constante e, por diversas vezes, objetos eram atirados um contra o outro. O belga também relatava ao declarante que diariamente o casal falava em separação”, diz o depoimento.

Agressão

No depoimento, a testemunha afirmou que, ao entrar em contato com o irmão de Walter para avisar sobre sua morte, soube que uma agressão havia sido  relatada pelo belga.

“Pascal [irmão de Walter] confidenciou, mostrando um print de uma mensagem que Walter havia lhe enviado, na qual relatava ter sido agredido por Uwe no dia 17 de julho; e que ele [Walter], inclusive, havia manifestado o desejo de reportar o fato às autoridades policiais no Brasil”.

(*Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política)

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