Transporte público: usuários denunciam problemas recorrentes no serviço

O transporte público coletivo é alvo constante de reclamações de quem depende exclusivamente desse tipo de condução. A equipe do Eu Repórter recebeu várias denúncias de passageiros insatisfeitos com o serviço, nos municípios de Ananindeua e Belém.

Usuários das linhas locais, como Cidade Nova 5, 6 e 8, 40 Horas, Curuçambá, Guajará, Icoaraci, Pedreira, Cremação, entre outras, relatam sobre a estrutura, frota e demora com que o serviço é oferecido à comunidade.

Ônibus com assentos quebrados, janelas e passagens de ar emperradas, portas dianteiras e traseiras que não fecham, carros que falham e pneus que furam durante o trajeto, o que contribui para a demora na viagem de quem precisa chegar ao seu destino.

"O ônibus estava chegando no Ver-o-peso, bem rápido, quando ouvimos um barulho alto. Achamos até que alguém havia sido atropelado, mas era o pneu que tinha estourado" informou um denunciante que optou por não se identificar, a respeito da Linha 40 Horas-Ver-o-peso.

Ele afirmou que os passageiros esperaram cerca de 50 minutos para serem levados por outro carro.

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Além dos problemas de estrutura, a superlotação e o longo período de espera nas paradas, deixam os usuários ainda mais frutrados. Segundo informações, a espera costuma variar de 40 minutos a 1h30, sem a certeza de que a viagem será feita, pois, nem sempre os ônibus param no local, seja por estar lotado ou por "má vontade" por parte do motorista.

"Todos os dias, o ônibus passa lotado e quando o sinal está aberto, em muitos casos, o motorista nem para, até quando possui espaço pra entrar", afirmou denunciante anônimo.

Vinícius Santos, de 23 anos, estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), diz que a situação influencia diretamente nas atividades acadêmicas, já que muitos alunos chegam atrasados. "Tem sido extremamente complicado chegar antes das 08h30 nas aulas de terça e quinta. Nesses dias, costumo ir para a parada por volta das 06h, mas só consigo pegar algum ônibus que vá para a UFPA por volta das 7h", disse. 

"Por conta da aparente redução na frota de ônibus, muitos veículos estão vindo superlotados, sem esquecer dos que quebram no percurso por estarem sucateados. Nesse contexto, geralmente, só consigo pegar o quarto ônibus, já que os anteriores sequer param", contou Vinícius.   

Uma outra aluna, dessa vez, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), informa que a volta para a casa é um momento onde muitos alunos passam horas esperando. "Ontem, por exemplo, 3 carros da linha Curuçambá ficaram no "prego". Voltei pra casa às 21h sendo que estava ali desde as 18h", afirma.

Em nota, a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito de Anaindeua (Semutran) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel), informaram que estão cientes da situação do serviço e que o maior motivo foi a Pandemia da Covid-19.

A Semutran informa que, a grande queda de passageiros no período pandêmico impactou o sistema de todo o país, inclusive o do Pará, mas que continua com as fiscalizações com a finalidade de manter a regularidade na oferta e na qualidade do serviço público.

A Setransbel diz que as empresas de ônibus enfrentaram a pandemia sem qualquer apoio do poder público: "não receberam subsídios nem foram amparadas com desonerações no custo", o que justifica eventuais deficiências na prestação do serviço.

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(Carolina Mota, estagiária, sob supervisão de Eduardo Laviano)