Do caos à glória: o ano que recolocou o Remo na Série A

Após 31 anos, Leão Azul supera turbulências, troca de comando e vive arrancada histórica para voltar à elite do futebol brasileiro

Luiz Guillherme Ramos
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A temporada de 2025 entrou para a história do Clube do Remo como um ano de virada. Marcada por altos e baixos, a campanha teve como ponto máximo o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, conquista que encerrou uma espera de 31 anos e recolocou o Leão Azul entre os principais clubes do país. Ao longo do ano, o Remo viveu diferentes cenários, que ajudaram a construir um dos capítulos mais significativos de sua trajetória recente.

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O início da temporada trouxe sinais positivos. Recém-promovido da Série C, o Remo manteve uma base do elenco do acesso e entrou em janeiro sob o comando de Rodrigo Santana. O time reuniu experiência, com Marcelo Rangel no gol, e apostas ofensivas como Ytalo e Felipe Vizeu, que marcaram logo na estreia do Campeonato Paraense, na goleada por 5 a 0 sobre o São Francisco. A sequência inicial foi consistente, com nove jogos de invencibilidade entre o Estadual e a Copa Verde.

O título paraense confirmou o bom momento no começo do ano. O Remo encerrou o Parazão com a melhor campanha, somando 26 pontos em 12 jogos e o melhor ataque da competição. Com o avanço do calendário, no entanto, o cenário mudou. Vieram as eliminações na Copa Verde, em fevereiro, diante do São Raimundo-RR, e na Copa do Brasil, em março, após derrota em Belém para o Criciúma, resultados que marcaram uma mudança de rumo na temporada.

As quedas levaram à saída de Rodrigo Santana. Daniel Paulista assumiu o comando técnico, com Sérgio Papellin à frente do departamento de futebol. Campeão estadual, mas fora das competições eliminatórias, em abril o Remo inicia a Série B com um objetivo definido: fazer uma campanha sólida e garantir a permanência. Com o passar dos meses, essa meta seria superada e transformada no feito que marcou para sempre a temporada azulina.

De cara, o Remo ficou nove rodadas sem perder, fato que o manteve entre os líderes da competição, até a chegada de duas “tempestades” que quase arrasaram o Baenão. A primeira foi a saída de Papellin, no fim de maio. O executivo, responsável por um time coeso e promissor, deixou o clube para assumir o cargo no Fortaleza. Para apagar o incêndio, o presidente Tonhão respondeu à altura e, trouxe o ex-Flamengo Marcos Braz. Em seu primeiro ato, já em junho, Braz teve de lidar com outro problema: a saída de Daniel Paulista, rumo ao Sport.

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Em pouco tempo, o Remo sofreu um baque duplo, tudo isso ainda até a 10ª rodada da Série B. Ainda em junho, com Braz no comando, o clube trouxe o treinador português António Oliveira, estreando com derrota no Re-Pa da 13ª rodada. Foi o início de um breve caos, que durou até setembro, quando se encerrou a passagem do treinador e o time caiu para a oitava colocação, contando com a falta de regularidade dos adversários, que não conseguiram se distanciar do Leão Azul, mesmo com uma campanha de apenas quatro vitórias em 14 jogos.

O excesso de empates e as derrotas em casa para Paysandu, Ferroviária, Criciúma e Atlético-GO deixaram a torcida furiosa, forçando a demissão promovida pela diretoria. Sem grandes expectativas e com um elenco totalmente modificado, o Remo parecia querer apenas cumprir protocolo, até a chegada de um nome pouco conhecido dos paraenses, para literalmente salvar a temporada. O nome dele era Guto Ferreira, chegando a Belém com um apelido e um sonho.

A aura do agora “Gordiola” encantou os azulinos, impondo uma arrancada avassaladora rumo ao G4. Da 29ª à 34ª rodada, o Remo atropelou os adversários: CRB, Operário-PR, Athletico-PR, Paysandu, Athletic e Cuiabá. Foram seis vitórias seguidas, coroando a grande fase de Pedro Rocha, dono da artilharia da Série B, com 15 gols.

Os últimos meses do ano viraram uma gangorra emocional, com o Remo forçando a volta ao G4 até a 33ª rodada. Por obra do destino, na 37ª e penúltima rodada, o time despencou para o sexto lugar, restando apenas um jogo, contra o Goiás, também na luta pelo acesso. No confronto derradeiro, contudo, o Leão Azul engoliu o Esmeraldino, com dois gols de Pedro Rocha e um de João Pedro. Como se não bastasse, o Cuiabá venceu o Criciúma, abrindo caminho para o apogeu azulino, eternizado no dia 23 de novembro de 2025: o retorno à Série A após 31 anos. 

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