Projeto promove inclusão de Pessoas com Deficiência nas corridas de rua em Belém PcDs estão cada vez mais participando de corridas de rua, essa inclusão é um avanço importante tanto para o esporte quanto para a sociedade em geral Thaís Neves 21.09.24 8h00 Foto: (Isabelle Ferreira / Especial para O Liberal) O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é celebrado neste sábado (21) em todo Brasil. A data serve como um momento de reflexão e conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência, além de promover ações voltadas para inclusão, acessibilidade e a igualdade de oportunidades. No esporte, pessoas com deficiência (PcDs) estão cada vez mais participando de corridas de rua, essa inclusão é um avanço importante tanto para o esporte quanto para a sociedade em geral. Muitos fatores têm contribuído para essa participação, desde adaptações em competições até o aumento da conscientização sobre a importância do esporte inclusivo. Em Belém, o Projeto Avante, voltado para corredores de rua com deficiência, tem ganhado destaque. A iniciativa foi idealizada em 2020, durante a pandemia da Covid-19, e, após esse período, o grupo se uniu para buscar investimentos e recursos, dando continuidade ao projeto. VEJA MAIS Atividade de canoagem promove diversão e reabilitação para PCDs em Belém O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) promoveu, nesta quinta-feira, uma atividade de canoagem adaptada às margens da Baía do Guajará Corrida de rua em Belém se torna alternativa para quem busca qualidade de vida O esporte é fundamental também para quem quer vencer obstáculos e superar desafios na vida, como é o caso da corredora Carolina Picanço, de 37 anos, que iniciou sua trajetória na corrida de rua após vencer o câncer Glória Henriques, de 41 anos, é uma das coordenadoras do projeto, juntamente com Douglas de Oliveira, eles são os pais da pequena Alba Lee, de 7 anos, que teve paralisia cerebral e hoje é corredora. Glória explica que o projeto se tornou muito visível para eles e também para outras pessoas. “Hoje, tanto em Belém como nos interiores, todos somos conhecidos. Existem vários atletas em Belém e nos interiores, como em Barcarena, Castanhal, Santa Izabel, por onde você vai há um PcD corredor de rua, há PcD atleta”, conta Ainda de acordo com Glória, a ideia surgiu após ela e a filha estarem assistindo uma corrida na qual Douglas estava participando. “Não tinha quem ficasse com a Alba e eu fiquei esperando. Ele (Douglas) deu uma ênfase de pegá-la na chegada, carrega-la no colo e isso chamou a atenção de um amigo que perguntou por que a gente não corria? Aí falamos que não tinha como correr com ela na cadeira de rodas, esse amigo perguntou se nunca havíamos visto um triciclo, que é uma adaptação diferente para os pais correrem com as crianças. Eu não tinha visto, mas fui pesquisar”, relata. A participação de PcDs em corridas de rua tem crescido nos últimos anos, tornando o esporte mais inclusivo e diversificado. “Hoje o meu projeto está voltado para pessoas iniciantes, com famílias que nunca correram e querem correr, um vai ajudando o outro. O projeto acaba influenciando famílias que estavam separadas, eu e o pai da Alba somos separados, mas vivemos em harmonia por ela”, ressalta Glória. David Nahon, de 36 anos, é corredor rua pelo Projeto Avante, o atleta tem desde 1 ano de idade deficiência física e mental e encontrou no esporte qualidade de vida para vencer suas limitações. Dentre os desafios enfrentados por David está falta a de acessibilidade. “São muitos desafios, como as calçadas das ruas de Belém, sempre que estou treinando encontro calçadas irregulares”, relata. O atleta ainda falou sobre sua rotina de treinos e fez um pedido em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. “Eu treino três vezes por semana no Portal da Amazônia, o que eu peço é mais acessibilidade e mais inclusão para as pessoas com deficiência”, diz. Já para Alice Silva, mãe da pequena Vânia, de 12 anos, o convite para participar do projeto veio de um amiga. Vânia assim como Alba Lee, teve paralisia cerebral e hoje também é corredora de rua. " A vida dela em si já é muito clinica, casa e escola, por ela ser uma menina cadeirante, então limita muito ela ir para a rua brincar com outras crianças. Eu já tinha vontade de participar de uma corrida de rua, até porque é um local diferente, onde tem crianças iguais a ela. E aí uma amiga convidou, ela foi a primeira vez e fez um ano agora em setembro, a partir daquele momento a gente não quis mais parar", comenta. Corrida de rua | PcDs Foto: Isabelle Ferreira / Especial para O Liberal Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Foto: Arquivo pessoal / projeto Avante Segundo Alice, os benefícios da corrida de rua, não ajudaram apenas a filha, mas a ela também. " Eu vi que não foi um beneficio só para ela, mas para mim também que levo uma vida sedentária cuidando apenas dela. Acabei me tornando atleta, hoje eu corro com ela e faço minha inscrição separadamente para que eu possa ganhar uma medalha e ela ganhar a dela como PcD", conta. A mãe de Vânia ainda explica sobre a importância do esporte na melhora física e emocional tanto dela quanto da filha. “Eu vejo a corrida de rua para ela como uma distração, porque a gente conhece novas pessoas, lida com crianças iguais a ela e as vezes até mais debilitadas, eu vejo que ela fica muito feliz. É bom para saúde mental, ela acorda cedo para estar lá. A criança cadeirante quando ela sai do seu ambiente de dentro de casa, na rua ela sente cheiros diferentes, vê pessoas diferente e ela pode se ver como uma pessoa normal, ela pode ser uma atleta, não precisa andar para ser uma atleta”, ressalta. Nesse dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, Alice deixa um recado. “ Nesses 12 anos que estou com ela nessa luta, eu vejo que tem pais que se trancam, que tem vergonha dos seus filhos, ficam só dentro de casa. Pai, mãe de uma criança com deficiência, não dê limitação para o seu filho. Eu aprendi muito com a Vânia, não é porque ela é uma cadeirante que ela não pode fazer um esporte. Tem tantas coisas acessíveis para eles, um futebol, uma natação. A gente vê aí nas paraolimpíadas, então não tenha vergonha do seu filho, leve ele sim, isso é um cuidado não só para o seu filho, como para você mesmo. Você que vive na sua casa, só naquele ambiente de cuidar de filho, de dar a alimentação pela sonda de fisioterapia, você fica acabado. E quando você sai e participa de um esporte, você muda”, finaliza. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. 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