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Presidente do Paysandu revela acordo com Brigatti, mostra prints e dispara: "É um cretino!"

Ricardo Gluck Paul detalhou a polêmica demissão do técnico João Brigatti

Carlos Fellip
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A polêmica saída do técnico João Brigatti do Paysandu ganhou um novo capítulo. Depois de confirmar publicamente que o motivo da demissão do técnico, o presidente bicolor, Ricardo Gluck Paul, foi insultado por Brigatti e resolveu responder esclarecendo mais detalhes da convivência conturbada do treinador na Curuzu.

O CASO

O motivo apontado para a demissão foi que Brigatti - conforme explicado pelo mandatário do Papão ao GloboEsporte - pediu para que o médico do clube, José Silvério, fraudasse um exame do zagueiro Micael. Isto ocorreu na semana do primeiro Re-Pa do ano, quando o Micael havia sentido um problema no dedo do pé. Brigatti, no entanto, queria tirar o atleta e capitão do time titular. O laudo falso apontaria uma lesão maior que vetaria a participação de Micael no clássico.

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O caso foi denunciado a Gluck Paul, que, em reunião com a diretoria, resolveu aguardar para não tumultuar o ambiente naquela semana de clássico. O jogo foi vencido pelo Papão em uma clara amostragem de desequilíbrio emocional do Remo, que ficou com dois jogadores expulsos. Apesar da vitória, o clima na Curuzu ficou cada vez mais pesado e o "segredo" administrativo chegou aos ouvidos dos jogadores. Foi quando, na semanda do segundo Re-Pa, após o empate em 1 a 1 com o Castanhal em Belém, o presidente tomou a decisão de demitir Brigatti, que, diante das denúncias de fraude, propôs um acordo.

image Último jogo do Paysandu comandado por João Brigatti foi na Curuzu (Oswaldo Forte / O Liberal)

PALAVRA DE GLUCK PAUL

"Brigatti é um cretino! Fui perguntado por dois atletas se a questão do exame do Micael era verdade e vi que a situação estava mesmo insustentável. Comuniquei o Felipe (Albuquerque, executivo de futebol) que ia demitir o Brigatti. Todos do Departamento Médico e pessoas da própria Comissão Técnica já me cobravam essa atitude. Foi quando chamei o Brigatti para uma conversa na sede social. Mostrei os prints que comprovavam os pedidos dele para que o Silvério (médico do Paysandu) fraudasse o laudo do Micael e ele ficou branco. Ele ficou branco! Aceitou a demissão, mas pediu para que eu não tocasse no assunto. Naquele momento, ele pediu para falar que foi apenas uma questão de desempenho. Eu aceitei para não tumultuar ainda mais o clube internamente", disse.

O problema foi que, ao deixar o Paysandu, Brigatti atacou a diretoria do clube. "Ele deu uma entrevista no hotel dizendo que eu não entendia nada de futebol e que a demissão dele era um reflexo do futebol brasileiro... Um jornalista daqui soltou a história do laudo e depois fui chamado a uma entrevista para falar de balanço da temporada e, no meio da conversa, acabou indo para o lado do que ocorreu na saída do Brigatti. Eu tenho a consciência tranquila. Aconteceu mesmo! Eu falei o que houve de fato e depois o Brigatti veio me cobrar que eu tinha 'quebrado o acordo'. Agora, me responde como ele diz por aí que a história do laudo é falsa? Como ele quer se fazer de surpreso? É um mentiroso!", disparou Gluck Paul.

Perguntado se há a possibilidade de levar o caso à Justiça, o presidente do Paysandu ponderou: "Acho que não cabe. Acho que ele, que diz que estou mentindo, é quem deveria se sentir no direito de me processar por calúnia ou algo parecido, não? Por que não faz? Porque sabe que tudo o que falei é verdade. Ele é um mentiroso e debochado".

MAIS DENÚNCIAS

"Depois do que ocorreu com o Micael, outras histórias começaram a surgir. Os médicos me contaram que Brigatti ficava nos treinamentos diminuindo os jogadores. Ele dizia: 'O que eu faço com um goleiro que não enxerga no escuro? Como treino um zagueiro com duas pernas esquerdas?'. Esta era uma postura que todos reprovavam, porque foi o Brigatti que participou da escolha dos atletas. Ele estava traindo os caras que acreditaram nele para vir para o Paysandu", disse.

Outra insatisfação revelada foi em relação à desistência do técnico em relação a determinados atletas. "Ele não conseguia fazer um atleta jogar como ele achava que tinha que jogar. Várias vezes, desistiu de jogadores. Foi o caso do Willyam, do Alan Calbergue, do Jhonny Douglas... Brigatti perdeu o elenco desta forma".

Gluck Paul ainda foi além e, para comprovar a insatisfação do elenco com o técnico, revelou: "Vencemos um jogo por 3 a 0 sobre o São Francisco em Santarém. Achamos dois gols de bola parada no final do jogo e o vestiário foi um velório, porque todos sabiam que o time tinha ganhado aquela vitória no colo. Não se via evolução mesmo! Recebi cobranças da comissão técnica e até de jogadores em relação aos treinos, porque o Brigatti não dava mais treinos."

image Brigatti recebeu o elenco 2019 do Paysandu em treino aberto na Curuzu (Jorge Luiz / Paysandu)

 

ÁUDIO

Um áudio de João Brigatti negando as acusações do Paysandu viralizou e Ricardo Gluck Paul foi taxativo: "Sobre o áudio do Brigatti só tenho a dizer que está repleto de mentiras. Ele é um cretino. Estão todas as informações distorcidas, todas. Jamais ele foi pressionado a escalar ou deixar de escalar jogador. A reunião que ele disse que fez comigo pós jogo contra o São Francisco para analisar desempenho é mentira, ele foi chamado para dar explicações do caso sim."

Em relação aos argumentos de Brigatti de que o mesmo não teria participado das escolhas de jogadores para o elenco de 2018, o mandatárioo alviceleste é categórico: "Mentiroso! Estava, inclusive, no Comitê de futebol, que montamos para a montagem do elenco. Ele participou indicando e avaliando atletas".

RELACIONAMENTO DESDE 2018

João Brigatti foi contratado pelo Papão ainda em 2018, na reta final da Série B. A missão era salvar o clube do rebaixamento. Não deu certo. Apesar disso, o treinador foi mantido no cargo e Gluck Paul confessou: "Arrependo. Perdemos a chance de iniciar o trabalho dentro de uma filosofia diferente. O relacionamento com ele era normal. Ao fim da série B, com o rebaixamento, nós vimos diante da situação de desligar cerca de 80% do elenco. Até mesmo pelos salários. Estávamos sem executivo e precisávamos iniciar a montagem de 2019. Neste contexto decidimos manter o Brigatti para termos o mínimo de continuidade, pois sabemos que uma reformulação ampla e profunda sempre traz riscos de curto prazo."

image Brigatti foi contratado em 2018, na reta final da Série B (Jorge Luiz / Paysandu)

Sobre toda a polêmica envolvendo o antigo comandante, Ricardo avalia: "Não diria que foi a situação mais suja que vivi no futebol, pois infelizmente já vi muita coisa nessa longa jornada. Mas, certamente, uma das mais covardes."

OUTRO LADO

A reportagem de O Liberal entrou em contato com o técnico João Brigatti, que chamou o presidente do Paysandu de "psicopata". Veja  aqui!

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