MP pede afastamento de Andrés, Duílio e Augusto do Corinthians durante investigação

Estadão Conteúdo

A investigação sobre o uso indevido do cartão corporativo e fraude na prestação de contas em antigas gestões do Corinthians ganhou desdobramento nos últimos dias. O Ministério Público de São Paulo solicitou à Justiça que os últimos três presidentes do clube, Andrés Sanchez, Duílio Monteiro Alves e Augusto Melo, deixem de participar temporariamente de "órgãos deliberativos com poder decisório" enquanto perdurar a apuração. O caso ainda não foi discutido pela Justiça e ainda carece de uma definição.

Por meio de nota enviada pela sua defesa, Sanchez argumenta que sua atuação no Corinthians "sempre se pautou pela legalidade, responsabilidade e compromisso institucional". Também em comunicado, Augusto Melo fala que sempre "autou sua conduta pela transparência".

O Estadão tentou contato com a defesa de Duílio Monteiro Alves, mas não obteve resposta.

A Promotoria deu início às investigações em agosto quando vieram à tona notícias sobre o uso do cartão corporativo vinculado à presidência do Corinthians. O MP identifica fortes indícios de furto qualificado, com compras em empresas de fachada e em bens incompatíveis com as necessidades do clube, como um kit babyliss e o medicamento Cialis 20 mg (para disfunção erétil).

Na nova manifestação, assinada pelo promotor Cássio Roberto Conserino, o MP aponta risco de obstrução às investigações por causa do prestígio político que os acusados possuem no Parque São Jorge. O documento ainda fala nas possibilidades de haver tentativa de "intimidar", "ameaçar" e "amedrontar" pessoas que possam atender às requisições feitas pelo Ministério Público.

Afastado definitivamente do cargo após processo de impeachment, Augusto Melo não ocupa qualquer cargo atualmente nos conselhos do Corinthians, uma vez que teve seus "direitos políticos" caçados. Mesmo "por remota hipótese", o MP reforçou o pedido de afastamento do ex-dirigente de quaisquer cargos em conselhos.

Nos primeiros documentos sobre a investigação, obtidos pela reportagem do Estadão, o MP identificou uma relação de aquisições ou supostas aquisições com empresas regulares ou de fachada, sem qualquer pertinência com os interesses do Sport Club Corinthians Paulista ou, no último caso, com o objetivo de sangrar os cofres do referido time de futebol.

Ao citar compras suspeitas, a Promotoria alega que, apenas na última semana de outubro de 2023, o Corinthians, sob a gestão de Duílio Monteiro Alves, gastou R$ 32,5 mil em uma empresa de alimentos (Oliveira Minimercado Ltda) cujo endereço não consta "qualquer comércio ou resquício de comércio". Conserino destaca que foi até o local e constatou in loco que, de fato, naquele endereço "não consta ou constou comércio algum".

Para ele, "considerando isoladamente essa circunstância, já bastaria para exsurgir justa causa para aditamento da presente portaria e consequente persecução investigatória, porque, em tese, há a possibilidade de relação 'comercial' com empresa de fachada e, consequentemente, furto/desvio de dinheiro do Sport Club Corinthians Paulista".

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