Após impasses nas negociações sobre o regulamento, Paysandu recusa jogar o Parazão de Basquete

Com a equipe bicolor fora do campeonato, apenas Remo e JP8 devem disputar o torneio

Messias Azevedo
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As negociações para definição do regulamento do Parazão Adulto de Basquete de 2023 foram marcadas por impasses entre Paysandu, Remo e a Federação Paraense de Basketball (FPB). Após a decisão da entidade que organiza o campeonato de limitar a inscrição de jogadores que não residem no estado do Pará, o Papão não deve mais participar do torneio. Na atual temporada, apenas o Clube do Remo e o JP8 Esportes devem disputar o campeonato estadual. 

O regulamento é definido no segundo semestre do mesmo ano da realização do campeonato, que ocorre entre os meses de novembro e dezembro. Os clubes inscrevem previamente seus atletas no portal de transferências da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), onde cada equipe registra as solicitações  de transferências e os pagamentos de taxas para vincular os jogadores. Dessa forma, a Federação consulta os atletas vinculados a cada clube e fiscaliza o número de jogadores que podem vir de outros estados. 

Na reunião para definição do regulamento do Campeonato Paraense de 2023, o Remo fez a proposta de não ser permitida a inscrição de nenhum atleta que não resida no Pará ao longo do ano. De acordo com nota divulgada no último dia 03 de novembro, o clube acredita que a decisão fortalece o basquete local e favorece os atletas paraenses. 

“Neste ano, o Clube do Remo resolveu que é chegada a hora de prestigiar os atletas locais, em detrimento de atletas que não moram no estado e vêm transferidos de outros clubes apenas para jogar o campeonato. Os atletas paraenses, que passam o ano inteiro treinando, jogando amistosos e torneios locais, são alijados do campeonato mais importante, quando chegam os atletas “estrangeiros”, disse a equipe azulina. 

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O Remo complementa que a decisão ocorre por perceber que, ao longo dos últimos anos, os atletas da base param de jogar cada vez mais cedo, pois perdem o estímulo ao ver que serão preteridos por atletas de fora do estado no campeonato adulto. 

Em contrapartida, o Paysandu propôs à FPB que mantivesse o regulamento, que permite a transferências de até três jogadores que não moram no estado do Pará ou que jogam em outros clubes não federados, mas que foram inscritos no final de dezembro de 2022. Após o impasse, a Federação Paraense de Basketball tomou a decisão de admitir a transferência de um atleta que não reside no estado desde janeiro de 2023, mesmo que jogue em outro clube federado. 

Por meio da nota, o Clube do Remo afirmou que “o Paysandu Sport Club não aceitou a decisão e declarou que não participaria do campeonato adulto. O Clube do Remo, então, apresentou uma contraproposta: admitimos inscrever um atleta federado transferido e mais um atleta inscrito em dezembro de 2022, mas que não mora e não joga no estado do Pará”. 

Posicionamento do Paysandu

No entanto, segundo o Diretor de Basquete e Jogos Olímpicos do Paysandu, Raphael Gonçalves, a equipe bicolor acatou a decisão da federação. Mesmo em desacordo com a medida, a recusa da equipe bicolor em participar do Parazão de Basquete de 2023 se deu por outros fatores.

“O impasse e o rompimento do clube com a entidade se deu pois, após essa decisão, o Remo propôs que todos os atletas do Paysandu que não declararam residência fixa no Pará no corrente ano do Campeonato Paraense e em anos anteriores, seriam considerados ‘de fora’. Ou seja, atletas já vinculados ao clube, que não morassem no período de um ano no estado, não poderiam atuar na competição, mesmo não tendo se transferido para outro clube”, afirmou o diretor. 

A proposta remista teria sido aceita pela entidade, causando desconforto nos bastidores e acarretando no rompimento entre a equipe do Paysandu e a principal competição de basquete do estado. Outro fator que colaborou para a crise interna é o fato da Federação funcionar no Departamento de Ginásio do Clube do Remo, o que representaria um possível favorecimento ao Leão. 

“A gente entende que o campeonato não terá o nível técnico plausível da grandeza do basquete paraense. Para o momento atual, a decisão de limitar o número de transferências interestaduais só faz com que o torneio perca força, visibilidade e interesse. Mas, para o futuro, quando o nível do basquete local estiver maior, é algo que pode realmente acontecer”, completou o diretor do Papão.  

O Núcleo de Esportes de OLiberal entrou em contato com a Federação Paraense de Basketball, mas não obteve o retorno.

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