Presidente da Tuna Luso pede licença do cargo por seis meses

No lugar de Graciete Maués quem assume é o vice-presidente de Gestão, Miltoniel Sobral

Luiz Guilherme Ramos
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A presidente da Diretoria Executiva da Tuna Luso Brasileira, Graciete Maués, oficializou junto ao Conselho Deliberativo do clube o pedido de afastamento do cargo pelos próximos seis meses. O motivo pelo qual a dirigente tomou a decisão, segundo ela própria informou ao Núcleo de Esportes de O Liberal, foi uma questão de saúde, que será tratada em outro estado. Após o tratamento, ainda segundo ela, reassume suas funções no clube até as eleições para a escolha do novo presidente, no fim de 2024. 

Maria Graciete Souza Maués tem 73 anos e é professora, além de presidente do clube mais antigo em atividade do futebol paraense. Assumiu pela primeira vez o cargo máximo da Tuna Luso no início de 2020, após ganhar no voto o direito de presidir a Águia do Souza. No final de 2021, quando sua gestão caminhava para o fim, foi deslocada para a Federação Paraense de Futebol, em razão da vacância no cargo e pela exigência estatutária de que o presidente do clube mais antigo em atividade, no caso a Tuna, assumisse para convocar novas eleições, que acabaram vencidas por Ricardo Gluck Paul. 

No final do mesmo ano concorreu à reeleição no clube e conseguiu uma grande vitória, desta vez com o direito de permanecer no cargo pelos próximos três anos, dada a mudança no estatuto. Ou seja, Graciete, embora esteja afastada por seis meses, voltará com cerca de nove meses de mandato ainda em curso, que segundo ela, será usado também para preparar novas eleições. O histórico corrido, no entanto, trouxe a ela alguns problemas de saúde que hoje cobram a fatura. 

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"Eu tenho um problema de hérnia de disco. Tenho que fazer fisioterapia. Eu sou uma presidente presente ao clube, talvez a única que vá de domingo a domingo ao clube. Então esses quatro anos à frente me causaram um desgaste não só da hérnia. Fazendo meus check ups, descobri que estou com problema de pressão alta. Os médicos acham que é estresse", informou em conversa com a reportagem, levando em consideração o tempo disponibilizado ao clube.  

"Eu estou há quatro anos direto na Tuna. E isso me desgastou, a pressão vive alta e o médico disse 'ou a senhora para ou a tuna para'. Eu achei por bem pedir uma licença de seis meses, vou viajar, fazer uma cirurgia fora, me tranquilizar, voltar, terminar meu mandato e passar ao novo presidente um clube bem organizado", enumera. No lugar dela assume o vice-presidente de Gestão, Miltoniel Sobral, até que ela retorne apta às funções: 

Últimos meses

Nos últimos meses a gestão de Graciete vinha passando por alguns conflitos com a Assembleia Geral do clube, em razão de uma proposta apresentada por ela para transformar a Tuna Luso em SAF. A ideia, ainda que não tenha partido dela, como a própria Graciete informou a O Liberal, que contou com o apoio da presidente e a resistência dos membros da Assembleia Geral. "Mais importante que o rótulo de ser presidente, é a saúde. O nosso maior patrimônio". 

O interesse em transformar a Tuna Luso em SAF partiu do empresário e ex-jogador Mariolino Costa, que se uniu a um grupo empresarial com atuação na Europa. O interesse do grupo à frente das negociações é trazer para o clube uma arena moderna, conforme frisou o empresário que se uniu a um grupo de investidores europeus. Todas as propostas estão contidas em uma carta de intenções assinada por Mariolino. O documento não apresenta possíveis valores, nem quanto seria investido no clube, porém, afirma que 30% das receitas líquidas da SAF seriam repassadas para a Tuna e o acordo teria validade por no mínimo 30 anos.

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