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Eleição da FPF: desembargadora se julga 'suspeita' e pleito de 2022 pode ganhar novo rumo; entenda

Julgamento sobre o colégio eleitoral apto a participar da eleição da FPF ocorrida em junho de 2022 não ocorreu; desembargadora se julga 'suspeita' para julgar o caso

Fábio Will e Caio Maia
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A eleição para a presidência da Federação Paraense de Futebol (FPF) pode ter um novo capítulo. O pleito ocorrido no dia 29 de junho de 2022, que contemplou Ricardo Gluck Paul como presidente da instituição, poderá ter uma reviravolta. A chapa de Paulo Romano, que perdeu a eleição, entrou com um Agravo Interno, ainda antes da data do pleito, solicitando que o colégio eleitoral fosse restrito, ou seja, validando apenas ligas e clubes que estivesse com suas situações regularizadas junto a FPF. Porém a desembargadora Gleide Pereira de Moura, deu uma liminar aprovando a eleição com o colégio eleitoral amplo. Quase um ano depois, a mesma desembargadora se declarou "suspeita" um dia antes do julgamento do Agravo da decisão que ela tomou um ano atrás.

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A equipe de esportes de O Liberal conversou com Paulo Romano, que concorreu à eleição contra Ricardo Gluck Paul. Romano informou que vai até "o final do processo" e garante que a eleição foi feita de forma errada e, portanto, irregular.

“A eleição foi feita em cima de uma liminar por essa desembargadora [Gleide Pereira de Moura]. Nossa chapa entrou com o Agravo Interno, que desde então não foi julgado, foi empurrado com a barriga, e ingressamos no CNJ [Conselho Nacional de Justiça], órgão que recebe as queixas dos legisladores. Ela [Gleide] foi designada a julgar o processo no último dia 30, mas, na véspera, se julgou suspeita em fórum íntimo. Outros cinco desembarcadores se negaram a julgar e ninguém quer assumir o erro ocorrido. Queremos que o julgamento aconteça, para que as ações sejam esclarecidas. Temos certeza que a eleição foi feita de maneira irregular”, afirmou Paulo Romano.

Em dezembro de 2021, data original prevista para ocorrer a eleição da FPF, outra desembargadora, Eva do Amaral, entendeu como irregular o colégio eleitoral amplo e manteve os eleitores com uma lista restrita. Erros na elaboração do edital culminaram com atrasos no pleito, fazendo com que até o Ministério Público do Pará (MPPA) se envolvesse no caso. Entre idas e vindas, a votação em si só foi realizada em 29 de junho de 2022, com colégio eleitoral amplo. Ricardo Gluck Paul venceu por 118 votos a 60.

Para o advogado da chapa de Paulo Romano, Emerson Dias, a situação precisa de um esclarecimento. Dias informou que o caso pode ser encaminhado para a presidente do Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), que irá designar um novo desembargador.

“Caso nenhum desembargador do direito privado queria julgar o recurso, o mesmo deverá ser encaminhado para a presidente do TJ-PA, a desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, que designará desembargador do direito público ou criminal para relatar e julgar o recurso”, explicou.

Além da desembargadora Gleide Pereira de Moura, os desembargadores Amilcar Guimarães, Ricardo Nunes, José Torquato e Leonardo Tavares também se declararam suspeitos para julgar o caso. Atualmente o recurso está com o desembargador Constantino Augusto Guerreiro.  

Ricardo Gluck Paul condena ataques ao Judiciário

Em conversa com o Núcleo de Esportes de O Liberal, o presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, avaliou que as possibilidades de anulação do pleito são nulas. Segundo ele, as eleições da federação ocorreram dentro da legalidade.

"Eu não vejo possibilidade nenhuma de anulação. A eleição foi definida há quase um ano, com diferença de votos superior ao que eles dizem que estava irregular. Eles questionam 44 ligas, mas nós vencemos por 58. A ata da eleição foi registrada em cartório, sem impugnações", disse.

Na conversa, Gluck Paul também fez acusações a sites e blogs. Segundo ele, certos veículos de comunicação, que estão fazendo a cobertura do caso, eram "sabidamente cabos eleitorais da última gestão". Ainda de acordo com o presidente da FPF, essas páginas recebiam pagamento irregular de mandatos anteriores.

"Quem não sabe perder não merece ganhar. O que estamos vendo é uma perseguição ao judiciário desportivo, a julgar pelos ataques feitos por sites e blogs. Esses blogs, sabidamente, foram cabos eleitorais da última gestão. Inclusive, muitos deles receberam, irregularmente, pagamentos da FPF antigamente. Temos comprovantes disso. Pregamos, antes de tudo, o respeito à Justiça. Vejo que a forma como eles (blogs e sites) estão noticiando isso é uma profunda demonstração de desrespeito. Condeno isso", afirmou. 

Advogado da FPF se diz 'tranquilo'

O núcleo de esportes de O Liberal entrou em contato com o diretor jurídico da Federação Paraense de Futebol, André Cavalcante, que ingressou na FPF por indicação de Ricardo Gluck Paul. O advogado afirmou que a eleição na FPF foi legal e que aguarda o julgamento do caso.

“Recebemos a notícia com tranquilidade, pois, quem milita na Justiça, sabe que não é algo incomum. Vamos aguardar a redistribuição do processo e, por consequência, o julgamento do recurso. A eleição ocorreu dentro dos parâmetros definidos pela própria Justiça. Os vencedores tomaram posse e tudo caminha dentro da legalidade”, garantiu Cavalcante.

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