De máquinas a humanos: Pandemia aumentou casos de depressão e ansiedade entre jogadores

Psicólogo esportivo comentou sobre o estado mental dos jogadores com a paralisação dos jogos

Andre Gomes
fonte

Ídolos, heróis, craques, máquinas... No dia a dia do futebol, são diversos adjetivos usados para dizer definir os jogadores. Mas são momentos como a pandemia da covid-19, que interrompeu todas as competições no Pará - e no Brasil inteiro -, que mostram o quão humanos os atletas são e como eles também podem ceder às pressões.

A equipe de esportes de O Liberal conversou com o psicólogo do esporte Maurício Pinto Marques, que trabalha com jogadores de futebol e já esteve em clubes. O profissional falou sobre os problemas causados pela ausência de partidas e até da falta de treinamentos presenciais, na rotina dos protagonistas do gramado.

"Gera uma bagunça e no caso da pandemia, há uma incerteza: ninguém sabe quando vai terminar. Isso já pode causar problemas de ansiedade. Querer antecipar uma situação ou ocupar a mente com algo que a gente nem sabe se vai acontecer, que é a ansiedade. Essa já é uma das grandes questões psicológicas, que pode afetar os atletas", disse Maurício.

DEPRESSÃO E ANSIEDADE NA CURVA ASCENDENTE

Uma pesquisa divulgada pela FIFpro - o sindicato mundial de jogadores - no final do mês de abril (já após o início da pandemia), constatou que, desde a paralisação das competições a nível mundial, houve aumento acentuado nos casos de depressão e ansiedade entre futebolistas: 22% entre mulheres e 13% dos homens.

De acordo com a pesquisa, 22% das mulheres e 13% dos homens apresentaram sintomas consistentes de depressão: falta de apetite, falta de interesse, sem energia e baixa auto-estima.

"O atleta pode acabar se culpando por coisas que não conseguiram fazer. Ou pode se estressar porque estava numa fase boa, e tomar a pandemia como algo muito pessoal, como se a pandemia fosse uma coisa que aconteceu só pra ele. Sendo que a ausência de jogos permite aproveitar coisas que não dá para fazer com a rotina de jogador", comentou Maurício. "Para alguns, que estão em final de contrato, acaba sendo pior. O atleta que foi menos prejudicado é o que teve uma lesão grave, e que ganhou tempo para se recuperar.

SOLUÇÕES

Apesar de ser uma situação nova e difícil de lidar para muitos dos jogadores, Maurício apresenta algumas possíveis soluções. Atitudes simples para se tomar durante o isolamento que podem fazer toda a diferença não apenas no estado físico do atletas, mas também para a saúde mental.

"O principal é levar um estilo de vida saudável, tanto mentalmente ou fisicamente. Ter um bom descanso, manter o nível alto nos treinos, mesmo que não seja igual à rotina. A ideia é perder o mínimo. Além fazer coisas que fazem bem pra mente: cuidar da família, poder aproveitar o que o dia a dia não permite. Coisas positivas que o isolamento favorece, se afastar pensamentos que geram ansiedade e se dedicar ao que pode controlar", finalizou.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Futebol
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM FUTEBOL

MAIS LIDAS EM ESPORTES