Dia Internacional da Língua de Sinais: inclusão ainda é desafio para torcedores surdos no futebol

Professora Carolina Quaresma viralizou ao ensinar sinais de Remo e Paysandu e defende presença da língua de sinais em transmissões esportivas

Iury Costa
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A falta de acessibilidade segue sendo um obstáculo para torcedores surdos acompanharem o futebol no Brasil. Em transmissões de jogos, coletivas e conteúdos esportivos, a ausência de intérpretes de Libras impede que parte da torcida tenha acesso às mesmas informações e emoções dos demais.

Nesta semana, mais especificamente na terça-feira (23), foi celebrado o Dia Internacional da Língua de Sinais, uma data que reforça a importância da inclusão linguística e da luta por acessibilidade para a comunidade surda em diferentes espaços da sociedade, incluindo o esporte.

Em meio a esse cenário, a professora de Libras Carolina Quaresma ganhou repercussão ao publicar nas redes sociais vídeos ensinando os sinais dos clubes Remo e Paysandu. A iniciativa surgiu em sala de aula, quando alunos passaram a perguntar sobre sinais relacionados ao futebol. 

“Um colega de turma chegou a aprender sinais só para conversar com um aluno surdo apaixonado pelo Paysandu. Isso me motivou a compartilhar nas redes”, contou Carolina. Os vídeos viralizaram e foram recebidos de forma positiva por torcedores surdos e ouvintes.

Para a professora, a presença da Libras em transmissões esportivas é fundamental. “Ela garante que os torcedores surdos possam acompanhar não apenas o jogo, mas toda a narrativa e a emoção que envolve o esporte. Quando a Libras está presente, a inclusão acontece de fato”, explicou.

Carolina também destaca que a língua de sinais é capaz de transmitir a mesma intensidade vivida no futebol. “Os sinais, aliados às expressões faciais e corporais, conseguem mostrar a emoção de um gol, a tensão de um pênalti ou a alegria de uma vitória.”

Apesar de algumas ações pontuais, a professora avalia que clubes e federações ainda estão distantes de um compromisso permanente com a inclusão.

“É preciso garantir intérpretes em jogos, coletivas, transmissões e conteúdos digitais. Isso não é um favor: é um direito da comunidade surda.”

Entre os principais desafios, Carolina cita a ausência da Libras nas transmissões e a falta de atendimento nos estádios. Para ela, iniciativas como a que levou às redes sociais podem estimular outras mudanças. “Quando a Libras aparece no futebol, fica claro que o esporte pode ser vivido por todos. A ideia é inspirar clubes, federações e educadores a desenvolverem projetos semelhantes.”

 

*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Caio Maia, coordenador do Núcleo de Esportes)

 

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