Botafogo: entenda imbróglio de Textor com Lyon e como magnata grego pode ajudar clube carioca Estadão Conteúdo 01.08.25 11h58 O Botafogo se encontra no meio de uma disputa judicial envolvendo John Textor e acionistas da Eagle Football Holdings, rede de clubes do empresário americano da qual o time brasileiro faz parte e que tem como parceiro o Lyon. A crise financeira da equipe francesa foi o catalisador para o início de uma disputa pelo controle da Eagle e, agora, a expectativa é de que o magnata grego Evangelos Marinakis entre na jogada e ajude os cariocas. A Justiça do Rio congelou as ações da Eagle na SAF do Botafogo e obrigou a empresa a pagar R$ 152,2 milhões ao clube. A decisão do juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres, da 3ª Vara Empresarial, foi publicada nesta quinta-feira, 31. Assim, Textor ganhou estabilidade para se manter no controle do time alvinegro. Os advogados do Botafogo argumentaram que havia temor de que os recursos financeiros do clube carioca fossem direcionados para beneficiar o Lyon, o que prejudicaria o pagamento da dívida que a Eagle tem com a SAF alvinegra. Textor adquiriu o controle da SAF do Botafogo em abril de 2022. Além de assumir a dívida do clube associativo, ele também se comprometeu a investir no time carioca para alavancar o negócio. O empresário americano também é dono do RWDM Brussels, da Bélgica, e recentemente vendeu suas ações do Crystal Palace, da Inglaterra, onde era sócio minoritário. Em junho de 2022, Textor se tornou o acionista majoritário do Lyon, mas a empreitada não deu certo. Os franceses enfrentaram uma grave crise financeira e chegaram a ser rebaixados administrativamente pelo órgão fiscalizador da liga. O americano renunciou ao comando do clube e nomeou o alemão Michael Gerlinger como CEO, e a sul-coreana naturalizada americana Michele Kang, dona do time feminino, como presidente. Foram eles os responsáveis por agir politicamente e evitar o descenso para a segunda divisão. Os problemas financeiros do Lyon foram catalisadores de uma crise ainda maior. Textor viu a Ares Management e a Iconic Sports - fundos de investimento que financiaram a compra do time francês, estimada em US$ 940 milhões (R$ 5,2 bi) - tentarem tirá-lo do comando da Eagle, empresa da qual é sócio majoritário. Segundo O Globo, a ação foi evitada por meio de uma carta do clube associativo do Botafogo, que informou aos acionistas que qualquer mudança deveria passar pelo crivo dos cariocas. John Textor se movimenta agora para "recomprar" o Botafogo e tirá-lo da Eagle, assim como o RWDM Brussels. Seu entendimento é de que o clube carioca estaria financeiramente mais saudável fora do grupo. Após abrir uma empresa no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, ele se reuniu com membros da Ares no Rio de Janeiro na última semana e formalizou uma proposta para readquirir a SAF alvinegra. "Vou falar claramente para todos aqui: o Botafogo está gerando uma quantia significativa de dinheiro e está financiando várias operações deficitárias do Lyon. Várias matérias que você lê na França dizendo que o Lyon pagou pelos títulos do Botafogo estão erradas. Ganhamos dinheiro com títulos, vendas de jogadores e porque somos bons no negócio. O Botafogo financia a Europa, e não o contrário", disse Textor a jornalistas após o empate por 1 a 1 com o Corinthians, no Rio, pelo Brasileirão. "Somos uma organização auditada por empresas do mais alto calibre. Fizemos tudo isso para entrar no IPO, não há debate. Não há problema financeiro. Estamos financiando a Europa. Quero separar o Botafogo da parte europeia (Lyon), mas isso é com a diretoria da Eagle", completou. PARCERIA COM O MAGNATA GREGO EVANGELOS MARINAKIS Para financiar a "recompra" do Botafogo, a expectativa é de que Textor tenha como braço direito o magnata Evangelos Marinakis. O empresário grego, com fortuna avaliada em R$ 22 bilhões, seria o financiador do negócio. Marinakis e Textor fazem negócios desde janeiro de 2024 e já movimentaram cerca de R$ 700 milhões em transferências. Recentemente, o Botafogo negociou o zagueiro Jair e o atacante Igor Jesus com o Nottingham Forest - clube inglês de propriedade do grego -, que, por sua vez, vendeu o volante Danilo, ex-Palmeiras, para os cariocas. Antes de estreitar relações com Textor, Marinakis chegou a negociar um possível investimento nas categorias de base do São Paulo e demonstrou interesse na SAF do Vasco. Nenhuma das conversas avançou. A dupla vê a parceria como uma oportunidade de estabelecer uma rede estratégica de clubes. Além do Forest, Marinakis é dono do Olympiacos (Grécia) e do Rio Ave (Portugal). DÍVIDAS DA EAGLE E FALTA DE TRANSPARÊNCIA NO BOTAFOGO É possível dizer que a aventura de Textor na França foi um erro em sua estratégia de fortalecer sua rede de clubes. O maior exemplo disso são os números alarmantes do balanço financeiro divulgado pelo Grupo Eagle Football em 28 de julho. Apesar do nome parecido, trata-se de uma empresa diferente da que controla o Botafogo e o RWDM Brussels, embora também gerida por John Textor - e responsável especificamente pelo Lyon. O Grupo Eagle relatou um prejuízo de 90 milhões de euros (R$ 587,9 milhões) e prevê um déficit financeiro muito significativo. "A administração e os times operacionais estão fazendo todo o possível para garantir que o clube atue no mais alto nível dentro e fora de campo, a fim de recuperar a confiança e a credibilidade da instituição", disse a empresa em comunicado oficial. Um dos problemas foi a queda na arrecadação com direitos de transmissão: de 95,4 milhões de euros em 2022/23 para 45,7 milhões de euros em 2023/24. O novo acordo da Ligue 1 com DAZN e BeIN Sports - cerca de R$ 3 bilhões anuais por cinco temporadas - ficou aquém do esperado. A liga francesa se desvalorizou após as saídas de astros como Messi, Neymar e Mbappé. No Brasil, outro fator que gera dúvidas sobre o futuro do Botafogo é a falta de transparência em 2025. Apesar de o clube ser o atual campeão da Libertadores e do Brasileirão, a SAF alvinegra ainda não publicou seu balanço financeiro, cujo prazo se encerrava em abril. Durante a apresentação do técnico Davide Ancelotti, Textor afirmou que a divulgação não ocorreu porque documentos confidenciais da SAF estavam sob análise para a abertura de um IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Valores de Nova York. Com a "recompra" do Botafogo, a tendência é que o processo demore ainda mais. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave futebol Textor Lyon Botafogo COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! 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