Vendas de máscaras caem em Belém

Desobrigação do uso de máscaras e maior vacinação levou a queda da procura pelo acessório

Fabrício Queiroz
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Mais da metade da população brasileira ainda utiliza máscaras de proteção em ambientes fechados, mesmo após o fim da obrigatoriedade do uso do acessório. A situação da pandemia no país e o comportamento dos brasileiros é o tema de uma série de pesquisas realizadas desde 2020 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto FSB Pesquisa. No último levantamento divulgado, referente ao mês de julho, o estudo mostrou que 52% das pessoas mantém o hábito de uso das máscaras em lugares fechados, 32% não usa em nenhum local e 16% usa tanto em lugares abertos quanto fechados.

De acordo com a pesquisa, os entrevistados relataram que as máscaras são utilizadas principalmente no transporte público (55%) e em supermercados (49%). Por outro lado, o uso é menor em espaços ligados ao lazer e ao entretenimento, como bares e restaurantes (25%), cinemas e teatros (24%) e estádios e shows (16%). O menor índice foi observado nas academias, onde 16% dos frequentadores relataram utilizar máscara na prática de exercícios. Já no ambiente de trabalho, 31% disseram que usam e outros 46% não portam o acessório, enquanto que no comércio de rua e nos shoppings, a proporção da população que adota a proteção é de 34% e 33%, respectivamente.

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Em Belém, no entanto, onde a população está liberada para circular sem máscaras em ambientes abertos desde abril e ambientes fechados desde maio, são poucas as pessoas que ainda transitam com a proteção facial. No bairro de São Brás, a missionária carmelita Ceula Romão era uma das poucas que portava o acessório nas proximidades do terminal rodoviário da capital. “Eu ainda uso por uma questão de zelo com a minha saúde e das outras pessoas. Eu me cuido sempre”, afirma.

Por conta disso, a venda de máscaras caiu consideravelmente nos últimos meses. Lucas Meneses Ribeiro, 26 anos, é assessor jurídico e investiu na venda de máscaras do tipo PFF2, que se popularizou por oferecer maior proteção contra as partículas do vírus que circulam no ar. Ele conta que com a desobrigação do uso do acessório, as vendas diminuíram, principalmente depois que a terceira dose foi liberada para a maioria dos públicos.

“A queda das vendas acompanha de perto o movimento de avanço da vacinação, e de percepção de volta à normalidade, muito embora os números de casos e óbitos ainda estejam relativamente elevados. Junto disso, também citaria a escolha por outros modelos de proteção facial, como as máscaras descartáveis, que acabam agradando uma parcela grande dos consumidores pela maior facilidade de respiração”, avalia Lucas, que diz que diminuiu também as encomendas de clientes que já possuía.

“Atualmente, não compensa mais repor o estoque com frequência. Diria que é um nicho de mercado que logo deve desaparecer, até por opções mais em conta para quem ainda deseja se proteger”, acrescenta.

Em farmácias, a venda de máscaras cirúrgicas descartáveis também tem menor representatividade. “O pessoal ainda tá comprando, mas é quem precisa entrar em clínicas e hospitais. Eles já compram mais as unidades, às vezes vendemos uma caixa ou duas, no máximo, por mês”, relata Ieda Silva, funcionária de uma farmácia no bairro de São Brás. No local, a estratégia adotada para dar saída ao produto é a venda de unidades ao custo de R$ 1 a R$ 1,50 ou de pacotes com dez unidades pelo valor de R$ 8.

Segundo o estudo da CNI, essa mudança de comportamento vem acompanhada pelo avanço da vacinação e pela percepção de que a situação da pandemia de coronavírus está melhor no país. Quando perguntados se já haviam se vacinado contra a covid-19, apenas 5% disse que não tomou nenhuma dose, 5% tomou apenas a primeira dose, 28% foi vacinado com duas doses, 39% tomou três doses e 23% está imunizado com quatro doses.

Além disso, entre os entrevistados, 17% disse que considera que a situação da pandemia é muito grave no país, 33% avaliam como grave, 21% consideram mais ou menos grave, 21% avaliam como pouco grave e 6% como nada grave. Os maiores índices de preocupação foram observados em abril de 2021, quando 54% dos achavam que a pandemia era muito grave.

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