Venda de carros e veículos comerciais leves aumentou 15% em março, no Pará
No país, de acordo com a Fenabrave, houve queda de 22,5%, considerando todas as categorias
A comercialização de carros comerciais leves e novos, no Pará, registrou alta de 15,35% em março sobre fevereiro, informou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Para o setor de consultoria de vendas, no entanto, o dado que aponta melhoria no ramo não foi facilmente percebido pelos profissionais.
Nacionalmente, o aumento foi de 10,95%, considerando os dados sobre a venda de carros, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus novos. Por outro lado, também em âmbito nacional, houve queda de 22,5% em comparação com março de 2021, em todos os índices citados. Com o levantamento feito pela Fenabrave, foi constatado que, no primeiro trimestre do ano, os emplacamentos de veículos do país acumularam queda de 23,15% na comparação com os três primeiros meses de 2021, quando 527,9 mil automóveis foram licenciados. No mesmo período deste ano foram 405,7 mil.
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A executiva de vendas Madalena Farias, que atua em Belém, avalia que o crescimento da venda de carros novos é motivada pela maior disponibilidade de produtos no mercado. “Desde Dezembro de 2021 as vendas de carros seminovos deram uma esfriada, agora em março teve um aumento, mas não tão significativo quanto na mesma época de 2020 para 2021”, compara.
“Agora estamos vendendo mais carros populares, como Mobi, Kwid, Ônix, Ka. Pois como as taxas dos bancos só vão se elevando cada vez mais, e nosso dinheiro está superdesvalorizado, nossos clientes estão optando mais por carros de baixo valor”, acrescenta.
A consultora de vendas Lays Nylader, que trabalha com veículos seminovos, afirma que não percebeu o aumento de vendas informado pela Fenabrave. “Particularmente, não senti melhora nenhuma nos últimos meses de venda. Na minha percepção, o mercado ficou estável. Quem antes vendia 30 carros, hoje consegue vender, em média, 15 carros, o que significou uma queda de 50% a longo prazo”, opina.
Para a consultora, o aumento das vendas informado pela Federação pode ter sido consequência da alta dos preços dos combustíveis. “Por exemplo: quem tinha um carro com uma motorização maior, que a gente chama de ‘goela’, que ‘bebe’ mais combustível, por estar estão optando por carros mais econômicos, veículos 1.0. Pode ter sido um motivo”, reflete.
De acordo com a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em março, houve também aumento da produção de carros no país, em 11,4% em comparação com fevereiro. Ainda assim, os números do primeiro trimestre de 2022 não conseguiram alcançar os bons resultados do mesmo período no ano passado.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, explica os motivos da queda trimestral. “Além da questão dos semicondutores, tivemos impactos negativos da onda ômicron nos primeiros dois meses do ano, por seu alto índice de contágio, e um volume de chuvas e alagamentos acima da média, afetando o deslocamento dos clientes e o funcionamento de várias concessionárias”, ressalta.
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