Preço da carne pode começar a baixar em novembro no Pará, diz Dieese

Departamento de pesquisa informou que mês de outubro fechou sem queda significativa no preço do produto.

Natalia Mello
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Apesar de o Pará ainda não registrar uma queda significativa no preço da carne em outubro, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) informou que é possível iniciar um período de redução no valor do produto a partir desde mês de novembro. Segundo o supervisor técnico da entidade, Roberto Sena, o corte da importação de carne brasileira pela China há dois meses, após a confirmação de dois casos do mal da vaca louca em frigoríficos de Minas Gerais e Mato Grosso, não teria como impactar em produtos mais baratos no mercado interno.

“Vai demorar um pouco para isso. Não é só o corte ou a diminuição da exportação que vai fazer cair o preço da carne internamente, até porque o volume ofertado para o mercado interno ainda é pequeno, porque esse mercado interno não consome as mesmas quantidades que a exportação consome. Mas é importante dizer que esse ciclo que se gerou da exportação massiva, de termos determinadas situações dependendo do volume de exportação, precisa ser revisto”, afirmou Sena.

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O embargo da exportação da carne brasileira para o mercado chinês fez o produto ficar mais barato para a exportação e, desde o início do bloqueio, em 4 de setembro, a cotação da arroba do boi gordo já caiu 9,5%. Contudo, o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Guilherme Minssen, explica que o mercado exige uma mudança gradativa, e que não há como rapidamente se diminuir o preço do produto.

“Tudo é mercado. No mercado externo, continua sendo disputada a carne estocada nos frigoríficos. O boi baixou bastante o preço na venda para o produtor, em torno de 32% a menos no preço, mas a cadeia não muda do dia para a noite. Mas a notícia boa é que começou a abrir o mercado chinês, e a segunda notícia boa é que a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, já está com algumas coisas adiantadas para a liberação final. Vale lembrar que a carne brasileira é a carne mais barata do mundo, e no Brasil a mais barata é a do Pará, porém existe um hiato grande entre o preço repassado para o produtor e para o consumidor”, ressalta.

Guilherme reforça ainda que, com o represamento das vendas, sobrou bastante carne, principalmente dianteira, como são chamadas as carnes mais populares, e que no Estado, o que está faltando são as carnes nobres, como alcatra, filé, picanha. “A gente acredita que comecemos a sanar essa situação do mercado externo esse mês”, conclui.

O presidente do Sindicato de Carne do Pará (Sindicarne), Daniel Freire, afirmou já ser possível observar uma queda de 20% no preço da carne dianteira no mercado interno. “Demorou um pouco, mas já vimos a queda de R$ 24 para R$ 19, para o consumidor final no supermercado. O abate caiu quase 50% e o mercado interno não consome toda a produção do país. O que acontece é que caiu o abate, o mercado não consome, e a indústria não tem como direcionar certos cortes, não tem como armazenar. Com isso, alguns cortes no mercado interno saltaram. O ideal é que volte a exportação”, conclui.

Preço da carne no Pará

A última pesquisa feita pelo Dieese e divulgada em setembro apontou que, em agosto de 2020, o quilo dos cortes coxão mole, chã, cabeça de lombo e paulista, por exemplo, foi comercializado em média em Belém a R$ 27,62. Em dezembro de 2020, já custava R$33,23. Em maio de 2021 o valor já estava em R$35,79. A trajetória de alta seguiu em junho (R$36,28), julho (R$ 36,34) e agosto de 2021 (R$ 36,47). Entre janeiro e agosto, o preço aumento em média 10%, acima da inflação registrada de 5,94% no Brasil segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Nos últimos doze meses, o valor ficou 32,04% mais caro, contra uma inflação de 10,42% no período.

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