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Alta no preço da carne afeta lanchonetes e preocupa clientes

Por terem estoque do produto, restaurantes e churrascarias não são atingidos

Abílio Dantas

A alta do preço da carne preocupa clientes de restaurantes e lanchonetes de Belém. No caso dos churrascarias, em Belém, segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA), os proprietários ainda estão aguardando para saber o que vai acontecer no mercado, pois conseguem negociar os preços com os fornecedores para que não tenham que aumentar os valores e não corram o risco de perder a clientela. Os lanches de rua, por outro lado, também de acordo com o sindicato, têm mais dificuldade de manter os mesmos valores, já que precisam comprar carne todos os dias.

O assessor jurídico do SHRBS, Fernando Soares, afirma que o preço do rodízio de carne continua entre R$ 40 e R$ 60, em média, em Belém. Para ele, "repassar o aumento para o consumidor seria proibitivo”. “Como os donos das churrascarias fazem estoque do produto e compram diretamente de fornecedores, possibilitando controlar aumento ou mesmo absorver, é possível compensar o custo da carne com a venda de bebidas e outros itens. Algumas churrascarias, inclusive, já funcionam como pizzaria à noite, como estratégia, já que as pessoas costumam procurar churrascarias apenas para o almoço”, explica.

“Não vamos fazer aumentos, pois temos um estoque de até dois meses, mas estamos operando no limite do caixa. Os aumentos já foram feitos anteriormente, quando o custo da peça da picanha, por exemplo, para chegar ao consumidor, passou de R$ 40 para R$ 58”, diz Israel Silva Júnior, gerente de uma rede de churrascarias, no bairro do Marco. “Mas, por outro lado, estou notando que o consumo está até aumentando, porque o quilo de carnes como a fraldinha, por exemplo, está a R$ 38. Se aqui você consome uma carne gorda a R$ 40, é mais vantajoso, pela comodidade, você não precisa se preocupar com louça, com o preparo da comida, nem com mais nada. Vale à pena”, defende.

Frequentadora quase diária da churrascaria em que Israel trabalha, a autônoma Michele Fontenele diz que apesar de notar o encarecimento do produto nos supermercados, não notou o mesmo no restaurante. “Eu gosto muito de comer carne vermelha, por isso almoço aqui quase sempre. Os preços, ainda bem, continuam os mesmos”, elogia.

O consultor de varejo Acácio Vicente Vieira, apesar de ter recebido recomendação médica para comer mais frango e peixe, aproveitou o dia para também almoçar na churrascaria. “É esporádico para mim comer aqui, mas pelo que notei o preço final continua a ser semelhante ao que já estava. Nos supermercados, nós temos acompanhado pela imprensa que a principal razão da alta é a valorização das exportações, especialmente para a China, por conta da perda do rebanho deles, mas uma hora isso vai ser regularizado”, acredita.

Lanches de Rua

Para Fernando Soares, do SHRBS, os donos de lanches de rua, que trabalham com cachorro quente e hambúrguer, são os mais prejudicados. “No caso desses comerciantes, eles dependem dos preços dos supermercados, então fica mais difícil enfrentar os aumentos, já que precisam comprar todo dia. O preço do picadinho, por exemplo, está muito caro”, constata.

O empresário Whatson Chaves, proprietário de um foodtruck, relata que as altas o obrigaram a fazer mudanças em suas finanças para continuar atuando com produtos de qualidade. “Não podemos baixar o nível, trabalhamos com carne de alta qualidade. Para economizar, precisei demitir um funcionário, infelizmente. Antes trabalhava com quatro, agora trabalho apenas com três. Também comecei a diminuir a produção para utilizar apenas um freezer e passei a trabalhar apenas de quinta a domingo. São estratégias que precisei encontrar para não aumentar os preços, mas não sei se ano que vem vou conseguir”.

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