Terceira queda do preço do diesel gera expectativa de custo de vida mais equilibrado no Pará

Petrobras autoriza recuo de 4,6% no litro do produto

Valéria Nascimento
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Pela terceira vez este ano, a Petrobras autoriza a redução no preço médio do litro do diesel comercializado nas refinarias. A estatal informou que o litro do produto comercializado na Refinaria, sai da média atual de R$ 3,43 para cerca de R$ 3,27, ou seja, redução nominal de R$ 0,16 e um recuo percentual de aproximadamente de 4,6%. Os novos valores entram em vigor a partir desta terça-feira (6) em todo o país. 

No Pará, a redução do preço de combustível aumenta a expectativa do reflexo positivo na redução do custo de vida no território paraense, destaca Everson Costa, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará).

"Nós temos uma circulação de mercadorias intensa por rodovias, as cargas percorrem enormes distâncias e isso tem um custo direto do frete embutido no preço de bens, serviços e produtos que circulam para a gente, com destaque para os alimentos", observa ele.

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Redução do preço do diesel projeta queda do valor do frete

Everson Costa pondera que a terceira queda seguida, neste ano, autorizada pela Petrobras, desta vez de quase 5%, “faz crescer a expectativa da redução do preço na refinaria e da diminuição da pressão também sobre esse frete e, com isso, quem sabe, possamos ter, ao menos, preços mais equilibrados”.

Sobre possível queda no preço dos produtos, em geral, Everson é categórico. Ele diz que é difícil acreditar nisso. “A série histórica mostra que os aumentos dos combustíveis chegam muito rápido, não só nos postos de combustíveis, mas nos preços, em geral. Já as quedas quase nunca chegam nos postos e dificilmente atingem a economia como todo, na questão dos produtos, bens e serviços”, dispara o supervisor do Dieese.

O Dieese vem analisando os preços praticados pela Petrobras e as autorizações de redução do preço do litro. Everson pontua que isso tem sido possível, porque a política de formação de preços da estatal, antes ancorada na paridade de importação (PPI), trabalha atualmente os seus novos valores, segundo estratégias de comercialização e composição do preço, assim como as condições de vendas alinhadas, em especial ao mercado interno.

Pará tem 4º e 7º maiores valores médios do diesel, veja onde

De janeiro a maio deste ano de 2025, esta foi a terceira alteração autorizada pela Petrobras no preço do litro do diesel na Refinaria. O Dieese acompanha os preços médios do diesel comercializado em postos de combustíveis do Pará e os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

"Na semana passada (20 a 26.04.2025), o Pará registrou o 6° maior valor médio de comercialização do litro do diesel nos postos de combustíveis do Brasil. Em média, o litro do produto foi comercializado no Pará, na semana passada, ao custo de R$ 6,42 com os preços oscilando entre R$ 5,71 a R$ 7,55, uma diferença de preço que chega mais de 30% entre quem vende mais caro e mais barato", aponta o levantamento do Dieese.

Com relação aos municípios brasileiros, o Dieese identificou, conforme os dados da Agência Nacional do Petróleo, que, na semana de 20 a 26 de abril, o Pará apareceu no ranking nacional com o município de Alenquer registrando o 4º maior valor médio de comercialização do litro do diesel nos postos de combustíveis do Brasil. Já Santarém aparecia na sétima colocação.

“Quando a gente vê Alenquer (com o 4º maior preço) e Santarém (com o 7º maior preço) do Brasil - e, veja bem, o país tem 5.570 mil municípios - a gente percebe o quanto o Pará é continental, sim, de grandes distâncias e de custo de vida muito elevado também”, frisa Costa.

E complementa: “Não à toa, a diferença de preço chega a mais de 30% no Pará, entre quem vende mais barato e mais caro. Isso chama a atenção, porque, claro, tem o custo de distribuição dos combustíveis, os encargos, tributos, impostos federais e o próprio frete, mas, 30% mostra que há espaço para a especulação, e isso é ruim. A especulação dentro da economia também causa preços elevados e afunda a desigualdade”, analisa Everson Costa.

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