Mecanismo financeiro da OTCA busca US$ 250 milhões para proteger Amazônia
Proposta reforça cooperação regional e mira ações integradas de preservação e desenvolvimento
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) apresentou nesta terça-feira, 19, sua proposta de mecanismo financeiro, concebido para apoiar iniciativas ligadas à agenda amazônica comum. A medida pretende impulsionar ações voltadas à biodiversidade, à proteção das florestas e dos recursos hídricos, além de promover medidas urgentes para evitar que o bioma alcance o ponto de não retorno e estimular um modelo de desenvolvimento econômico com inclusão social.
Batizado de Mecanismo Amazônico para Cooperação e Ação (MACA), o instrumento pretende mobilizar US$ 250 milhões ao longo de dez anos, com o apoio dos países membros da OTCA e de organizações e bancos multilaterais. O anúncio contou com a participação de Martín Von Hildebrand, secretário-geral da OTCA; Rómulo Acurio, embaixador do Peru no Brasil; Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF; Jens Mackensen, representante do KfW; Dyveke Rogan, representante do governo da Noruega; e Ferruccio Santteti, do GGGI. A diretora administrativa da organização, Edith Paredes, conduziu o debate.
Durante o evento, Martín Von Hildebrand enfatizou que o MACA é essencial para fortalecer a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Ele lembrou que a Amazônia funciona como um grande sistema interligado, no qual cada país mantém sua autonomia, mas depende dos demais. “A Amazônia é fundamental para todos nós, e por isso temos que trabalhar juntos”, afirmou.
Rómulo Acurio, que coordena o grupo de trabalho responsável pelo mecanismo financeiro, avaliou que a proposta reflete a atualização da missão da OTCA, que reúne oito países com visões distintas, porém complementares, sobre a governança regional. Para ele, o novo instrumento permitirá ampliar políticas e boas práticas voltadas à sustentabilidade na Amazônia.
Representante do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), Jens Mackensen destacou o avanço que o MACA representa para a cooperação entre os países amazônicos. “É um grande passo à frente para viabilizar a ação conjunta na Bacia Amazônica e acredito que impulsionará diversas atividades nos territórios”, disse.
Alicia Montalvo, do CAF, reforçou que a articulação política em torno da Amazônia demonstra capacidade de mobilizar recursos e ampliar a autonomia decisória da região. Ela afirmou ainda que o mecanismo deverá considerar de forma central as necessidades das comunidades amazônicas, conciliando interesses nacionais e locais.
A identidade visual do MACA foi construída a partir de elementos naturais compartilhados por toda a região, como as cores e formas das folhas, as tonalidades dos rios e do solo, reforçando o caráter de unidade e cooperação entre os oito países que aprovaram a proposta de forma consensual.
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica é a principal instituição intergovernamental dedicada à região amazônica e atua para promover a cooperação entre seus países membros: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
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