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Lib Talks Amazônia: Daniela Cunha defende 'beleza limpa' e aponta desafios de registro na região

Fundadora da Qury Natural Beauty participou do Lib Talks Amazônia, nesta sexta-feira (21), e detalhou parceria com a UFPA para inovação tecnológica

Gabriel da Mota
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Os desafios de aliar sustentabilidade integral à proteção da propriedade intelectual na Amazônia foram os temas centrais da fala de Daniela Cunha nesta sexta-feira (21). A farmacêutica e fundadora da Qury Natural Beauty foi uma das palestrantes do Lib Talks Amazônia, evento realizado pelo Grupo Liberal no Espaço Romulo Maiorana, em Belém, com patrocínio do Sicredi.

Durante o painel mediado pela jornalista Mary Tupiassu, Daniela abordou o conceito de "beleza limpa" (clean beauty) e a necessidade de inovação para superar entraves burocráticos no setor de biocosméticos. A mesa também contou com a participação de Dona Nena, da Filha do Combu, e Karoline Alves, assessora de Negócios PJ do Sicredi.

Consumo consciente e economia circular

Para a especialista, o conceito de sustentabilidade não pode se restringir apenas à fórmula do produto, mas deve permear toda a cadeia, incluindo a embalagem. Ela destacou o uso de vidro e papéis certificados para evitar o descarte de plástico.

"Eu levanto a bandeira da beleza limpa e do consumo consciente também. Quando a gente fala de consumo consciente, a gente não pode pensar só no cosmético, a gente pensa na embalagem. Eu trabalho hoje só com embalagem de vidro. Como é que você coloca o seu cosmético no plástico? A gente trabalha com um material reciclado e reciclável, e com papel que tem um selo conhecido internacionalmente, o FSC, de florestas sustentáveis", afirmou Daniela.

A farmacêutica também ressaltou a importância da economia circular no aproveitamento de insumos que antes eram descartados na floresta, gerando renda e reduzindo desperdício. "A manteiga do cupuaçu é utilizada da semente, que antes se estragava; você usava a polpa e a semente ficava. Hoje a gente consegue aproveitar tudo. Tem vários projetos com açaí, as pessoas usando o caroço para diversas funções. Então não é só o óleo ou só a polpa. Acho que isso é importante também", pontuou.

Barreiras legais e inovação

Outro ponto alto da apresentação foi a discussão sobre a dificuldade de proteger fórmulas no mercado brasileiro. Segundo Daniela, a legislação atual fragiliza o pequeno produtor, pois pequenas alterações na composição já configuram um novo produto, dificultando o registro de patentes. A solução encontrada pela empresa foi buscar a academia.

"A gente tem o pedido de registro de marca, mas não consegue registrar produto no Brasil, porque, se você muda 1% da formulação, já é um outro produto. Então, alguém pode chegar, fazer o mesmo produto e está tudo certo. O que estamos fazendo como próximo passo é uma parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), fazendo uma transferência de propriedade intelectual da tecnologia verde", revelou.

A parceria visa desenvolver óleos vegetais com tecnologia específica. "A partir desse trabalho, a gente vai poder desenvolver outros. A gente consegue transferir a propriedade intelectual da tecnologia, não do produto. Temos ainda outra questão em relação ao uso da biodiversidade brasileira, que hoje é um controle do Ibama, o SisGen, que a gente já faz, mesmo sendo pequena empresa", concluiu.

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