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Sinobras recolheu mais de 500 mil toneladas de resíduos de aço em um ano

Obras para a COP 30 também receberam matéria-prima fruto do sistema mais sustentável

Maycon Marte
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A implementação de um sistema de produção voltado ao reaproveitamento proporcionou uma redução de mais de 500 mil toneladas de resíduos e sucatas pela Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras). O vice-presidente da empresa, Ian Corrêa, afirmou os bons resultados durante o workshop “Descarbonização na Indústria”, realizado na Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), na tarde desta segunda-feira (22). Segundo ele, além do retorno indireto na economia, com a geração de empregos, um exemplo direto do uso dessa matéria-prima está nos insumos para as obras da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

Os principais mecanismos para redução de impactos ambientais no segmento estão atrelados ao recolhimento da sucata metálica, o uso do carvão vegetal como combustível e a economia de energia em processos de transformação. No primeiro caso, a sucata se refere ao resíduo de todo produto feito à base de ferro e aço descartado no meio, enquanto o combustível é utilizado nas diferentes transformações da matéria. Nesse segundo caso, a empresa foca na sua vertente ambiental, a Sinobras Florestal, responsável pela plantação de eucalipto em florestas próprias, para produzir carvão vegetal de maneira controlada, além de capturar gás carbônico. A terceira ação utiliza as sucatas e o processo de transformação da matéria para poupar energia.

Corrêa afirma que a “sucata está diretamente ligada ao desenvolvimento”, já que o aço está presente em toda a cadeia produtiva, seja nas máquinas industriais ou nos produtos em si. Segundo ele, no Brasil a média do consumo de aço se mantém em, 133 quilos por habitantes, uma diferença de mais de 600%% em relação à Coreia do Sul, com 962, sendo o país que mais consome. Na avaliação do empresário, a diferença expressiva alerta para a necessidade de avançar em desenvolvimento e consequentemente nos demais setores abastecidos pelo aço do Pará.

No estado, o cenário não é diferente, sendo necessário, na avaliação do vice-presidente, investimentos nesse segmento, desde que alinhados às demandas ambientais do território. A escolha da siderúrgica em adotar práticas de reuso é muito mais uma escolha empresarial que comercial. Isso porque, como explica Corrêa, não há ganhos diretos desse reaproveitamento.

“A Amazônia é uma oportunidade enorme para a gente fazer isso de forma sustentável, porque o aço está presente em tudo, no transporte, na indústria, na construção civil e por aí vai”, pontua o vice-diretor.

Um os benefícios mais visíveis da atuação do setor é na economia, com a geração de empregos diretos e indiretos. A empresa está localizada no município de Marabá, sudeste paraense, emprega mais de dois mil colaboradores diretos e conta com outros novecentos terceirizados. De maneira mais ampla, o porta-voz da empresa enfatiza que “para cada emprego gerado na indústria do aço, se gera outros 23 indiretos”.

A geração de postos de trabalhos também está relacionada à captação das sucatas metálicas. Isso porque a empresa atua na região Norte desde 2006, mas, especificamente com iniciativas sustentáveis desde 2008. São 17 anos recolhendo sucatas e resíduos descartados na sociedade ou no seu próprio processo de produção.

Além dos empregos, o aço produzido no estado também abastece toda a cadeia produtiva que depende dele, por exemplo, com presença em boa parte das obras de preparação para a COP 30. O vice-presidente da empresa diz que o Parque da Cidade, onde as reuniões do encontro climática ocorrerão entre 10 e 21 de novembro deste ano, possuem vergalhões e outros produtos feitos pela empresa em Marabá.

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Como funciona

As sucatas metálicas são recolhidas mediante parcerias com cooperativas espalhadas em toda a região Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É uma relação comercial, ou seja, as cooperativas são pagas pelos resíduos retirados do meio ambiente. No Pará, a coleta ainda não é tão expressiva, por isso o vice-presidente da siderúrgica defende a ampliação de esforços nesse processo a nível estadual. “Precisamos investir aqui para que os lucros fiquem também aqui no estado”, afirma Corrêa.

A gerente de sustentabilidade da Sinobras, Junimara Chaves, explica que somado a coleta, as sucatas permitem um segundo processo de economia, que utiliza o chamado ferro-guso. Esse é o primeiro estágio do ferro no processo de transformação, quando é deixado no estado líquido. Nessa etapa, ela explica que as sucatas são fundidas com o ferro líquido para seguir para as demais, o que permite uma economia de energia no processo, o que não aconteceria se a matéria-prima fria ainda tivesse que ser derretida.

O terceiro procedimento representou um investimento para a siderúrgica em plantações de eucalipto que vira carvão vegetal posteriormente, combustível necessário na produção do aço. Embora a queima desse carvão ainda emita gases do efeito estufa (GEE), a porcentagem de emissão ainda é menor do que o desempenho de emissão do carvão vegetal, anteriormente utilizado. Para propiciar essa substituição, a empresa investe em plantações próprias, que capturam gás carbônico da atmosfera, ao mesmo tempo que vira carvão, concluindo um ciclo de produção, como nomeia a gerente de sustentabilidade.

Indústria

Na indústria os incentivos por uma cadeia produtiva alinhada à sustentabilidade parecem seguir o mesmo movimento. O diretor do Instituto Senai de Inovação, André Lucheta, esteve no evento representando a Federação das Indústrias do Estado do Pará e pontua que há um esforço em dialogar com as empresas para esse alinhamento.

˜É muito importante a gente trabalhar na descarbonização, tanto da cadeia do aço, quanto da cadeia do alumínio e do cimento, que ainda são grandes emissores de carbono para a atmosfera”.

Para alcançar o objetivo, o diálogo tem acontecido com a indústria, refletido em mais competitividade no setor, mas não se limitam a realidade interna do estado. Ele exemplifica que o presidente da Fiepa, Alex Carvalho, participa da Semana do Clima em Nova Iorque, para justamente levar um documento com diretrizes para uma indústria de baixo carbono. O documento funciona como uma espécie de manual de metas e boas práticas a serem adotadas, sendo elaborada com base no que jká foi realizado e nas pesquisas de desempenho da Federação.

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