Frango e peixe caem de preço em Belém, aponta Dieese

Entre os meses de janeiro a outubro, o frango resfriado apresentou uma queda de 2,59% nos principais supermercados da cidade, enquanto que o preço do frango congelado recuou 16%. A redução também aconteceu o peixe.

Amanda Engelke / Especial para O Liberal
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O preço médio do frango consumido na capital ficou mais barato segundo um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese Pará). Entre os meses de janeiro a outubro, o frango resfriado apresentou uma queda de 2,59% nos principais supermercados da cidade, enquanto que o preço do frango congelado recuou 16%. O mesmo aconteceu o peixe. Pelo sétimo mês consecutivo, a maioria dos pescados comercializados em mercados municipais apresentou recuo de preços.

Entre os peixes que apresentaram a maior recuo no preço estão o Tucunaré, com redução de 21%, seguido pela Urtinga, com queda de 10,69%. Outros são o Tamuatá (9,59%), o Mapará (9,30%), a Pratiqueira (8,44%), o Cação (4,79%), a Corvina (4,18%), o Peixe pedra (3,81%), a Pescada Branca (3,16%), o Surubim (3,04%), o Cangatá e Curimatã ambos com queda de 2,17%, a Gurijuba (1,30%), o Tambaqui (0,46%) e Dourada (0,32%). Mesmo com a trajetória de quedas, no balanço comparativo dos últimos 12 meses, a maioria dos pescados continuam com valores elevados, aponta o estudo.

O presidente da Associação Paraense de Supermercados (ASPAS), Jorge Portugal, afirma que a redução no valor dos itens nas prateleiras ocorre em decorrência do valor da cesta básica e da relação entre oferta e procura. “De forma geral, todos os itens estão vinculados à cesta básica. Quando o valor desses itens reduzem, isto significa um maior poder de compra. Ou seja, a pessoa vai fazer compras com um valor pré-estabelecido, e se antes, por exemplo, pagava um determinado valor com feijão e hoje paga menos, isso significa que comprará mais ou comprará outro item”, explica.

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Ele cita, além do feijão, a redução de itens como óleo, a farinha de trigo e as proteínas, como o frango e a carne. “No caso da carne, no Pará, nós temos o segundo maior rebanho bovino do país, ficando atrás apenas do Mato Grosso. Ultrapassamos, inclusive, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Então, essa redução no preço ocorre desde o início do ano. Seguindo essa mesma lógica, há pelo menos quatro meses estamos com essa redução no preço do frango. Está tudo interligado. Se reduz o custo da cesta básica e temos oferta, a proteína é algo que vai ser adquirida pelo consumidor.

Consumidores confirmam valores mais baixos

A dona de casa Otilia de Jesus, de 60 anos, conta que sentiu a redução. Segundo ela, o valor das proteínas está, de fato, mais baixo, se comparado com o ano passado. “Eu pagava na chã (coxão mole), por exemplo, algo em torno de 40 reais. Hoje, a gente já encontra entre 30 e 35. O frango também baixou, mas menos que a carne. Antes eu pagava 15 reais no peito, agora pago algo tem torno de 12. Isso varia de supermercado pra supermercado, tem que pesquisar onde tá mais barato. O óleo e o feijão também estão mais baratos, mas o arroz aumentou um pouco agora”, diz.

A alta do arroz sentida pela dona de casa é comprovada pelos números. O quilo do arroz agulhinha ficou mais caro em todas as capitais em outubro, de acordo com o levantamento nacional do Dieese. As altas mais importantes ocorreram em Florianópolis (9,25%), Brasília (7,35%) e no Rio de Janeiro (6,72%). Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação de preços e as taxas variaram entre 11,28%, em Belém, e 30,52%, em Florianópolis. A maior demanda externa pelo arroz brasileiro e a desvalorização do real diante do dólar reduziram a oferta e elevaram os preços no varejo.

Jessica Fleming, de 29 anos, que estava fazendo compras no supermercado para sua casa nesta segunda-feira (20), contou que percebeu a redução de preço no frango e que pretende consumir mais o produto, já que a proteína está mais em conta. “A gente consome quase todo dia. Lá em casa, somos em quatro pessoas. Normalmente a gente compra muito filé de sobrecoxa. Já cheguei a pagar 21, 22 reais. Está sendo uma boa opção de compra. Estamos levando até um pouco mais porque está bom o preço”, contou a acadêmica de Direito.

France Santos, de 58 anos, disse que não notou tanta diferença no caso do frango e que consome a proteína esporadicamente. “Sinceramente não baixou muito não. Se teve, é uma diferença que não percebi na prática. Ultimamente tenho consumido mais carne, por preferência mesmo. Em casa, eu e meu marido estávamos comendo muito frango, por isso quando compro agora é pouco e também dura uns três dias porque somos só nós dois”, afirmou a agente de saúde durante as compras.

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Cesta básica no Brasil

Apesar da redução em alguns itens da cesta básica, se comparado com o ano passado, Belém foi uma das capitais que apresentaram alta no valor cesta, em comparação entre outubro de 2022 e outubro de 2023, de acordo com o levantamento nacional do Dieese. O órgão apontou que 12 capitais tiveram redução do preço médio, com destaque para Brasília (-7,34%), Campo Grande (-6,91%) e Goiânia (-5,88%). Outras cinco cidades tiveram variações positivas: Salvador (0,09%), Aracaju (1,25%), Natal (1,52%), Belém (2,88%) e Fortaleza (4,23%).

Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.210,11 ou 4,70 vezes o mínimo de R$ 1.320,00.

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