Estudo do BNDES e Ministério das Cidades prevê R$ 1,4 bilhão para ampliar sistema de BRT em Belém
Estudo nacional define três novos projetos de transporte coletivo de média e alta capacidade na capital paraense
O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades, definiu projetos para ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) na região metropolitana de Belém (PA). Na capital paraense, estão previstos três novos trechos de expansão do sistema de BRT (bus rapid transit), com 22 km de extensão e investimento estimado em R$ 1,4 bilhão.
Segundo o estudo, a implementação desses projetos pode reduzir em cerca de 150 o número de mortes no trânsito até 2054 e evitar a emissão de 49,8 mil toneladas de CO₂ por ano. O ENMU também aponta redução de 20% no custo operacional por viagem em Belém, percentual superior à média nacional, de 11%.
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Os benefícios econômicos incluem redução do tempo médio de deslocamento na capital, com impacto estimado de R$ 1,9 bilhão.
Projetos previstos em Belém
Em Belém, os projetos previstos pelo ENMU são a implantação do BRT Centenário, o BRT avenida Júlio César e a expansão do BRT Metropolitano – Expansão Marituba.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o estudo contribui para a formulação de uma política pública de longo prazo voltada à mobilidade sustentável. “O objetivo é melhorar a qualidade de vida com um transporte mais eficaz, menos poluente e mais seguro”, afirmou.
O ministro das Cidades, Jader Filho, ressaltou que “investir em transporte coletivo limpo é investir nas cidades e nas pessoas, tornando os centros urbanos mais resilientes”.
Panorama nacional do ENMU
O ENMU definiu 187 projetos de ampliação do transporte coletivo nas 21 maiores regiões metropolitanas do país, com investimento total estimado em R$ 430 bilhões.
A distribuição estimada dos recursos inclui: R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLT), até R$ 80 bilhões em BRTs e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus.
Impacto em segurança e clima
A implementação de todos os projetos previstos pelo ENMU pode reduzir cerca de 8 mil mortes em acidentes de trânsito até 2054 nas 21 regiões metropolitanas. Estima-se também a evitação de 3,1 milhões de toneladas de CO₂ por ano, equivalente à absorção de carbono de uma área de floresta amazônica de 6.200 km² — aproximadamente cinco vezes a área do município do Rio de Janeiro.
Outros ganhos apontados pelo estudo incluem redução do custo total da mobilidade urbana em cerca de 10%, maior acesso a empregos, escolas, hospitais e áreas de lazer em menor tempo, e uma redução no tempo médio de deslocamentos com impacto econômico estimado em mais de R$ 200 bilhões.
O estudo integra as regiões metropolitanas de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
A íntegra do estudo está disponível em: bit.ly/ENMUout2025.
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