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Entidades ligadas ao meio ambiente festejam novos investimentos no Fundo Amazônia

Alemanha anunciou aporte de 35 milhões de euros para o Fundo, que chegou a ficar paralisado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro

O Liberal

A Alemanha anunciou, nesta segunda-feira (30), por meio da ministra da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, a liberação de cerca de 200 milhões de euros para ações ambientais no Brasil, num período de 100 dias. Desse montante, 35 milhões de euros irão para o Fundo Amazônia e 31 milhões de euros para apoio a Estados da Amazônia que queiram desenvolver projetos de proteção e de uso sustentável das florestas. Entidades envolvidas com o setor ambiental comemoram o investimento e prometem acompanhar de perto o gasto dos recursos do Fundo, que chegou a ficar paralisado por três anos, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado (Fiepa), o engenheiro florestal, mestre em desenvolvimento sustentável e agriculturas amazônicas e especialista em meio ambiente, Deryck Martins, explica que, historicamente, o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia sempre foi uma pauta global, assim como a questão do desenvolvimento sustentável ou do desenvolvimento da região atrelado a um uso sustentável. Então, o Fundo Amazônia surgiu, há quase 15 anos, para ser um um veículo de fomento a iniciativas sustentáveis, de uso adequado dos recursos florestais. 

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“Então, além do Fundo Amazônia, há uma relevância grande quando a gente considera esse apoio anunciado aos Estados, pensando no Pará, por exemplo. Nós somos um Estado que tem uma economia rural muito forte, que tem o minério, a pecuária, a agricultura, a madeira e outros produtos da floresta. Então, existe uma potencialidade grande para o Estado do Pará no diálogo com o Fundo Amazônia. Nós temos iniciativas de uso dos ativos florestais, de projetos que são adequados para o meio ambiente, como o manejo florestal, a agricultura de baixo carbono e a pecuária intensiva e não mais extensiva. E a gente precisa de estudos, de financiamento, de recursos para essas atividades, principalmente quando levamos em conta as comunidades tradicionais que vivem nessa região”, analisa. 

O vice-coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Alcebias Sapará, também vê com entusiasmo a parceria da Alemanha com o Brasil para alavancar a proteção aos nossos recursos ambientais. 

“A Coiab faz parte do Comitê Orientador do Fundo Amazônia, que dá direcionamentos, acompanha os projetos. Então, para nós, ver o Fundo Amazônia receber investimentos é muito importante. Os territórios indígenas ocupam 23% da Amazônia brasileira, e os territórios que são demarcados registram os menores números de desmatamento. Aqui, também temos o Fundo Podaáli, cujas principais iniciativas são o fortalecimento dos territórios, autonomia e garantia de direitos. Quando nós acessamos o Fundo Podáali, que é um fundo indígena, esses são recursos que nós podemos usar para fortalecer a autonomia das comunidades e dos territórios, com projetos voltados à geração de renda, autossustentação e para apoiar o que as comunidades têm de mais forte, trabalhado e pensado pelas comunidades, pelas lideranças, pelos caciques”, explica.

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Para ele, o Fundo Amazônia também pode cumprir esse papel. “A chegada de recursos e projetos é interessante e nós buscaremos essas captações, inclusive para fortalecer uma das nossas principais bandeiras, que é a proteção dos territórios, garantir que os territórios sejam homologados, demarcados, e garantir que os territórios já homologados e demarcados possam ter segurança, para que os nossos parentes possam ter maior controle sobre suas terras, sobre aquilo que está sendo feito em torno também”, completa. 

Fundo Amazônia

A doação de 35 milhões de euros ao Fundo Amazônia foi formalizada por meio da assinatura de um contrato financeiro entre o banco alemão KfW e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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