Diplomata belenense detalha processo para seguir a carreira no Itamaraty; confira

Ela destaca que não há limite de idade e qualquer pessoa com curso superior pode se submeter ao exame de seleção

Valéria Nascimento

A diplomata Ana Cecília Sabbá, de 32 anos, esteve em Belém, no início deste mês, pela Academia Diplomática do Brasil, para convidar universitários a ingressarem na carreira diplomática. Nesta entrevista, ela, que é nascida e criada na capital paraense, fala da formação necessária para o ofício diplomático e dá dicas sobre como planejar os estudos, para entrar no Instituto Rio Branco e no universo das embaixadas, consulados e missões internacionais.

O que deve estudar uma pessoa interessada em seguir a carreira diplomata, e existe um limite de idade?

Diplomata Ana Cecília Sabbá - o concurso não requer nenhum curso específico, portanto, uma pessoa interessada em seguir a carreira diplomática pode fazer qualquer curso de graduação reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Não há limite de idade para o ingresso na carreira.

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Partindo de sua experiência, que dicas você daria para um bom planejamento de estudos, pois a prova exige conhecimentos em disciplinas específicas e também o domínio de inglês, espanhol e francês?

Diplomata Ana Cecília Sabbá - Eu recomendaria escolher duas matérias para começar, ao invés de pegar cursos de todas as disciplinas, ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, comecei por História Mundial e História do Brasil. Essa é uma boa tática para conhecer o concurso e se autoconhecer, entendendo, assim, qual método de estudos funciona melhor para você.

Para quem ainda está na graduação e já tem interesse em prestar o concurso, eu recomendaria, desde já, começar a estudar as línguas estrangeiras. Quem já tem algum conhecimento dessas línguas pode se dedicar mais às outras disciplinas durante a preparação.

Explique-nos sobre o acesso à carreira, por exemplo: quem promove o exame de acesso, ele é anual? E a partir da aprovação, o aprovado vai atuar em que local e quais as oportunidades de trabalho de ascensão na carreira ele terá?

Diplomata Ana Cecília Sabbá - Quem promove o exame de acesso é o Instituto Rio Branco (IRBr), a Academia Diplomática do Brasil, e o concurso é anual desde 1946. Após a aprovação e a posse no cargo, nós ingressamos no IRBr, para o Curso de Formação de Diplomatas. No Instituto, nós damos seguimento aos nossos estudos por mais um ano e meio, em média. Após o curso, nós somos lotados nas diferentes divisões do Ministério das Relações Exteriores, após um tempo, podemos ser removidos para os postos do Brasil no exterior (Embaixadas, Consulados e Missões).

Nós entramos na classe de Terceiros-Secretários, mas são 6 classes no total. Então, há a Terceira e as classes de Segundo-Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe, também conhecido como Embaixador ou Embaixadora. A ascensão se dá de acordo com critérios de antiguidade e merecimento.

Considerando que hoje vivemos em um mundo em transformação, tanto no âmbito da política quanto da economia internacional e, em especial, quais os principais desafios de um diplomata?

Diplomata Ana Cecília Sabbá   Adaptar-se a esse mundo em transformação exercendo com maestria suas três principais funções: representar, negociar e informar.

Para fechar, Ana Cecília, o que dá mais orgulho e prazer a você na carreira, e você pode falar da média da remuneração?

Diplomata Ana Cecília Sabbá A remuneração inicial prevista no edital do último concurso, o de 2022, foi de R$ 19.199,96, o valor bruto. O que me dá mais orgulho é saber que posso fazer a diferença no mundo em que vivemos representando os interesses do meu país, do meu povo. Me dá orgulho também saber que eu represento a região amazônica, o Norte do país, o Pará. 

Sei que tenho um papel social de dar cada vez mais visibilidade à nossa região. Assim, aproveito a oportunidade para deixar o convite para que mais paraenses prestem o concurso e venham conosco tornar a nossa política externa mais representativa.

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