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Cresce venda de veículos seminovos no Pará

Com altos preços no mercado, clientes têm optado por carros mais baratos e mais antigos

Elisa Vaz

A venda de veículos seminovos e usados cresceu 30,2% no território paraense em 2021, de acordo com a Associação dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Pará (Assovepa). Com a alta dos preços das unidades novas, os consumidores têm optado pelos carros, motos e outros veículos de segunda mão. De acordo com a entidade, um total de 230,9 mil unidades foram vendidas entre janeiro e dezembro, contra as 177,3 mil emplacadas em 2020.

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Com o resultado, o Pará ocupou o primeiro lugar no ranking de Estados do Norte que mais venderam veículos seminovos, seguido por Rondônia (147.731), Amazonas (101.551), Tocantins (72.419), Acre (34.984), Roraima (32.050) e Amapá (13.186). O total da região foi de 632,8 mil unidades vendidas em 2021, uma alta de 13,8% em relação aos 556 mil veículos emplacados um ano antes.

Entre todos os tipos de veículos, o mais vendido no Pará é o automóvel – foram 113,6 mil em 2021 e 86,2 mil em 2020, aumento de 31,8%. As motocicletas também fizeram sucesso, e 72,4 mil seminovas foram compradas no Pará no ano passado, o que representa um reajuste de 21,8% em relação ao ano anterior, quando 59,5 mil unidades foram emplacadas. Já o maior reajuste de 2020 para 2021 foi na compra de comerciais leves usados – 41,9% a mais, passando de 23,4 mil para 33,4 mil entre janeiro e dezembro de cada ano.

Além disso, a "idade" dos veículos comprados também mudou, e o consumidor tem escolhido os mais velhos. A Assovepa aponta que, do total de unidades vendidas no Pará em 2021, 53,8 mil tinham de zero a três anos de uso (+46,8%) ; 97 mil de quatro a oito anos (+15,9%); 49,9 mil de nove a 12 anos (+38,5%); e 30 mil eram mais velhos, com 13 anos de uso ou mais (+44%).

O presidente da associação, Aldo Oliveira, diz que o principal motivo para essas altas foi a falta de matéria-prima e componentes para fabricar carros novos de acordo com a necessidade do mercado em 2021. “Foi um ano atípico, aí o cliente optou pelo seminovo, que é até mais barato. Você consegue comprar um seminovo com 10 ou 15 mil quilômetros rodados com uma diferença de R$ 30 mil em relação ao carro zero, em alguns casos carro de luxo. E os impostos são mais baratos também”, ressalta.

Outro fator que motivou a alta de compras de veículos usados, que são mais baratos, foi a dificuldade de acessar financiamento, provocada pela pandemia da covid-19. Mas até eles ficaram mais caros no Pará, por conta da alta demanda, diz Aldo. “Todos os clientes do carro zero que queriam trocar seu carro de 2014, 2015, para aproximar para 2020, 2021, como não tinha carro, automaticamente migraram para os seminovo, o que elevou os preços”, explica.

Concessionária teve crescimento

Em uma das empresas localizadas na capital paraense, o movimento já é percebido no mercado dos seminovos. O gerente de vendas da RR Chevrolet, Lindolfo Branco, afirma que houve um aquecimento de cerca de 20% nas vendas desses modelos na concessionária. O motivo, segundo ele, são os constantes aumentos nos preços de veículos novos e a falta deles no mercado, limitada por conta da falta de insumos para produção, diz ele. Mas, mesmo os seminovos estão mais caros em todas as lojas, acompanhando a chamada Tabela Fipe [Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas], atualizada anualmente reunindo uma lista de preços existentes no mercado de veículos. Na RR, as altas começaram em janeiro de 2021 e ficam entre 30% e 40%, dependendo da marca e modelo.

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Foram fabricadas no ano passado 2,24 milhões de unidades

De acordo com Lindolfo, os veículos mais vendidos são os populares, carros de até R$ 60 mil. Um dos modelos, ano 2022, caso fosse comprado novo, custaria R$ 73.990, mas o seminovo chega a ser encontrado por R$ 58.990, ano 2019, o que gera uma economia de 20%. Os clientes da empresa costumam fazer o pagamento de 60% por financiamento e com entradas até 40% do valor total.

“Há benefícios na compra de seminovos. Damos garantia de três meses ou cinco mil quilômetros rodados, o que vencer primeiro; fazemos revisões de entrega conforme manual do veículo; cada loja nossa possui um mecânico especializado em seminovos para efetuar as revisões; fazemos também a vistoria cautelar para garantir a procedência do veículo; temos ainda um departamento de F&I [do inglês, financiamento e seguro] que oferece seguro e a extensão de garantia de até um ano; entre outros”, destaca.

Segurança na compra

Essas vantagens, no entanto, são encontradas em empresas formais e concessionárias registradas, ressalta Lindolfo. No estabelecimento em questão, todos os veículos usados passam por vistoria cautelar para identificação de todo o histórico do veículo, como proprietários anteriores, se foi batido, se já foi carro de leilão ou até de perda total de seguradoras, entre outros. “Comprando fora da concessionária o cliente pode estar comprando justamente um carro sem conhecer sua procedência. A vistoria cautelar nos dá esse histórico e nos permite ter carros de boa procedência em nosso estoque. Se não passar na vistoria cautelar, não recebemos esse veículo usado”, diz Lindolfo.

O autônomo Adonai Oliveira, de 49 anos, já atua no mercado de compra e venda de veículos seminovos há algum tempo. Há dois meses, ele optou por, mais uma vez, adquirir um carro de segunda mão, de forma independente, sem procurar concessionárias. Segundo ele, o motivo que o levou a fazer a compra foi a alta de preço dos modelos novos. Ele conseguiu economizar cerca de 45%.

“Devido ao preço do novo estar em alta, optei pelo seminovo. Já faz bastante que tenho experiência com isso e ainda não passei por nenhum tipo de situação ruim ou golpe, porque gosto de verificar tudo primeiro, antes de comprar, como verificar documentos,  mecânica e procedência”, comenta. A dica que o autônomo dá para quem quer fazer compras de veículos seminovos é sempre estar atento a essas questões de segurança. Ele prefere fazer isso pessoalmente, por ter mais confiança quando vê o carro.

A Assovepa também deu dicas para os consumidores não caírem em golpes: procurar lojas associadas à entidade, o que garante mais segurança; e caso seja uma venda independente tratar diretamente com o proprietário e só pagar para a pessoa que tem o documento do veículo.

Vendas de veículos seminovos e usados no Pará

2020: 230.923

2021: 177.365

Variação: 30,2%

Tipos de veículos seminovos que tiveram mais variação em vendas no Pará em 2021

  1. Comercial leve: 42,9%
  2. Comercial pesado: 36,5%
  3. Automóveis: 31,8%
  4. Motos: 21,8%
  5. Outros: 41,9%

Tipos de veículos seminovos mais vendidos no Pará em 2021

  1. Automóveis: 113.646
  2. Motos: 72.487
  3. Comercial leve: 33.479
  4. Comercial pesado: 7.872
  5. Outros: 3.439

Vendas de veículos seminovos no Pará em 2021 por tempo de uso

  • 0 a 3 anos: 53.876
  • 4 a 8 anos: 97.052
  • 9 a 12 anos: 49.933 
  • 13 anos ou mais: 30.062

Ranking dos Estados do Norte que mais venderam veículos seminovos em 2021

  1. Pará: 230.923
  2. Rondônia: 147.731
  3. Amazonas: 101.551
  4. Tocantins: 72.419
  5. Acre: 34.984
  6. Roraima: 32.050
  7. Amapá: 13.186
  8. Total: 632.844

Fonte: Assovepa

10 cuidados ao comprar carros novos ou usados

  • Confira se o carro é real
  • Verifique toda a documentação do automóvel
  • Consulte as restrições jurídicas do carro
  • Analise a quilometragem do carro antes de comprar
  • Desconfie de ofertas muito agressivas
  • Analise o histórico do carro
  • Não faça pagamentos antecipados
  • Peça pela vistoria cautelar do carro
  • Pesquise para saber se o carro esteve em um leilão
  • Verifique os documentos do vendedor e da concessionária

10 cuidados para evitar golpe na venda de carros

  • Faça análise de crédito do comprador
  • Não entregue o carro antes do valor compensar em sua conta
  • Não aceite cheques
  • Aceite pagamento parcelado somente no cartão de crédito
  • Desconfie de trocas muito vantajosas 
  • Cuidado com a falsa venda consignada
  • Marque um encontro em um local público
  • Preencha o CRV e leve ao Detran
  • Fique atento ao golpe do anúncio clonado
  • Não parcele por conta própria

Fonte: Banco BV

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Economia
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