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Belém teve a maior alta no preço da cesta básica em fevereiro, entre 13 capitais brasileiras

Os vilões da cesta básica são produtos como a farinha de mandioca; o leite; a manteiga; o tomate; a banana e o feijão

O Liberal

Belém foi, entre 17 capitais brasileiras, a que apresentou a maior alta no preço da cesta básica no mês de fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, efetuada pelo Dieese do Pará. Segundo o órgão, a variação na capital paraense foi de 1,25%, correspondendo ao custo de R$ 662,98. As outras cidades que também registraram aumentos nos preços das cestas básicas foram Natal (0,64%), Salvador (0,34%) e João Pessoa (0,01%). Mesmo assim, todas estas apresentaram custo total inferior ao registrado em Belém.

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De acordo com o levantamento do Dieese, em fevereiro, a maior parte dos doze itens considerados para a cesta básica dos paraenses voltou a apresentar aumentos de preçoscom destaque para a farinha de mandioca, com alta de 7,02%; seguida do leite, com alta de 3,53%; manteiga, com alta de 3,11%; tomate, com alta de 1,27%; banana, com alta de 1,01%; feijão, com alta de 0,83%; café, com alta de 0,76%, e carne bovina, com alta de 0,52%; entre outros. No mês passado, apenas o açúcar apresentou queda de 0,34%.

Ainda segundo o Dieese do Pará, para que uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, conseguisse dar conta de uma cesta básica no mês de fevereiro, o gasto seria de aproximadamente R$ 1.988,94o que equivale a 1,52 salários mínimos, levando em consideração o novo valor do novo salário mínimo, de R$ 1.302,00, em vigor desde 1º de janeiro de 2023.

“É preocupante ver que a cesta básica dos paraenses continua aumentando e impactando o orçamento das famílias. O Brasil fechou o ano com uma inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,93%, mas, a inflação dos alimentos e bebidas no mesmo índice chegou a 11,91%, ou seja, mais que o dobro. Situação parecida se observou em Belém, que fechou o ano com uma inflação de 5,54%, e nos alimentos e bebidas de 11,09%. Infelizmente, esses aumentos tendem a afetar principalmente as famílias de baixa renda, as quais já enfrentam dificuldades financeiras diárias”, observa o economista Sérgio Melo.

Segundo ele, as famílias devem buscar alternativas para fugir dos altos preços. “É importante que as pessoas estejam atentas aos preços dos alimentos e busquem opções mais baratas e nutritivas para compor sua cesta básica. Isso pode ser feito por meio de comparação de preços entre diferentes estabelecimentos e pesquisa de marcas que possam sair mais em conta. A importância da educação financeira também é grande nesse momento, com o controle do orçamento a partir do planejamento familiar, com definição de prioridades, compra de produtos e serviços essenciais e não se deixar levar pelas compras por impulso. Além disso, a busca por formas de renda extra auxilia as famílias a manter o orçamento equilibrado”, pontua.

É isso o que tem buscado a diarista e cuidadora de idosos Edilma Barbosa, de 44 anos. Ela tem se dividido entre as duas funções para poder dar conta das despesas da família, provendo o marido e os dois filhos. “Como o meu marido não está podendo trabalhar direito, por conta de uma doença, sou eu que tenho que me virar. Eu trabalho muitominha agenda de diárias, por exemplo, está fechada para a semana inteira, justamente para ver se dá para ganhar um pouco mais. Até porque a nossa despesa não é só alimentação, também temos aluguel, água, luz, entre outras contas, lamenta.

Edilma conta que vai ao supermercado quase todos os dias fazer compras para as casas em que trabalha como diarista. Ela diz que sempre percebe os preços mais altos, de todos os tipos de produtos. Quase nunca há recuos. “As carnes de modo geral estão sempre mais caras. Também vejo muita variação no preço dos ovos, tomate, frutas e legumes em geral, além do leite. Realmente é muito difícil sobreviver só com um salário mínimo”, relata.

Confira os preços médios* dos principais produtos da cesta básica do paraense:

  • Carne R$ 38,56 (kg)
  • Leite R$ 6,74 (1 litro)
  • Feijão R$ 9,70 (kg)
  • Arroz R$ 5,63 (kg)
  • Farinha R$ 9,91 (kg)
  • Tomate R$ 9,55 (kg)

(Dados do Dieese/PA)

Confira os preços médios* dos principais produtos da cesta básica em algumas capitais brasileiras:

  • São Paulo R$ 779,38
  • Rio de Janeiro R$ 745,96
  • Fortaleza R$ 671,32
  • Belém R$ 662,98
  • Natal R$ 626,15
  • Recife R$ 606,93
  • João Pessoa R$ 600,10
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