‘Amazônia Líquida’ estreia com vernissage e obras inéditas em Belém
Mostra reúne 22 obras com intervenções da artista Rose Maiorana sobre fotografias do fotojornalista Tarso Sarraf

Na noite da última quinta-feira (29/05), foi inaugurada no Palacete Faciola – Museu da Imagem e do Som (MIS), em Belém, a exposição “Amazônia Líquida – Especial COP 30”, que reúne 22 obras que combinam pinturas da artista plástica paraense Rose Maiorana com fotografias do fotojornalista Tarso Sarraf. A mostra pode ser visitada gratuitamente até o dia 3 de agosto, de terça a quinta-feira, das 9h às 14h, e de sexta a domingo, das 9h às 17h.
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A abertura contou com uma vernissage prestigiada por convidados especiais, entre artistas, produtores culturais e admiradores da arte e da causa amazônica. A exposição foi concebida dentro do contexto da próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em novembro, também na capital paraense.
Inspirada na teoria da “modernidade líquida”, do sociólogo Zygmunt Bauman, a mostra propõe ao visitante um mergulho sensível e urgente sobre o presente e o futuro da floresta. As obras combinam imagens captadas por Tarso com as intervenções artísticas de Rose, compondo um conjunto que convida à reflexão sobre a complexa relação entre o homem e a natureza.
Segundo a artista plástica, a ideia nasceu da convivência artística com Sarraf, que, ao fotografar suas obras, sugeriu o uso de um acervo próprio de imagens da Amazônia, coletado ao longo de anos de trabalho. “Então fui intervindo com tinta sobre essas imagens, criando uma narrativa que retrata a Amazônia viva, que precisa ser vista com mais cuidado e mais respeito”, explicou a Rose Maiorana.
Ela revelou que o projeto “Amazônia Líquida" vai além da exposição atual. Uma nova coleção está em produção, com lançamento previsto para setembro na Galeria de Arte Rose Maiorana, localizada no bairro do Marco.
“Vai ter uma roupagem nova, com uma pintura que eu estudei bastante, e que ficou muito mais bonita. Serão quadros com imagens de Belém, dos interiores do Estado e até do Círio de Nazaré”, anunciou.
Retratos de um Pará multifacetado
Para Tarso Sarraf, a mostra tem um significado especial por ocupar o Palacete Faciola, marco da cultura paraense. “É muito importante estarmos fazendo a primeira exposição do Governo aqui. São 22 imagens que mostram um pouco da nossa Amazônia. A Amazônia não é só o verde e a água. É o trabalhador, é o pôr do sol, é a vida pulsando”, afirmou o fotógrafo.
Ele destacou que a exposição tem potencial para dialogar com diferentes públicos, incluindo turistas que devem visitar Belém nos próximos meses. Além disso, a mostra também tem caráter itinerante.
Após a capital paraense, a exposição segue para o Marajó, onde permanece por dois meses, e depois será apresentada em São Paulo, tanto na Assembleia Legislativa quanto em uma galeria de arte. A proposta é que as obras também sejam levadas a outros países.
“Todo mundo agora quer a ‘Amazônia Líquida’, mas ela deve ser vista além do momento da COP. É um projeto contínuo, que vai gerar outros produtos e reflexões”, disse Rose.
Entre os convidados presentes na abertura, a escritora, pintora e pedagoga Nazaré de Mello elogiou a qualidade estética e o conteúdo das obras. “São obras belíssimas. A fotografia do Tarso com a arte da Rose resultou em algo de altíssima qualidade. Falam da nossa região, da nossa terra, de momentos locais e identitários. É algo bem nosso mesmo, da Amazônia. A intervenção da Rose sobre essas fotos trouxe uma nova perspectiva”, observou.
SERVIÇO
Exposição ‘Amazônia Líquida – Especial COP 30’
- Local: Palacete Faciola – Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado no bairro de Nazaré, em Belém;
- Visitação: Até 3 de agosto;
- Horário: Terça a quinta, das 9h às 14h / Sexta a domingo, das 9h às 17h;
- Entrada gratuita.
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