Palacete Faciola abre as portas para a mostra 'Amazônia Líquida' em sintonia com a COP 30
Exposição dos artistas Rose Maiorana e Tarso Sarraf propõe reflexão sobre a fragilidade da relação entre homem e natureza na Amazônia

A cidade de Belém vai receber, a partir da próxima quinta-feira (29/05), uma exposição que dialoga diretamente com o momento histórico que a capital paraense está vivenciando. A mostra “Amazônia Líquida – Especial COP 30”, da artista plástica e diretora comercial do Grupo Liberal, Rose Maiorana, e do fotojornalista Tarso Sarraf, ocupará o Palacete Faciola - Museu da Imagem e do Som, no bairro de Nazaré, até o dia 3 de agosto. Para celebrar a abertura da exposição, será realizada uma vernissage no mesmo dia, às 19h, no próprio espaço. A entrada é gratuita, e o público poderá visitar a mostra de terça a quinta-feira, das 9h às 14h, e de sexta a domingo, das 9h às 17h.
Nesta nova temporada, a mostra se alinha à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em novembro deste ano no estado e coloca o Pará no centro das atenções internacionais sobre mudanças climáticas e preservação ambiental.
Os quadros expostos, um diálogo visual entre pinturas e fotografias, resultado da colaboração entre Rose e Tarso, têm como intenção proporcionar aos visitantes uma reflexão profunda sobre a fragilidade e a durabilidade dos sentimentos de proteção relativos ao bioma amazônico, inspirada pelo conceito de “modernidade líquida”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman.
“A exposição reflete expoentes da nossa Amazônia paraense. É um registro socioantropológico do estado que reverbera belezas e necessidades, principalmente a frágil relação do homem com o meio ambiente”, afirmou Rose Maiorana.
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Segundo a artista, neste ano em que Belém sedia um evento climático tão importante, torna-se ainda mais urgente evidenciar a realidade da região. “A característica fundamental deste projeto é conscientizar as pessoas de sua responsabilidade com o planeta, ainda mais numa região tão importante quanto a Amazônia”, disse.
Rose ressalta que a Amazônia vai além da floresta e dos povos originários. “Somos tudo isso, com orgulho, e muito mais para apresentar ao mundo. Somos cidade, tecnologia, inovação, uma população em constante e criativa transformação. Queremos ser vistos e ouvidos. E a arte tem o poder de sensibilizar e informar muito além dos estereótipos”, observou.
A exposição “Amazônia Líquida” estreou em 2023 e conquistou repercussão internacional ao integrar mostras coletivas em países como Bélgica, Portugal, Espanha e Emirados Árabes Unidos. Já neste ano, com uma versão itinerante, a proposta se fortalece como uma ferramenta de sensibilização diante do papel estratégico que a Amazônia desempenha no enfrentamento das crises ambientais globais.
Rose relembra que a primeira edição da mostra ocorreu em São Paulo, escolhida pela projeção nacional e internacional de sua cena cultural. Desde então, o projeto vem rodando o mundo. A proposta de parceria com Tarso Sarraf nasceu da convergência de ideias e do objetivo comum de dar visibilidade à região onde os artistas moram.
“Nesse trabalho conjunto com o Tarso, emitimos também a mensagem de união e parceria em busca de mudanças significativas para conter o avanço da degradação ambiental e reivindicar melhorias sociais”, disse.
Para Tarso Sarraf, a parceria com Rose ampliou os horizontes da fotografia documental. “Acho que isso mostra mais ainda que o projeto está ficando grande. Os visitantes poderão acompanhar dois tipos de obras: a fotografia e a intervenção artística”, comentou.
Sarraf destacou ainda que a exposição é uma oportunidade de reafirmar o papel de quem vive na região amazônica como voz ativa no debate ambiental. “Como a gente está aqui [no Pará], podemos falar, mostrar, com propriedade. E esse é um grande momento para isso, com a COP 30 chegando. Só tenho a agradecer à Rose e ao apoio do Governo e da Secult por essa parceria”, disse.
Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais, destacou a relevância do circuito promovido pelo sistema como uma vitrine da arte contemporânea produzida na região. Segundo ele, o momento é marcado por uma série de exposições que refletem a diversidade e a vitalidade da cena artística local.
“A exposição ‘Amazônia Líquida' se insere nesse conjunto como uma ação importante para o fortalecimento da produção artística do nosso estado. Nosso objetivo é justamente esse: fomentar e dar visibilidade à arte feita aqui, por artistas que dialogam diretamente com o território amazônico”, afirmou.
Serviço
Exposição “Amazônia Líquida – Especial COP 30”
- Abertura: Quinta-feira, 29 de maio;
- Vernissage no mesmo dia às 19h;
- Local: Palacete Faciola, avenida Nossa Senhora de Nazaré, 138 - Nazaré, Belém
- Visitação: Terça a quinta-feira de 9h às 14h, e sexta a domingo de 9h às 17h;
- Entrada gratuita;
- Em cartaz até dia 3 de agosto.
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