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'Varanda de Nazaré' celebra a Amazônia durante o Círio através da ‘Biodiversidade’

O tema do projeto deste ano destaca o olhar do Brasil para Belém. Fafá de Belém relembra o episódio trágico da queda da Samaúma como o start para a discussão local.

Bruna Dias
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Nos próximos dias 4 a 8 de outubro, Belém recebe a 13ª edição da “Varanda de Nazaré”, em celebração à edição 231 do Círio de Nazaré. Atravessando mais de uma década mostrando para o Brasil e para o mundo as belezas dessa festa religiosa, Fafá de Belém dá seguimento a essa missão em divulgar o Pará e o Círio.

“A Varanda nasceu de uma ideia de mostrar a nossa cultura, a nossa fé, mas também de incentivar o olhar das pessoas de fora de Belém, de fora do Pará, sobre o nosso Estado, a nossa gente e provocar que essas pessoas que trabalhavam só durante os quinze dias, na quadra ciriana, tivessem mais lugares para trabalhar. Basicamente era essa a minha pretensão, de girar um fluxo de pessoas, de curiosidade do olhar sobre a nossa terra. Que isso melhora a hotelaria, você começa a ter mais exigência em circulação também, em restaurantes e tal, entre outros”, explica Fafá.

“Então, quando a gente começou lá atrás, era essa a primeira ideia, era de é um giro de olhar e de oportunidade de negócios, de pessoas que vem a Belém e as pessoas que são do Pará. Foram muitos olhares cruzados, a minha única missão na Varanda é apresentar às pessoas ou fazer o que elas se conheçam por estarem nesse lugar de convivência onde a fé e o afeto comandam tudo, e obviamente paraensismo”, acrescenta.

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Além de trazer dezenas de convidados nacionais, entre celebridades e formadores de opiniões, para a Varanda, Fafá destaca a importância de tematizar esse projeto, para que os olhares se voltem para algumas necessidades locais. Este ano, a “Varanda de Nazaré” tem como tema a “Biodiversidade”.

“Cada ano a gente tem buscado agregar olhares, opiniões e críticas, além de agregar olhares cruzados, diferentes dos nossos, para a gente amadurecer do que é e do que pode ser, do que pode agregar e crescer esse espaço. Já no ano passado o nosso tema na Varanda era a ‘Semana de Arte Moderna de 1922’, e quando houve o episódio da Samaúma, eu disse: ‘a gente tem que começar a falar da responsabilidade de cada um diante da biodiversidade, da sustentabilidade’. Porque a Samaúma morreu, todo mundo morreu junto com ela depois, mas ninguém cuidou e observou. Ninguém percebeu ela pedindo ajuda, como os nossos igarapés sujos, nossos canais poluídos, nossa Baía do Guajará, que às vezes se vê plástico boiando, como Salinas, enfim... Todos nós somos responsáveis pela conservação do planeta”, pontuou Fafá.

Em fevereiro deste ano, parte de uma árvore da espécie samaumeira bicentenária caiu durante uma ventania. Ela estava localizada na praça Santuário da Basílica de Nazaré, no Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN), em Belém. Um mês após o ocorrido, o resto da árvore, incluindo seu tronco, foram retirados do local.

A Samaúma tinha 25 metros de altura e era um dos símbolos do local, abrigando centenas de periquitos que cantavam em frente a Basílica diariamente. A retirada da árvore gerou uma grande comoção local.

“Quando pensamos nesse fórum, foi como uma continuidade desse pensamento de que a Samaúma morreu porque todos abandonaram, ninguém cuidou dela. Que isso seja uma lição dolorosa, mas que a gente comece a olhar o nosso entorno. Mesmo que o vizinho não cuide, que a gente cuide”, acrescenta Fafá.

Por esse episódio, a ‘Varanda de Nazare’ terá uma programação voltada para a biodiversidade Amazônia Paraense, para que os convidados possam vivenciar a história, a gastronomia e a cultura local. Reunindo ao longo de quatro dias, celebridades, fotógrafos, artistas, cineastas, jornalistas e empresários, que vão viver uma imersão no universo do Círio. Além dos eventos exclusivos para convidados, a Varanda inclui na sua agenda dois shows públicos de Fafá de Belém para os fiéis que acompanham as procissões.

“O que eu sempre pretendo com a ‘Varanda’ é que ela seja esse vetor, esse abraço ao povo simples da minha terra. Quero que traga alegria, felicidade, que a gente reforce a nossa fé e que a gente pense juntos. O Instagram da Varanda já está aberto, ideias, críticas positivas, construção e demandas são bem-vindas. Um dia desse o rapaz fez uma sugestão que a gente acatou imediatamente. Então a Varanda existe para ser um olhar do Pará sobre e para o paraense. E que se pudesse ser a voz desse povo, é a grande realização nossa. A varanda é a Varanda do povo do Pará para Nazaré”, disse a idealizadora do projeto.

A programação começa no dia 04, com a Varanda da Amazônia, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. No dia seguinte tem a Experiência Sensorial de Boas-Vindas, na Ilha do Combu.

Na sexta-feira, 06, tem o famoso Sarau da Fafá, no Atrium Quinta de Pedras.

No dia 07, a programação começa bem cedo com a Varanda Fluvial, que faz parte do Círio Fluvial, na Baía de Guajará. A tarde tem a Trasladação, com a Varanda montada na Estação das Docas. E no mesmo lugar, a Varanda de Nazaré celebra o Círio de Nazaré.

O projeto também contará com o espaço infantil Varandinha de Nazaré, conduzida por Laura e Julia Saab, netas de Fafá de Belém, e Yula Penna, que reunirá uma programação especial para as crianças, com atividades lúdicas que terão como guia a tecnologia, a sustentabilidade e a Amazônia.

Como centro do compromisso em preservar a Amazônia, a Varanda de Nazaré também entra como polo desse debate. Eleita como cidade sede da COP 30, em 2025, Belém estará no centro da discussão sobre os desafios para o futuro sustentável do planeta e em especial em como transformar a Amazônia Legal em uma região competitiva, integrada e sustentável até 2030.

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