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Série apresenta a força produtiva de comunidades quilombolas do Pará

"Ubuntu- A Partilha Quilombola" estreia nesta sexta-feira, 4, no Canal Futura. Serão exibidos 13 episódios.

Enize Vidigal
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As histórias da vida real de comunidades quilombolas paraenses vão parar na tela do Canal Futura com a exibição da série documental "Ubuntu - A Partilha Quilombola", que estreia nesta sexta-feira, 4, com transmissão gratuita também pelo app FuturaPlay. A série apresenta comunidades quilombolas distribuídas no território paraense para mostrar a força produtiva que garantem a sobrevivência da organização comunitária nos aspectos da resistência negra e da preservação dos valores culturais, religiosos e políticos, como o direito ao título da terra e a luta contra invasões de território.

O jornalista paraense Ismael Machado assina a pesquisa e o roteiro da série de 13 episódios. A produção é da TV Norte Independente e a direção, do paraense Arthur Santos e da amapaense Cassandra Oliveira. Cada episódio será exibido sempre às sextas-feiras, às 22h30.

“Ubuntu”, na filosofia africana, significa uma sociedade baseada no respeito e na solidariedade, que valoriza o relacionamento entre as pessoas. Ismael, que está residindo no Rio de Janeiro, mantém o foco na Amazônia, sobretudo no Pará, para documentar histórias da vida real, a exemplo do longa “Soldados do Araguaia”, de 2017, do qual assina o roteiro com Belisário Franca, que foi indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro nas categorias de Melhor Montagem de Documentário e Melhor Trilha Sonora.

image Ismael Machado entrevista mulher quilombola. (Divulgação)

“Eu tinha muito material sobre comunidades quilombolas que reuni em diversas reportagens realizadas no Pará”, recorda o jornalista. “A ideia era de mostrar nessas comunidades como são as relações produtivas, a luta de resistência pela terra, a preservação de raízes culturais e a força econômica”.

O primeiro episódio vai mostrar a comunidade de Cachoeira Porteira, localizada em local de difícil acesso no município de Oriximiná, no Baixo Amazonas. A comunidade vive do turismo sustentável disponibilizando pousadas, guias de turismo e barqueiros para a prática da pesca esportiva. “Vai gente de grana de tudo quando é lugar do Brasil para lá. Tem até pista de pouso para receber os turistas. É uma forma de vida econômica que envolve toda a comunidade, todo mundo ganha”, conta.

A primeira temporada vai mostrar comunidades que praticam atividades econômicas voltadas ao ecoturismo, coletivo de mulheres, cooperativismo e a produção de produtos como farinha de mandioca, castanha-do-pará, açaí e abacaxi e até a fabricação de embarcações.

Série selecionada em edital

A série nasceu há três anos com a aprovação do projeto no edital do Cabal Futura, no qual concorreram várias produções de todo o país. A equipe de produção percorreu 17 comunidades remanescentes de quilombos distribuídas em vários municípios, como da ilha do Marajó, Nordeste Paraense e Baixo Amazonas, incluindo Santarém, Abaetetuba, São Miguel do Guamá, Bragança e Moju.

“Fizemos as gravações em duas etapas: na primeira, em 2018, viajei com o diretor Arthur Santos e o produtor Wilson Paes para visitar as comunidades colher depoimentos. Consultamos a Malungo, ong ligada às comunidades quilombolas para pedir que eles nos orientassem e eles acabaram nos trazendo também mais ideias para o projeto. Fizemos os roteiros para o Canal Futura, que aprovou 13. E, em 2019, fizemos a filmagem com a direção de Arthur e de Cassandra Oliveira”, detalha.

 “Serão 13 módulos econômicos praticados por comunidades diferentes. Em São Miguel do Guamá, por exemplo, a merenda das escolas públicas é abastecida com a produção familiar de frutas e legumes de uma comunidade quilombola local”, conta.

“As atividades conseguem incorporar toda a comunidade. É super legal mostrar como eles são produtivos nesse momento de perseguição (política), em que as essas comunidades são vistas com preconceito e algum desprezo por determinados setores da sociedade. O Canal Futura adorou a série e já estamos conversando sobre a segunda temporada”, antecipa Ismael.

 “A qualidade técnica está muito boa. A trilha sonora do Trio Manari (toda instrumental). A equipe é 100% amazônida e tivemos cinco mulheres em postos de comando na produção”.

Novos projetos

Na próxima terça-feira, 8, estreia no 30º Cine Ceará- Festival Íbero-americano de Cinema, o documentário “Nazinha, Olhai por Nós”, longa-metragem da produtora carioca Giros, que acompanhou por três anos a religiosidade de quatro detentos do sistema prisional paraense, tendo ao devoção à Virgem de Nazaré como pano de fundo.

Ismael Machado assina o roteiro do filme ao lado do diretor Belizário Franca e o do editor Yan Motta, bem como o paraense assina o argumento e pesquisa junto com a jornalista paraense Michelle Maia.

“O filme aborda as saídas temporárias dos personagens no Círio, a ligação deles com a fé e mostra muito do sistema prisional paraense”, descreve. O festival acontece entre os dias 5 e 11, de forma presencial em Fortaleza e com transmissão pelo Canal Brasil - no serviço de streaming Canais Globo, no Youtube do festival e na TV Ceará. 

Mesmo morando no Rio de Janeiro, Ismael Machado mantém uma produção voltada às causas sociais na região Amazônica, especialmente no Pará.

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