Intérprete de 'Feliciano' de 'O Sétimo Guardião' fala sobre fim da novela e as polêmicas da trama

O último capítulo da novela "O Sétimo Guardião" será acompanhado em Belém por um dos guardiões da fonte de Serro Azul. O ator Leopoldo Pacheco que interpretou o guardião Feliciano assistirá o último capítulo da novela das 21h da Rede Globo na capital paraense na noite desta sexta-feira, dia 17. O ator que se apresentará neste domingo com o espetáculo "Carta de Caminha", a partir das 19h, concedeu uma entrevista exclusiva ao portal OLIBERAL.com sobre a novela, as polêmicas que aconteceram com o elenco durante a trama e o momento político do país.

O amoroso Feliciano, que largou riqueza para viver em dedicação completa à defesa da fonte de água de Serro Azul andando pelas ruas como um mendigo e sempre apaixonado pela mesma mulher, marcou a trama. O intérprete Leopoldo emprestou algumas características pessoais a Feliciano com um jeito calmo e humilde com que recebe as pessoas. Fisicamente, o ator deixou a barba grande do guardião para trás, mas confessa que adorou o personagem da novela de Aguinaldo Silva e não queria morrer na trama.

"Acho um personagem tão utópico e tão bonito. Quando Aguinaldo [autor da novela] conta esta história acho sensacional. Me apeguei ao Feliciano profundamente. Foi difícil morrer e largar o Feliciano. E é um elenco técnico e artístico invejável de uma força e parceria muito grande. 'O Sétimo Guardião' foi um trabalho muito especial", elogia.

As polêmicas em torno do elenco adquiriram em certo maior rlevância que a obra. De acordo com Pacheco, o diretor Papinha tentou ao máximo preservar o elenco para que estas situações não atrapalhassem a trama profissionalmente.

"Verdadeiramente estas coisas não interferiram ali dentro do nosso trabalho. Isso é o que eu acho estranho, uma novela com personagens tão interessantes e tão utópicos e se falou tanto no entorno da novela. Acho que isso também é uma característica do clima de hoje. As pessoas olham para o trabalho e estão mais interessadas pelo que há por trás do que pelo próprio trabalho", afirma.

Os baixos índices de audiência do realismo utópico de 'O Sétimo Guardião' parecem não ter empolgado tanto o público. Leopoldo analisa que a novela teve bons índices, mas não foram espetaculares. "Sinto que O Sétimo Guardião é um sucesso, não é um mega sucesso, mas é uma novela que foi muito bem em números. Não sei porque foi uma novela polêmica, cheia de problemas e se pegou muito a isso", declara. A chegada de séries com roteiros cada vez mais espetaculares também influenciará as telenovelas. "No Brasil nós somos pós-graduados em novelas", brinca o artista.

 

 

 

 

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No cabaré da Ondina. Com os queridos.

Uma publicação compartilhada por LeopoldoPachecoAtor (@leopoldopachecoator) em 19 de Nov, 2018 às 7:22 PST

ARTISTAS

Com um currículo de sucesso Leopoldo Pacheco tem extenso trabalho no teatro, inclusive com cinco prêmios Shell, um dos maiores do país. Ele avalia que os artistas foram transformados em inimigos com várias mentiras propagadas durante a campanha eleitoral do atual governo federal de Jair Bolsonaro. "A campanha deste governo foi feito de inverdades sobretudo com relação aos artistas. A questão da Lei Rouanet é um grande erro de interpretação. Eu acho que a gente não vive sem educação e sem cultura", enfatiza.

O ator ainda declarou apoio às manifestações contra o governo organizadas por estudantes em todos os Estados brasileiros que aconteceram na última quarta-feira, dia 15. "Eu vejo estas manifestações como uma grande indignação do país com relação a esta postura do governo. Também não gosto que se mexa, principalmente em cultura, acho que os artistas viraram vilões na mão deste governo", complementa.